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Commando5 Galeão D2Fw (Focke Wulf 58 B) 1/72
Por:  (Outros modelos do autor)
Araraquara - SP

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D2FW-Fw58

História
Galeão D2Fw foi a designação do modelo Focke Wulf 58 B feito sob licença pela Fábrica do Galeão, no período de 1938 a 1942, tendo sido fabricados 25 aparelhos. Estes inicialmente foram utilizados pela Aviação Naval Brasileira e, posteriormente, repassados à Força Aérea. O lote inicial de 10 unidades destes aparelhos foi montado com quase sua totalidade de componentes importados da Alemanha e o lote posterior, de 25 aparelhos, incorporava componentes de fabricação nacional, tais como contraplacado, freios, tela, e outros.

O único exemplar sobrevivente está hoje no Museu Aeroespacial no Campo dos Afonsos no Rio de Janeiro e tem uma história curiosa: foi fabricado como número de série 1184 e incorporado à Força Aérea em 1941. Em 1946, foi utilizado, juntamente com partes de outros aviões na reconstrução de outro avião que recebeu o número 1530, sendo cedido ao Ministério da Agricultura, recebendo matrícula civil. Em 1978, foi encontrado abandonado sob uma árvore no aeroporto de Carlos Prates em Belo Horizonte " MG (a pouca distância da casa de meus pais quando eu ainda morava nesta cidade) em condição bastante deteriorada. Consistia apenas da estrutura, asas e empenagem e, felizmente, ambos os motores. Foi levado para o Museu Aeroespacial no Rio de Janeiro onde foi restaurado ao longo de duas décadas até retornar a seu aspecto de quando em serviço na Força Aérea. Recentemente um outro exemplar, este da Luftwaffe, foi descoberto intacto no fundo de um lago mas não foi ainda recuperado.

O kit
O kit vem em uma caixa de papelão pardo com rótulo mostrando um perfil do avião representado na versão da Aviação Naval Brasileira na década de 30. As peças são presas em blocos de resina e relativamente fáceis de se destacar usando-se uma serra bem fina para aeromodelismo, com exceção de algumas pequenas peças como as duas colunas de comando que são extremamente delicadas e requerem que se corte o bloco com alguma sobra e se retire o excesso com uma lixa.

No geral, as peças são de boa qualidade, com raras bolhas ou vazios. A parte de interior da cabine é muito bem detalhada para um kit em resina, com o painel exibindo instrumentos em alto relevo e cintos de segurança em relevo nos assentos.

Os decais são da FCM, do tipo "sem filme", ou seja, possuem um filme grosso por cima do desenho que deve ser retirado após a secagem do decal. Isto foi um dos pontos que merecem discussão no kit e este assunto será tratado mais adiante.

O trem de pouso, ao contrário da maioria dos kits em resina, não veio em metal mas também em resina e com alfinetes embutidos nos telescópios para se conseguir rigidez estrutural, o que achei uma solução simples e inteligente. Esta solução, contudo, não foi usada na bequilha que é muito delicada e acabou quebrando com o próprio peso do modelo, sendo necessário substituir seu eixo vertical por um pedaço de arame recortado de um clipe de papel.

A parte superior da cabine e janelas do nariz são fornecidos em "vacum forming" e são de boa qualidade. São fornecidas duas peças de cada, para o caso de serem danificadas por acidente.

O kit traz decais para três aeronaves distintas (Brasil, Hungria e Áustria) e, na minha opinião, deveria vir também uma versão da Luftwaffe já que a aeronave foi desenvolvida na alemanha.

A folha de montagem é de boa qualidade, e as instruções são claras. Os esquemas de pintura são bem pesquisados e atraentes, com destaque para a versão da marinha brasileira durante o período da segunda grande guerra.

Montagem
A montagem do kit começa pelo interior da cabine e cockpit. Como o painel é em relevo, basta pintá-lo em cinza escuro e os instrumentos em preto e arranhá-los um pouco antes de aplicar uma gota de verniz transparente sobre cada um. Os assentos e interior são pintados da cor RLM 02 e os cintos de segurança são realçados com pincel. Não é necessário tentar detalhar muito por aqui pois a cabine não é visível por fora e o cockpit é muito pouco visível pelas janelas. Observei que foi necessário um considerável trabalho com uma micro-retífica para se conseguir ajustar as partes internas ao interior da fuselagem, devido à espessura das paredes da fuselagem.

O próximo passo é nivelar a superfície de contato das duas metades da fuselagem com uma lixa sobre uma superfície plana, colar as peças internas, incluindo o assento na parte traseira da fuselagem e colar as duas metades com cianoacrilato. As asas são maciças na parte externa (a partir dos motores) e em três partes entre os motores. Estas partes devem ser coladas, tomando-se o cuidado de minimizar qualquer espaço entre as partes superiores e as laterais da fuselagem. Estes espaços devem ser preenchidos com putty e lixados com muito cuidado para evitar a destruição dos detalhes superficiais presentes ali. A foto abaixo mostra o modelo antes da junção asa/fuselagem:


Fuselagem e asas já prontas para junção

As empenagens horizontal e vertical são coladas sem maiores dificuldades. O acabamento do encontro da fuselagem com a empenagem vertical requereu muito putty e lixa, devido a imprecisões dimensionais nestas partes.

O nariz do avião é composto de uma peça em resina e várias transparências em acetato, o que se mostrou um verdadeiro desafio pois para evitar degraus entre a superfície do nariz e as janelas, foi necessário cortar cada grupo de janelas no tamanho exato e ajustar com lixa para que ficassem nivelados com a superfície do nariz, encaixando-se por dentro das aberturas correspondentes. Isto se mostrou uma tarefa para os fortes de espírito pois as peças são pequenas e difíceis de se ajustar entre si. A colagem com cianoacrilato sem manchar as janelas é extremamente delicada e requer muita paciência. Acho que uma solução do tipo "vacum forming" do nariz como uma única peça transparente teria sido muito mais adequada, facilitando a vida do modelista.

Para se evitar degraus entre o nariz e o restante da fuselagem, as superfícies de contato entre estas partes foram bem niveladas e a fuselagem foi lixada até que o seu perfil casasse perfeitamente com o nariz. As duas peças foram então coladas definitivamente. As naceles são simplesmente coladas na asa após ajustadas com lixa e eu também fiz um trabalho em sua parte inferior para melhorar a tomada de ar ali existente. Aproveitei também para ajustar os escapamentos e furar sua saída com broca de dentista.

As transparências foram então cortadas e ajustadas com lixa e coladas em seus lugares e mascaradas com fita Tamiya® (não esquecendo de pintar e colar a metralhadora MG15 do nariz antes de se colar a peça redonda que a suporta). Os vidros das pequenas janelas nas laterais da fuselagem foram feitos com pequenos pedaços de acetato recortados das peças transparentes do kit.

Foram então colados a carenagem sob o nariz (com um pouco de massa epoxi), os montantes das asas e da empenagem horizontal. Estes últimos se mostraram um pouco longos e foram cortados ao meio, ajustados no tamanho e colados novamente. Este avião tinha duas pequenas barras estruturais que ficavam na vertical, ligando os montantes às asas para evitar vibração e que não estão reproduzidos no kit. Isto foi fácil de fazer com uma fina barra de resina recortada dos blocos de suporte das peças.

Após isto, todas as junções que apresentavam frestas foram corrigidas com putty e lixa. Esta parte é realmente trabalhosa e entediante. Após colados detalhes menores como os contrapesos dos profundores, farol de pouso e gerador eólico sob a fuselagem (as pás de hélice do gerador foram feitas com minúsculos pedaços de fotogravado), o avião está pronto para a fase de pintura. As fotos abaixo mostram o modelo neste estágio da construção:


Modelo montado e pronto para pintura


Vista inferior do modelo montado antes da pintura

Pintura e acabamento
O modelo recebeu primeiro uma camada de fundo cinza Testors® diluído com thinner para se identificar imperfeições superficiais. Após a correção destas com putty, o modelo foi todo lixado com lixa fina e escovado com uma escova rotativa na micro retífica para que ficasse liso para receber a pintura.

Foi então pintado a aerógrafo com enamel Testors® cor alumínio, tarefa bem fácil pois todo o modelo é da mesma cor. Aqui cabe um comentário importante: apesar de diluir esta tinta com thinner, ela demorou muito tempo para secar e, na verdade, nunca secou totalmente, não sendo possível tocar o modelo com as mão nuas. Foi necessário sempre pegar o modelo com papel higiênico para se evitar de deixar impressões digitais na pintura. Realmente não gostei disto pois gerou todo tipo de dificuldades. Acho que uma tinta automotiva aqui teria dado resultados muito melhores.

A foto abaixo mostra o modelo após a aplicação do fundo e antes do lixamento e pintura com a cor alumínio:


Após fundo aplicado e antes das correções superficiais e lixamento com lixa fina

As faixas vermelhas foram pintadas após a aplicação da tinta alumínio, o que foi um erro pois foi muito mais difícil de fazer as máscaras e não foi possível obter faixas perfeitas. O correto seria aplicar primeiro o vermelho nos locais apropriados, proteger a faixa com fita (o que é muito mais fácil que proteger todo o modelo deixando expostas somente as faixas) e aplicar a cor alumínio. A foto abaixo ilustra esta questão:


Faixas pintadas (e da maneira mais difícil...)

As faixas em três cores do leme foram pintadas com enamel aplicando-se máscaras com a mesma fita já mencionada.

Detalhes menores foram pintados separadamente tais como o trem de pouso e os hélices que foram pintados de marron claro e a textura da madeira foi simulada com betume aplicado a pincel. Os "spinners" metálicos dos hélices foram simulados com "papel" alumínio de confeitaria (que é mais fino que o de cozinha). O resultado pode ser visto na foto abaixo:


A simulação da madeira nos hélices foi feita com betume aplicado sobre pintura marrom clara.

Aplicação dos decais
Conforme já mencionado, os decais deste kit são do tipo "sem filme". Estes decais dão um acabamento excelente mas são difíceis de se aplicar pois requerem prática. No meu caso, tive dificuldades pois após aplicar os decais e aguardar as 24 horas conforme instruções na folha de montagem, as figuras dos decais acabaram não aderindo ao modelo, saindo presas ao filme. O Jorge Fernandez da Commando5 foi muito gentil em me fornecer outra folha de decais e desta vez eu usei outro método: molhei o decal e o deixei secar no próprio papel, sem aplicar ao modelo. Após seco, retirei o filme e coloquei-o novamente na água até se soltar do papel novamente. Somente então eu o transferi para o modelo. Isto é extremamente difícil pois os decais sem o filme são muito finos e dobram-se facilmente. Além disto, todas as partes do desenho ou letras se separam e têm que ser posicionados individualmente no modelo, o que requer muita paciência e esforço.

Após troca de emails com nosso amigo Felipe da FCM, fabricante do decal, foi evidenciado que os decais acabam não aderindo ao modelo porque a goma não seca suficientemente dependendo das condições atmosféricas, podendo requerer vários dias para secagem. Bom, acho que vou ter que pesquisar e experimentar bastante antes de me sentir confortável com este tipo de decal. Isto não quer dizer que não gostei, pelo contrário, o resultado final é impressionante.

Após a aplicação dos decais, o modelo recebeu uma camada de verniz automotivo poliéster para a proteção destes e também devido ao enamel aplicado se recusar terminantemente a secar completamente. Mesmo após aplicado o verniz, que seca imediatamente, o modelo ainda ficou um pouco pegajoso, não sendo possível tocá-lo, sob pena de deixar impressões digitais. Creio que ele vai levar alguns anos para secar totalmente...

Devido a este fato, decidi não aplicar giz pastel nas linhas da superfície para ressaltar os detalhes, como costumo fazer pois estava muito difícil lidar com o modelo sem danificar a pintura. Somente fiz as manchas de fumaça sob as asas e naceles.

Finalização do modelo
Após terminada a pintura, os detalhes foram adicionados: trem de pouso, hélices, escapamentos dos motores, escada na asa esquerda, suporte e metralhadora traseira e finalmente os fios de antenas e antena loop feitos de sprue estirado.

Conclusão
O modelo em questão é recomendado somente para modelistas experientes e acostumados a lidar com kits em resina pois não é fácil de montar e pode realmente tornar-se uma experiência frustrante para o modelista iniciante. Para os menos experientes ou que não gostem de kits em resina, recomendo o kit da MPM que é injetado.

Recentemente, recebi correspondência da Commando5 informando que vão lançar a versão C deste modelo, que tinha o nariz semelhante ao dos aviões de transporte, sem janelas transparentes, o que deve ser mais fácil de construir. Aproveito para sugerir ao fabricante que nos próximos modelos faça as as partes que têm janelas como um conjunto único em "vacum forming" transparente para facilitar a montagem.

Para finalizar, achei o resultado final muito atraente e o modelo sempre chama a atenção dos visitantes à minha coleção...


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