INTRODUÇÃO:
O boeing 727 foi uma solução do Boeing para linhas de médio alcance, mas com boa quantidade de passageiros.
A partir do sucesso do 707, foi desenvolvido um novo modelo, utilizando a mesma fuselagem, mas
com arranjo de asas e motores diferente. Tais características permitiram ao avião pousar em
pistas mais curtas e teria boa performance de voo.
O sucesso foi tal que o 727 se tornou um recordista de vendas e praticamente toda companhia aérea
teve um em seu acervo. O sucesso do 727 poderia ter sido maior: devido às novas leis antirruído,
boa parte das companhias teve que deixá-lo de lado e muitos foram convertidos em cargueiros.
Tentativas de modernizar o mesmo também foram barradas pelo desejo de vender um novo produto, o
757, o que acabou mostrando-se uma opção infeliz.
Muitos 727 ainda voam hoje em dia, a maioria como cargueiros e apesar da idade e dos problemas
inerentes a isso, é muito elogiado por suas tripulações.
O KIT:
com tão grande sucesso, existem vários kits no mercado, Sendo que a opção mais comum é o 727-200
(O 727-100 é bem mais complicado de se encontrar e as opções não são muito confiáveis). Como não
conheço outros kits do modelo, vou restringir-me ao modelo utilizado, o Minicraft, 1/144.
A Minicraft possui apenas essa versão em catálogo e está continuamente relançando o mesmo com
outras liveries, mas o kit é sempre o mesmo. O kit é em baixo-relevo e possui uma pequena
quantidade de peças (algum apressadinho conseguiria montá-lo em um dia). Os encaixes, no geral,
são bons. Os especialistas em aviação comercial comentam que o kit possui diversos problemas, mas
acredito que o resultado final está bastante razoável.
Como os demais kits da minicraft, não há janelas laterais (são apenas por decalques). No meu
caso, como o avião é cargueiro, isso acaba sendo uma mão na roda.
MONTAGEM:
Como já disse, o kit é bem simples e a montagem transcorre sem problemas. Aqui, apenas algumas
dicas que como se obter um resultado melhor, caso alguém queira se aventurar:
- Não esquecer de colocar peso no nariz, como quase todos os modelos comerciais. Eu costumo
fazer a mistura de chumbinhos e durepoxi.
- Apesar das eventuais dificuldades na pintura, os motores laterais devem ser colados antes,
pois os mesmos deixam um marca na emenda que será difícil ajustar com o modelo pintado. Os
estabilizadores podem ser montados depois de tudo pronto.
- O acrílico do cockpit é uma peça única que cobre toda a cabine. é particularmente
interessante, pois permite que se use massa para cobrir as emendas sem precisar mexer muito
próximo às janelas. Uma dica para quem for tentar fazê-lo transparente é colocar algum filme
fumê verde por dentro, antes de colar tal peça.
- Os trens-de-pouso ficam um tanto altos. Pelo que comparei nas fotos, pode-se diminuir uns 2
ou 3 mm, parece pouco, mas com os trens originais, o avião fica parecendo uma garça.
- Não cheguei a fazer nesse kit, mas já fiz no próximo e dá um bom resultado. Os aneis da
entrada dos motores são muito expessos. Você pode resolver isso facilmente com um estilete bem
afiado. O plástico é bem mole e permite isso. O resultado é bem melhor.
O kit foi montado praticamente out-of-the-box, com pequenos ajustes. As portas do trem-de-pouso
principal eram muito grossas e refiz as mesmas com plasticard. Algumas antenas e tomadas
estáticas também foram feitas de plasticard e colocadas somente no final da pintura.
Uma coisa que não fiz foram os rush-kits dos motores, mas que teriam sido interessantes
para deixar o kit mais realista. Fica para uma próxima.
PINTURA E DECAIS:
A pintura seguiu sem maiores problemas. Como já fal há um bom tempo, a mesma é feita com tinta
Duco e polimento com lixa 2000 e massa nr. 2. O resultado fica muito bom. Não fica tão brilhante
quanto o verniz bicomponente e dá um aspecto mais real. Todos me perguntam qual verniz eu uso
para dar esse resultado.
O grande desafio do kit foi desenvolver os decais da RIO, pois não existem no mercado. Foi uma
das primeiras aventuras reais no Corel Draw, pois não domino a ferramenta. A partir de fotos na
internet, consegui algumas que ajudavam a criar as linhas sobre figuras quase sem perspectiva, o
que ajuda muito no processo.
As cores foram outro assunto complicado. O amarelo eu pegue do próprio site da RIO, mas o verde
era outra história, pois havia muita diferença entre as fotos. Após alguma pesquisa, soube que o
verde era o mesmo da bandeira brasileira e, após mais pesquisas, chegou-se ao Verde Pantone 456.
No entanto, após encomendar a tinta, achei que o resultado ficou muito claro e tive que escurecer
um pouco, com tinta azul. Acho que o resultado ficou bom.
Os decais foram impressos em impressora com jato de tinta. O resultado ficou bom, mas houve
alguma saturação de cores, principalmente se visto de perto. O logo da cauda usa somente o
círculo branco, sendo que a cauda foi pintada totalmente de verde. Pode-se notar que o branco
resultando ficou um pouco diferente do restante da fuselagem.
Além disso, usei uma série de stencils que me foram passados em CorelDraw. Apesar de não possuir
instruções de aplicação, peguei os mais relevantes com base em fotografias. Felizmente não eram
muitos.
CONCLUSÃO:
Achei o resultado muito bom para a simplicidade do kit. Após terminado, dá vontade de montar
outro (o que aliás já estou fazendo, mas é surpresa). Esse é o problema de avião comercial:
Você termina um kit e já fica pensando em montar o mesmo com outra pintura. Se não se cuidar,
você fica montando um mesmo avião por todo o sempre...
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