INTRODUÇÃO:
O Zil-131 é um caminhão multi-função, produzido nos anos 60. Possui tração 6x6 e peso de 3.5 ton. Foi exportado para diversos países e possui uma variante civil (Zil-135). Agora que esbanjei todo meu conhecimento sobre militaria russa, vamos ao kit.

O MODELO:
Na verdade não pretendia montar esse kit, mas promoção é promoção, né? Por apenas R$ 15,00 valia a pena, pois poderia ser usado em algum diorama, já que tenho muitos modelos da URSS, em 1/72.

O kit é da ICM. É um molde moderno, com instruções feitas em CAD; tendência atual, como as Tamiya, Hasegawa, Trumpeter e outras. O kit não possui muitas peças, mas é bem detalhado para a escala, contendo peças para fazer um conjunto de suspensão, motor e escapamentos e acessórios (extintor, retrovisores, ganchos) bem razoáveis. O interior é meio fraquinho, mas não há necessidade de ser refinado demais. Embora os decais se limitem a insígnias, números e placas, o kit possui diversas opções de países, além da opção da caixa, para a ONU. As peças têm poucas rebarbas e algumas delas não precisam ser nem mesmo removidas, pois não afetam o aspecto final.

MONTAGEM:
A montagem é bastante rápida. O detalhe mais importante é prestar atenção mas instruções e ter cuidado com a posição das peças. Por uma distração você pode montar o conjunto de suspensão de cabeça-pra-baixo, ou inverter as peças da caçamba, ou ainda montar metades erradas das rodas, ou posicioná-las erroneamente no modelo (pergunte-me porque estou te atendando a esses itens?) Embora as instruções sejam bem feitas, as posições das peças em cada passo mudam, e por isso, esses erros podem ser facilmente cometidos. Talvez fosse o caso de a ICM fazer alguns alertas, usando pequenas guias; balizas existentes no modelo, para indicar a posição correta.

Para as rodas, o correto seria fazer os gomos das metades dos pneus, formando um V, mas preferi unir as metades fazendo-os alternados. Caso contrário, entre os V's, ficariam umas emendas bem chatas de se corrigir, o que não vale a pena nessa escala. Deixando os gomos alternados, esse problema não existe e o erro fica aceitável.

O motor não apresenta dificuldades, pois é somente a porção do bloco visível, inferiormente. Mais complicadas foram as peças do escapamento, feita em quatro pequenas peças que simulam os canos. O conjunto de suspensão é bem feito, mas precisam de alguns ajustes nas caixas de transmissão. Coisa facilmente corrigível.

O que deu mais trabalho foram as transparências. As peças não se encaixam muito bem na carroceria e precisam de alguns ajustes. No processo de encaixar, acabei forçando as peças e mesmo sem trincar, algumas produziram fissuras, o que prejudicou o resultado final. Na verdade, esse é o maior problema. Com um modelo tão pequeno, todos os erros ficam muito próximos, o que deixa mais evidente os problemas no trabalho.

PINTURA:
Excetuando-se alguns detalhes, a pintura é basicamente preto e Russian Army Green. Não fiz muitos envelhecimentos e sujeiras, pois conversando com um colega meu (ex-militar), ele me explicou que carros de combate, ao contrário do que se pensa, são muito limpos. Só estão sujos ao voltar de manobras e mesmo assim, por pouco tempo. Isso tudo em tempo de paz, é claro.

Fiz apenas um pré-shading com preto, aonde a pintura é verde, dando um tom mais escuro ao modelo. Também não fiz muitos dry-brushes, pois na escala, achei que não ficaria adequado. Alias, é muito fácil perder a tinta das pontas das peças, com o manuseio, um cuidado a mais com esse tipo de modelo.

CONCLUSÃO:
Agora entendo porque o ramo de militaria 1/72 é um dos que mais se desenvolvem atualmente. É realmente gratificante começar a montar o kit num dia e terminar no outro (literalmente). Sem stress com detalhamentos em demasia, photo-etcheds, etc e tudo cabe em um pequeno espaço (o kit cabe na palma da mão). Além disso, é um mercado 99% novo. Com raras exceções, todos os moldes são da última geração de técnicas de injeção, fazendo com que todas as opções sejam de boa qualidade.