História:
Em 2006, quando muito se falou na missão Centenário, em homenagem aos 100 anos vôo do 14bis, e do primeiro brasileiro a ir para o espaço, o astronauta Marcos Pontes, participei de uma interessante discussão sobre os modelos que poderiam ser feitos, a partir desse evento. Descobri, que ao contrário do que se pensava, todas as fases e elementos participantes da missão poderiam ser modelados. Essa matéria pode ser vista aqui.

Mesmo não sendo a minha praia, o interesse gerado ao escrever o artigo, me fez adquirir um exemplar do modelo. No entanto, este ficou na estante, até que resolvi montá-lo.

Modelo:
O modelo usado foi o da Maquette. Uma empresa short-run russa, que trabalha quase que exclusivamente com modelos daquele país. O modelo possui poucas peças e uma qualidade de injeção razoável, embora ainda precise melhorar muito. Como outras firmas do tipo, o estireno é do chamado doce (diz-se daqueles feitos de sobras de outras empresas maiores e reciclados). Esse tipo de plástico é mais mole e pode reagir com tintas e colas. Por isso é sempre bom ter cuidado.

Como outras short-run, os encaixes não possuem pinos de contato e é preciso cuidado ao colar. Nem todas as partes encaixam-se perfeitamente, mas não é complicado corrigir com putty.

Pintura:
Não é difícil de ser executada. Para tudo, usa-se um mascaramento simples e pode ser executada rapidamente. O mais difícil nesse caso, foi achar referências confiáveis. Primeiramente, as fotos das Soyuz vêem de 40 anos, de modo que não sabia se as cores tinham mudado ao longo dos anos. Olhando os vídeos do lançamento (todos à distância e com baixa resolução), parece que o foguete é, em sua maioria, branco e não cinza, como sugerem as caixas dos modelos. Felizmente, consegui uma foto de boa resolução, que mostra que esse "branco" na verdade, era gelo seco, gerado pelas reações da decolagem. Ou seja, como sugere a caixa.

Interessente notar que pintei o grupo motor de vermelho. Procurando na internet, achei belas fotos (de uma plasticidade realmente incrível) dos mesmos. Aparentemente, são capotas colocadas para proteger os exaustores de qualquer contaminação externa.

Decais:
Os decais do kit são poucos. Reduzem-se a stencils simples e bandeiras, as quais não me serviam. A parte mais difícil, também aqui, foi achar boas referências dos mesmos. procurando por "soyuz Marcos Pontes", achava-se muitas fotos, mas a maioria de reportagens e de interiores das espaçonaves. De pouca valia. Somente quando procurei por "soyuz tma-8", os resultados foram mais produtivos.

Fiz os decais manualmente, usando, pela primeira vez, uma folha de decais para jato de tinta. Com o Corel Draw, consegui fazer as bandeiras russa, brasileira e americana, estampadas na nave. Além disso, o texto "Soyuz TMA", escrito em cirílico, o qual teve que ser improvisado. A impressão mostrou-se satisfatória.

Nas referências achadas, acabei descobrindo que havia muito mais decais a serem colocados, como o patch da missão, e diversos patrocinadores (parece um carro de F1). Acabei não fazendo-os, pois iria levar muito tempo em procura e de uso do Corel, além do que ficariam muito pequenos na escala.

Conclusão:
O modelo é simples é não tem grandes detalhes. Serve mais para registrar o momento histórico. Curiosidade é que esse kit foi montado em pouco mais de um mês, o que é um recorde, considerando minha média normal.