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Italeri T6 Texan - Onix 1/48
Por:  (Outros modelos do autor)
Curitiba - PR

T6 Onix T6 Onix T6 Onix T6 Onix T6 Onix
T6 Onix T6 Onix T6 Onix T6 Onix

HISTÓRIA
O North American T6 Texan foi criado em 1937 como treinador básico. Embora tenha aparecido nesse ano, ele é uma evolução de outros modelos da NA, como o NA46. Durante a WWII foi produzido aos milhares e devido aos acordos de Lend&Lease, foram repassados para praticamente todas as forças aéreas (alinhadas com os EUA) do mundo. No Brasil, serviu à  FAB até 1976, sendo inclusive, o primeiro modelo usado pela EDA (Esquadrilha da Fumaça). Após isso, grupos particulares mantém T6s voando para exibições e shows aéreos. No Brasil, o T6 compunha a Esquadrilha Onix (3 T6 e 1 D18), que fazia exibições acrobáticas e lançamento de paraquedistas. Posteriormente, a Esquadrilha Onix teve seu patrocinador mudado, chamando-se atualmente Esquadrilha Oi.

O T6 aqui representado é o da Esquadrilha Onix, em sua segunda pintura. A idéia básica é a mesma da primeira pintura, com o tom vermelho escuro e listras preto-e-branco na fuselagem, motor e asas. No entanto, a segunda pintura é mais moderna, caracterizando-se principalmente pelas listras em diagonal.

Esse projeto foi inicialmente escolhido para a II Maratona Superkits (Montagem de um modelo em 24h corridas). No meu caso, não tive sucesso, pois o esquema mostrou-se um tanto complicado, além de ter tido problemas com a pintura (o primer reagiu com o plástico). Não bastasse isso, a greve dos correios atrasou a entrega dos decais da Onix. Como "sou brasileiro e não desisto nunca", resolvi fazer um novo modelo, agora sem pressa, e com certeza com melhor qualidade.

MODELO
Apesar de todo o seu sucesso, existe apenas uma opção de T6 na escala 1/48. Abaixo tiro algumas dúvidas quanto à isso, pois há várias caixas do kit:

  • Ocidental: Fabricante original do molde. O molde é antigo, mas é bem feito, com linhas em baixo relevo e diversas opções para se fazer praticamente qualquer T6 (armamentos, calotas, spinners, antenas, etc). Curiosidade é o fato de haver três rodas para o trem de pouso principal (seria um estepe?). O grande pecado desse kit é o plástico, pois a fábrica é pequena (alias, não conheço outro kit da Ocidental) e o estireno, conhecido como doce, tende a dar problemas com colas e determinadas tintas. Todos os demais são reembalagens deste molde.
  • Italeri: Mesmo molde da Ocidental, mas com injeção em plástico próprio e diveras opções de pinturas. Dizem que os decais italianos são os melhores que existem atualmente, embora não seja úttil para as versões brasileiras.
  • Revell: Mesmo caso da Italeri. Nunca vi o kit, mas a julgar pelo estireno usado pela Revell em outros kits, acredito que seja uma boa opção.
  • HTC: Reembalagem do kit da Ocidental, apenas trocando-se a folha de decais (com opções para a FAB e EDA). O estireno é o mesmo da Ocidental, portanto, deve-se tomar o mesmo cuidado.
Na maratona usei o kit da HTC, e conforme disse, tive problemas com o estireno. Nessa segunda tentativa, usei o kit da Italeri, que resolve o problema mais grave do kit. Essa segunda montagem foi bem mais tranquila.

MONTAGEM:
A montagem foi praticamente Out-of-Box, mas como tive a oportunidade de visitar o T6 da Oi, pude fotografar muitos detalhes, fiz diversos melhoramentos o kit.

O cockpit é bem feito, onde deve-se montar a gaiola dos pilotos (esse tipo de montagem era bem raro na época do lançamento do kit, e ainda hoje não é comum). A gaiola é simples e com alguns erros (o extintor está do lado direito do piloto, quando deveria estar na esquerda do co-piloto, idem para o rádio) que dariam muito trabalho para corrigir, então deixei-os como estavam. Na cabine, coloquei apenas alguns fios que saiam do painel de instrumentos do co-piloto, o que pode ser notado com algum esforço. Também coloquei os fios de aço dos atuadores. Esse detalhe ajudava a esconder uma emenda impossível de ser apagada, das duas metades da fuselagem.

O banco traseiro não é utilizado, portanto sem estofamentos e com cintos bem esticados. Usei o assento original do kit, mas lixei um pouco as laterais, e fiz os cintos com fita Tamiya.. O banco do piloto foi levemente modificado, apenas colocando um acolchoado, que esconde o banco original, e também os cintos feitos de fita.

O restante do kit é muito bom de se montar, quase não necessitando de massa. A união das asas com a fuselagem, ponto crítico em diversos kits, aqui nem precisou de remendos. Ao ver o T6 da Oi fiquei impressionado com a rudimentaridade da montagem do mesmo, com chapas umas sobre as outras, vãos abertos, rebites tortos e soltos, etc. Na verdade, reproduzir isso no kit daria muito trabalho, mas justifica qualquer peça mal-encaixada.

Melhorei a caixa de rodas, onde passam alguns fios. No trem de pouso, coloquei o tubo de freio, bem como os atuadores do mesmo, além dos ganchos que puxam a porta do trem.

Os demais detalhes foram feitos baseando-se nas fotos, sendo a maioria pouco persceptível. Exemplos, a grande na entrada do radiador lateral, luzes diversas, antenas e sondas diversas, atuadores dos compensadores e alguns suspiros de óleo.

PINTURA E DECAIS:
A pintura é relativamente simples, embora não pareça. Primeiramente passei um primer branco, o que já serivia para fazer as faixas brancas, bem como facilitaria a cobertura da tinta vermelha (Duco). Para fazer as faixas, bastou marcar uns pontos de referência do ângulo e depois usar três tiras de fita Tamiya de 1 cm. O branco estaria coberto, enquanto pinta-se o vermelho. Após terminado, tira-se a faixa central e pinta-se de preto. O resultado final, impressiona, embora o processo seja simples.

O cowling do motor foi feito com máscara tamiya. Primeiro marquei o diâmetro da peça e dividi-o em 12 partes. O mesmo para o comprimento, dividindo-o por três. Após passar o fundo branco, apliquei todos as peças e removi em esquema xadrez com as máscaras e pintei tudo de preto. Depois é só retirar as máscaras restantes e está pronto.

Os decais praticamente não foram usados. Apenas uma estrelha (que na verdade, deveria ser bem menor), foi tirado do esquema da EDA, para ser colocada na calota da roda. Os demais decais (Onix e o "1") foram feitos sob encomenda. Na verdade são máscaras de serigrafia, já que praticamente ninguém faz decais brancos. As máscaras são bem interessantes, mas precisa ter cuidado para fazer um correto alinhamento. Além disso, dependendo da máscara, a mesma só pode ser usada uma única vez.

No kit ainda faltam várias marcações, como o Cocar da esquadrilha Onix, nome do piloto e alguns outros stencils. Achei que esses detalhes só trariam dificuldades e acabei não correndo atrás dos mesmos.

Como a tinta Duco é resistente à aguarraz, apliquei a técnica do betume com aguarraz para simular manchas de óleo. Mais densas em partes mais críticas, como motor, inferior e partes móveis e mais sutil no restante. O excesso deve ser retirado com um cotonete, também embebido em aguarraz.

O motor foi pintado com minha tradicional técnica "preto brilhante-alumínio acrílico-betume e aguarraz". A parte da frente foi pintada de amarelo brilhante e a sujeira de óleo também feita com betume. As pás da hélice parecem complicadas de pintar, mas não o foram. Pintei com o primer, que já ficou na cor correta. As pontas brancas eu marquei com uma fita. Um pedaço pequeno de fita foi usado para fazer uma listra cinza que há no esquema. O escapamento havia sido previamente furado (a peça era maciça) e foi pintada com alumínio, recebendo depois tinta gun metal de leve e depois sujo com giz pastel de diversas cores.

CONCLUSÃO:
Embora não seja meu avião favorito, nem minha escala, o T6 chama a atenção pelo seu esquema bem chamativo. Existem diversas falhas entre o kit e o avião real, como a cor esverdeada dos vidros, bem como umas diferenças nos canopies. Além disso, como já citei, faltaram muitos detalhes na parte dos decais. No entanto, acho que o mais importante foi retradado, e agora, eu, como todo modelista, tenho um T6 na coleção.


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