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Hasegawa Avro Lancaster 1/72
Por:  (Outros modelos do autor)
Curitiba - PR

Lancaster Lancaster Lancaster Lancaster Lancaster
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INTRODUÇÃO:
O Avro Lancaster foi um dos mais importantes bombardeiros da RAF na WWII. Junto com o HP.Halifax e o Shorts Stirling (esse em menor importância), formaram a ponta de lança do Bomber Command. Foi desenvolvido a partir do Avro Manchester, um modelo fracassado que pretendia atender a requisição de um bombardeiro médio de uso geral (Dessa requisição sugiram outros bombardeiros como os Wellington, Warwick, Whittley e até mesmo o HP. Halifax).

O Manchester mostrou-se insatisfatório, com problemas de potência. Seus motores foram trocados e sua asa aumentada para o padrão quadrimotor, originando assim um dos bombardeiros de maior sucesso do mundo. Além de versões especiais como o Dam Buster e Grand Slam, o Lancaster foi modificado para versões civís após a guerra, o Avro Lancastrian. Modelos pós-guerra foram modernizados sob o nome de Avro Lincoln. Por fim, ainda serviu de base para o projeto do Avro Shackleton que operou até o início dos anos 90. Uma carreira memorável de quase 60 anos.

O MODELO:
Sendo um avião tão famoso, é natural que as opções de kits sejam vastas; até demais, a saber. Mesmo retirando-se as variantes Dam Buster e Grand Slam, existem nada menos que 20 opções de fabricantes de Lancaster. A maioria é 1/72, sendo que a única 1/48 é da Tamiya e 1/144 pelas Minicraft e Amodel. Assim, o mais difícil não é encontrar um kit, mas saber qual opção é realmente boa.

De todas elas, acho que pode-se restringir a duas opções, ambas com molde moderno e de qualidade: A Hasegawa, que disponibiliza um molde básico e vende as demais variantes. O kit é bom, com linhas em baixo relevo e opções para a versões diferentes de pás, radar e pixeglasses do nariz. A falha é o cockpit que é extremamente simples. Na verdade, o interior é pouco visível, e os fanáticos por photo-etcheds vão desperdiçar seu tempo e dinheiro com isso.

Outra opção é a Revell (molde novo, não confundir com o antigo molde cuja a boxart era do POOS). O molde da Revell, pelo que li, parece até melhor, tendo um melhor cockpit e um dos motores aberto, além de melhorias na torre do nariz. Acredito que possa ser uma boa opção, já que é bem mais barato que o Hasegawa.

Em particular, quis montar um Lancaster diferente, já que muitos montam os famosos Dam Buster ou o POOS, que realizou 167 missões e tem os dizeres de Hermann Goering ("Jamais um avião inimigo voará sobre o território do Reich"), Esse modelo está exposto atualmente no Museu da RAF, em Rendom. O modelo que escolhi foi o POOY, no qual Cosme Lockwood Gomm voou sua última missão.

Cosme Gomm foi um brasileiro (tinha dupla cidadania, na verdade), filho de diplomatas ingleses, nascido em Curitiba-PR. Estudou na Argentina, depois em São Paulo e alistou-se na RAF, em 1932. Lá, passou a voar em diversos países e diversos aviões, até se tornar Wing Commander do esquadrão 467 da RAAF. O POOY não foi seu único avião (pelo que entendi, sendo Wing Commander, ele não tinha aparelho fixo). O POOY era considerado um avião novo com poucas missões realizadas. O Alvo, Milão, era considerado um objetivo fácil, mas seu Lancaster não foi poupado. Ainda hoje não se tem certeza sobre a real causa do abate, flak ou caça noturna. Gomm morreu no dia 15/08/1943. Mais detalhes, aqui.

MONTAGEM:
A montagem ocorreu sem problemas de encaixe, no geral. O cockpit é demasiadamente simples. A Hasegawa não investe muito nos mesmos, na escala 1/72. Acho que é porque sabe que o modelista não vai gostar e vai comprar sets em separado de qualquer maneira, ou por saber que não é muito visível. Eu acrescentei um set de interior da Eduard, no qual o único detalhe que realmente sobressai é o painel de instrumentos. Esse set é uma opção de Photo-Etcheds pré-pintados, o que reduz em muito o trabalho. Além disso, a única melhoria foi a troca das metralhadoras por agulhas de seringa cortadas.

O porão de bombas é montado em cinco partes, sendo montadas as laterais ao redor da parte plana. Curiosidade, o Lancaster, apesar de todo o espaço na fuselagem, não leva bombas no mesmo. O espaço do porão é restrito a apenas uma camada de bombas, rente ao plano que fica abaixo da caixa das asas. A montagem desse conjunto não deixa emendas ou vãos. O restante da fuselagem encaixa-se sem demais problemas. O kit possui 18 bombas de 200 lbs e uma incendiária de 4000lbs (duas, na verdade, pois há duas grades gêmeas). As bombas, apesar de numerosas, não são complicadas, pois a Hasegawa optou por fazê-las em peça única, evitando a massante tarefa de lixar as emendas das metades.

As asas e empenagens também são simples de se montar. Os motores exigem um pouco de cuidado, principalmente na parte frontal dos mesmos. A Hasegawa usa um esquema de borrachas para as hélices, o que as deixa fáceis de se colocar, após finalizar o kit, mas não ficam muito móveis. O conjunto dos motores precisa de uns ajustes na parte próxima à entrada do radiador, bem como nas metades em si. Também pode haver necessidade de massa ao colocar os motores na fuselagem.

Os trens-de-pouso são bem feitos, sendo que cada perna do trem principal possui cinco peças que devem ser cuidadosamente lixadas para tirar as rebarbas. As rodas possuem uma parte chata para simular o peso, mas não possuem nenhum detalhe dos gomos das mesmas. Eu simulei isso com a técnica do tule e ficou bastante interessante. O trem de pouso traseiro é formado de duas peças e é meio díficil de lixar a emenda, pois a roda tem duas tiras da borracha que ajudavam na mobilidade em solo (opcionalmente pode-se lixar essas partes, para simular um avião mais desgastado, facilitando o trabalho).

As transparências são trabalhosas, pois além de ser em grande número, possuem muitos frames. A armação do canopi do cockpit vem em duas partes, além de opções para as janelas laterais. Isso tudo deve ser colado com cuidado para evitar manchas e desalinhamento. Eu usei relevo acrílico da Corfix para isso. Ainda falando de transparências, existem duas janelas de iluminação no teto da fuselagem feitas com duas peças de acrílico. No entanto, as emendas ficam bem aparentes. Assim, emassei as mesmas e lixei as emendas. Não me preocupei em poupar as peças, pois ao final do trabalho, furei as janelas com a Dremel e após a pintura apliquei relevo acrílico, com resultados melhores que os originais.

As pequenas janelas laterais, que eu imaginei que seriam tranquilas, deram-me um banho. Primeiramente, nem todas elas encaixam perfeitamente. Era preciso lixar algumas, para que encaixassem. Nesse processo, algumas delas insistiram em voar da pinça, sendo imediatamente devoradas pelo "bichinho da bancada"; perdidas para sempre. Tentei usar o relevo acrílico, mas o resultato não foi muito bom, pois o brilho contrastava com algumas janelas já aplicadas. Para esses casos, precisei refazer as janelas com acetato, uma tarefa relativamente chata (ainda bem que foram poucas).

Há poucas referências do Lancaster POOY, do Gomm. Eu encontrei apenas uma foto "posada", onde a tripulação está em frente ao aparelho. Apesar disso, pude identificar algumas opções desse avião em relação às opções da caixa. A saber: as janelas das laterais do canopi são retas (sem a bolha); as hélices são as de ponta fina; não há antena de radar na lateral do avião e, por fim, a bolha do nariz parece ser a mais curta. No entanto, não tive como descobrir se o avião possuia o radar H2S. Pelo sim, pelo não, coloquei-o no kit.

PINTURA:
O Lancaster não é muito colorido. Usa preto fosco nas partes inferiores, laterais e nas empenagens. Por cima, é feita uma camuflagem de Dark Green e Dark Earth. A camuflagem é feita, de fábrica, com fitas de mascaramento, ou seja, sem esfumaçamento, e assim o fiz no modelo.

As cores foram feitas com tintas Duco, a partir de chips da Gunze e Humbrol. O verde ficou bom, mas o marrom ficou inicialmente muito caramelado. Tentei manipular por mim mesmo a cor, mas ficou um tom indeterminado entre marrom e verde oliva (na verdade, gostei da cor, ficaria bom em um B24 e guardei um pouco). Depois consegui com colegas um tom de cor mais correto. O tom estava correto, mas ficou meio estranho porque apliquei uma fina camada sobre a primeira, para aproveitar o pré-shading. Para resolver, reapliquei uma camada muito fina da cor caramelo original e achei bom o resultado de desgaste, dá uma aparência de pintura queimada pelo sol.

Após a pintura, não gostei muito do resultado, pois a camuflagem é bem simples e a tinta duco fica muito brilhante. A solução, tal como no Mi-26, foi apelar para os desgastes e sujeira com betume e verniz fosco após aplicar os decalques, para evitar que parecesse um brinquedão. As bombas, pintei de amarelo. É possível pintar as bombas inglesas de amarelo, cinza ou verde. Isso dependia do fabricante que as faziam.

DECAIS:
Para fazer os decais, foi preciso um pouco de ajuda, mas o kit da Hasegawa (POOS, pois ainda existe uma opção chamada Lancaster Nose-Art) foi uma mão na roda. Explico: Inicialmente, usei a parte útil dos decais originais, o prefixo PO e as insígnias. No entanto, falta o Y. Isso foi me cedido pelo colega Rafael Machado, que possuia um set bem antigo de decais para Lancaster. O Y é de uma fonte ligeiramente diferente, mas como fica separado dos demais pela insígnia, não é muito problemático.

O problema é que não é todo Y que serve. Os Lanc tinham a última letra do código impressas ainda nas derivas e uma menor na lateral do nariz. Ou seja, para isso, precisaria ser um Y de final de código. Felizmente, nesse set era o mesmo caso. Se não me engano, era WSOY.

Mas a vantagem de se usar o kit da Hasegawa ainda se mostraria a seguir. Faltava ainda colocar o código do avião, que é impresso em vermelho, após as letras grandes. O mesmo é ED998. Os decais da Hasegawa apresentam três versões, sendo que pode-se aproveitar partes desses códigos para fazer um par de ED998. É preciso separar as letras e alinhá-las cuidadosamente.

CONCLUSÃO:
Todo modelista que viveu nos anos 80 lembra-se dos velhos Kiko-Revell, e era obrigatório ter na coleção pelo menos um quadrimotor (lancaster, B17 ou B24). Eu acabei montando três B24 (nenhuma delas ficou efetivamente pronta) e nunca montei um Lancaster. Mesmo não sendo meu modelo preferido, agora tenho minha coleção "completa". Além do mais, gostei de fazer um Lancaster diferente do gosto geral, aproveitando para valorizar os pilotos brasileiros que lutaram na WWII. O modelo ficou, no geral, bom. No entanto, eu acho que me embananei no final da montagem devido a alguns prazos autoimpostos, o que prejudicou um pouco o resultado final. Algumas marcas de cola, diferenças de tons de verniz, manchas e até umas digitais ficaram no modelo. Seja como for, o resultado agrada e como todo bombardeiro 1/72 fica tão vistoso que acaba-se ignorando os problemas.


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