INTRODUÇÃO:
Esse trabalho foi uma encomenda, de modo que não escolhi o modelo nem escala. Felizmente sou fã desse avião, o que tornou a atividade bastante agradável. Não preciso falar muito do avião, pois já montei um semelhante, na escala 1/72 (veja aqui).

O KIT:
O kit é da Hobbycraft. A mesma ainda possui outras duas caixas parecidas, uma com o RB47H, versão de reconhecimento, e outra com um B47E de nariz envidraçado. Esse segundo, na verdade, só muda a embalagem, pois o acrílico para ser fazer esse nariz vem no kit do B47E que montei.

O kit é em baixo relevo e utiliza uma ordem de montagem ao kit da Hasegawa, que é 1/72. Inclusive, o número de peças é semelhante. A diferença é que o Hasegawa possui um Bombay e bombas que não vem nesse kit. Felizmente, acho que isso não faz diferença.

MONTAGEM:
A montagem é bastante tranquila e com bons encaixes. O baixo relevo ajuda no detalhamento. Como já havia montado o kit 1/72 da Hasegawa, já conhecia algumas pegadinhas do kit como colocar os tanques auxiliares já montados e pintados; os motores devem ser colocados no pilone após o mesmo estar colado e emassado na asa (e não o inverso).

Um cuidado mais importante é que o trem-de-pouso fica muito alto, principalmente na roda traseira. Nesse caso, eu cortei parte da peça e apoiei a roda corretamente. Para deixar o kit corretamente alinhado ao solo, deve-se fazer o seguinte:

Primeiramente, montar os trens-de-pouso, sem os eixos das rodas. Monte as rodas junto com o eixo, antes de colar no avião. (Para saber se estão alinhadas, basta rolá-las sobre um plano). Estando ok, coloque algum suporte nas asas, de modo deixá-las levantadas e alinhadas na posição correta. Após colar as rodas, o B47 já consegue ficar alinhado no solo, mesmo sem as rodas laterais.

Cole as rodas laterais, cortando o trem-de-pouso na medida necessária. Esse era um truque no Hasegawa. No caso do kit Hobbycraft, também é válido, mas aqui, ele é oficialmente declarado nas instruções.

PINTURA E DECAIS:
A pintura foi feita com diversos tons de aluímio poliéster, para fazer o efeito chapeado. Não há muitos segredos. A pintura branca inferior, foi feita com Fundo Branco Colorgin.

A proteção antirreflexiva ao redor do canopi deve ser feita somente após a pintura concluída, pois o pigmento do alumínio poliéster aderir (e fica bem aparente) sobre o preto fosco. Para se fazer os frames do canopi, deve-se mascarar parte-por-parte e ir pintando e mascarando (ao inves de fazer uma só máscara e pintar tudo de uma vez). Dessa forma, é possível verificar o andamento e o cuidado com a espessura das linhas, que devem ser bem finas.

Os decais estavam bastante danificados e quebradiços. Foi necessário refazer alguns em impressora laser (agradecimentos ao colega César Harres, por refazer alguns deles). Alguma parte deles foi salva com uma boa demão de verniz brilhante.

Felizmente, os decais não são muitos e simples, em sua maioria. A parte mais difícil é alinhar as faixas. Os decais originalmente, contém um filme que faz de todo a faixa (asas e fuselagem) um decal somente (ou seja, três aplicações). No entanto, o filme transparente deixa um brilho aparente após aplicado. O correto é cortar as faixas somente no filme preto que será utilizado, e aplicar aos pedaços. O ideal mesmo seria usar decais de cera, tipo LetraSet/DryTransfer (como fiz no B47 Hasegawa). No entanto, esse tipo de material está em extinção.

CONCLUSÃO:
Embora continue fã da escala 1/72 para meus Monsterplanes, a escala 1/144 é ideal para se fazer uma coleçãozinha tipo Guerra Fria. O kit ficou bem montado, e mesmo out-of-box, não precisa de muitos refinamentos.