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Airfix Avro Vulcan B2/K2 1/72
Por:  (Outros modelos do autor)
Curitiba - PR

Vulcan Vulcan Vulcan Vulcan Vulcan
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Vulcan Vulcan

HISTÓRIA: O Avro Vulcan foi concebido com avião de ataque nuclear, no final dos anos 50. Seu design era revolucionário, com uma grande asa em delta capaz de armazenar, aerodinamicamente, combustível, motores e armamento. Era impulsionado por 4 poderosos e transportava cinco tripulantes dentro de sua cabine (um tanto apertada). Esse seria o terceiro e ultimo avião da chamada Força-V (Valiant, Victor e Vulcan).

Em sua fase inicial eram pintados de branco brilhante (e assim conhecidos pela Early White Era). No entanto, sua vida como tal bombardeiro nuclear teria vida curta. Com o governo britânico acreditando que o futuro da guerra seria somente com mísseis balísticos, muitos projetos foram cancelados (o que levaria à destruição quase que total da promissora indústria aeronáutica inglesa) e os Vulcan ficariam relegados a uma nova função: interditor de baixa altitude. Assim, receberam novos motores, novas asas (em duplo delta) e novos aviônicos, tornando-se a série B2.

Curiosamente, os Vulcan nunca entrariam em combate até praticamente o final de sua história. Somente em 1982, quando estourou a crise das Malvinas/Falklands, eles seriam rapidamente adaptados para combate. Quatro Vulcan foram modificados (todos eles, com cabides capazes de levar os mísseis Skybolt de tempos anteriores) para levar bombas ou mísseis anti-radiação AGM65 Shrike.

Para tais missões, eles precisariam percorrer mais de 15 mil km, o que era muito além do que fora projetado para os Vulcan. Então foi idealizada as missões Black Buck, onde uma série de bombardeiros (agora aviões-tanque) HP. Victor reabasteceriam-se entre si, levando combustível suficiente para que o Vulcan fizesse três reabastecimentos até o alvo e retornasse.

Foram realizadas sete missões Black Buck, sendo que apenas cinco cumpriram seus objetivos. Em três delas foram realizados ataques com bombas de queda livre e outras duas com mísseis Shrike. Na operação Black Buck 5, o Vulcan teve problema de reabastecimento em sua etapa final e acabou pousando na Base Aérea do Galeão, escoltando por F5 da FAB. Um dos quatro mísseis Shrike não foi disparado e acabou sendo retiro pelas autoridades brasileiras. O sucesso das missões Black Buck era questionável. Segundo alguns cálculos, o combustível gasto pelos Vulcan/Victor nas missões seriam suficientes para os Harrier fazerem 17 mil missões semelhantes, entregando uma quantidade de bombas muito superior. Outros dizem que o motivo principal seria mostrar à Argentina que em caso de problemas graves, Buenos Aires não estaria a salvo de uma retaliação (nuclear, até), Enfim, coisas da guerra...

Ao entrarem em combate, os Vulcan estavam para serem retirados do ativo da RAF. A guerra das Malvinas foi o único momento de combate real dessa plataforma e os Vulcan remanescentes foram descomissionados no ano seguinte. Curiosamente, em uma combinação de poucos acidentes, falta de utilidade das peças e estruturas restantes, aviões não exportados e uma relativa produção em série, grande parte dos Vulcan foram expostos em diversas bases e museus pela Inglaterra, sendo facilmente encontrados por turistas que forem a esse país.

O MODELO: Já faz algum tempo que esse modelo estava em minha bancada e era uma pedra em meu sapato, pois toda montagem de um kit novo me fazia lembrar que esse trambolho ainda não estava pronto. O motivador para terminá-lo foi o V Open Superkits, que nesse ano comemorou os 30 anos da Guerra das Malvinas. Já estava decidido, há muito tempo, em fazer o modelo XM597, o que pouso no Rio de Janeiro.

Sobre as opções de kit no mercado, o kit da Airfix é o único disponível no Mercado. Ele foi lançado inicialmente pela antiga MPC, mas posteriormente a Airfix o relançariam diversas vezes em inúmeras caixas. Inclusive, o único realçamento foi recente, com apoio a associação Vulcan To The Sky), onde parte dos recursos são destinados a manter o Vulcan XH558 em condições de voo. Seja como for, mesmo com diversas opções de versões, todas são do mesmo kit.

A Anigrand ainda possui o Vulcan na escala 1/144 em resina e a Sanger Engineering possui uma versão 1/48 em Vacuumform, para candidatos a ataques psicóticos.

O kit da Airfix, bem...é um kit da Airfix. No geral, ele possui bons encaixes e diversas opções de versões. No entanto, possui alto relevo e seus detalhes são demasiadamente simplificados, principalmente o cockpit, motores e conjuntos de trens-de-pouso. No entanto, a vantagem é que é um kit bem grande e é possível fazer bons trabalhos de detalhamento.

Há alguns sets de detalhamento com conjuntos da FlighPath e da Two Mikes que melhorar os bocais dos motores, escadas de acesso, caixas de trem-de-pouso e trens e rodas. Afora isso, optei por fazer uma das maiores loucuras em scratch, que era fazer todo o interior do cockpit. No entanto, não adiantaria nada fazê-lo para deixar fechado, pois as janelas são bastante reduzidas e impossibilitaria qualquer visão dos detalhes. Para isso, eu abri uma das laterais do avião para permitir tal visão. Além disso, optei por na colocar o canopi dos pilotos. Além disso, com ajuda do Rafael Machado, foram desenvolvidos um set de Photo-Etcheds que faria o interior do bombay, além de diversos outros detalhamentos.

A MONTAGEM: Um dos primeiros passos foi rebaixar o relevo do avião. Por ser grande, o trabalho impressiona, mas não é tão ruim como muitos pensam. São muitas linhas retas (o que não é reto, geralmente eu deixo quieto, que ajuda a dar uma diferenciada nos relevos). Além disso, o kit ficou tanto tempo na bancada que se eu fizesse uma linha por dia, ainda teria sobrado tempo.

Após a decisão difícil de fazer o cockpit, passei a faca na lateral direita do cockpit (pronto, agora não teria mais volta). Corri atrás de referências sobre o mesmo. Dentre as poucas fotos que consegui, havia uma muito interessante de uma visão 360 graus de um dos Vulcan hoje expostos. Tal foto foi de grande utilidade para pegar detalhes e conhecer melhor a apertada cabine dos Vulcan.

Boa parte da cabine foi feita em scratch, algumas com maior liberdade poética, outras seguindo melhor os desenhos e fotos. A cabine de pilotagem foi razoavelmente fácil, pois contava com o painel da FlightPath. Já a cabine dos engenheiros foi mais complicada. Primeiramente tive que acertar a estrutura geral, depois fazer os assentos e mesa de operação, colocar os detalhes ao redor e fazer o painel de instrumentos.

Para esse, contei com a ajuda do colega Alexandre Rezende que desenhou em Corel Draw o mesmo, a partir de um desenho esquemático. Posteriormente, o Rafael Machado desenvolveu um de seus Photo-Etcheds a partir do mesmo esquema.

Outras melhorias foram os assentos dos operadores; são três, sendo que um deles é diferente dos outros dois, lanternas de iluminação, cintos, detalhes como tubulações, maçanetas, conjuntos de primeiros-socorros, extintores, assento dobrável para passageiro (um sexto tripulante), cortinas, etc foram feitos a partir das fotos. Mesmo com tantos recursos para visualizar tais detalhes, não é muito fácil fazê-lo. Por isso, antes de fechar a fuselagem, tirei algumas fotos que permitem visualizar melhor o trabalho.

outra grande melhoria foi o Bombay, também desenvolvido pelo Rafael Machado. A partir de desenhos e fotos que ele possuia, ele fez um grande conjunto de peças o que permite um aspecto final bem interessante. Dentre os detalhes, há um tanque auxiliar que era colocado dentro do mesmo para permitir maior autonomia. Os Vulcans poderia utilizar até três desses conjuntos.

A cor correta do Bombay é branca, mas as fotos que eu verifiquei eles eram de um beje desbotado (provavelmente um primer ou envelhecimento dos aviões expostos). Sejam como for, eu preferi pintá-los com esse tom beje e sujá-los com betume, o que dá um efeito envelhecido bonito. As caixas dos trens-de-pouso foram feitos com um set da Two Mikes, onde foi feito o mesmo tipo de pintura e envelhecimento.

Para as entradas de ar dos motores, eu preferi fazer o Vulcan com os FOD Guards. Isso porquê as entradas de ar são formadas por duas peças que são difíceis de tirar as marcas de emenda entre as mesmas (e depois, após colocá-las na fuselagem. Ainda assim, o trabalho de lixar a massa nesses pontos de acesso é bem grande. Os FOD Guards foram feitos com plasticard. Após diversas tentativas frustradas, o melhor resultado foi fazendo a peça manualmente e fazendo ajustes até o melhor encaixe. Detalhe é que as mesmas ficaram visivelmente assimétricas.

Falando em motor, os originais da Airfix são horríveis. A Flightpath possui duas peças para substituição, mas é necessário cuidado. Primeiramente, as peças são maciças na parte do bocal. Vale a pena abri-las com uma broca manual, sempre com muito cuidado, pois a peça é frágil e pode quebrar na sua emenda. Além disso, há um outro problema: A peça é menor que o encaixe das fuselagens do kit. O Rafael teve o mesmo problema e acabou corrigindo-o com muita massa. Com soube disso antes, eu peguei as metades da fuselagem e lixei-as naquele ponto. O plástico no local ficou bem fino (e bem frágil), mas o encaixe ficou quase perfeito. Para prender as peças nessa posição (a qual é bem diferente da posição original, eu usei a técnica radical da lâmina quente. Esquento uma lâmina de corte no fogo e quando ela está em brasa, encosto no plástico de modo que as duas emendas derretam e soldem-se em uma única peça. Essa técnica é boa para unir determinadas peças rebeldes, mas corre-se o risco de danificar o kit.

Após montar os motores, pode-se verificar nas fotos que o Vulcan possui um segundo bocal mais interno. Ele foi feito com uma lâmina de latão enrolada e colocada no lugar. O ideal seria usar uma cápsula de bala, mas não achei no diâmetro adequado. Ainda usei pequenos pedaços de agulha de injeção para fazer os exaustores auxiliares (não sei o que são, talvez alijadores de combustível) que ficam entre as duas naceles dos motores. Cabe ainda outro detalhe. Os Vulcan possuem os motores de séries diferentes no lado direito e esquerdo. Por conta disso, há uma peça (uma carenagem inferior) que só deve ser colocada sob o conjunto direito. Não sei o motivo disso, mas não encontrei nenhuma foto que mostrasse o contrário.

Os trens-de-pouso foram feitos com detalhamento da FlighPath. Para o correto alinhamento das rodas principais (não é fácil colocar 16 pontos no mesmo plano), sugerem-se montar o trem-de-pouso em conjuntos separados. O kit permite que a peça seja apoiada sem cola, inicialmente. Assim, você monta o kit e apoia-no sobre um plano. Após estar com a posição correta, você cola a peça, fixando-a na posição definitiva.

A parte frontal do canopi, eu decidi manter, pois a flighPath possui uma peça pronta. Tive que fazer o mesmo esquema da peça semelhante existente no HP. Victor. Depois de dobrar o Photo-Etched na posição correta, fui cortando as janelas de acetato e colando-as individualmente. Caso contrário, elas não se assentam na posição correta. Ainda acrescentei um cabo externo, pelos quais saem as fiações dos limpadores de pára-brisa.

Os freios aerodinâmicos foram feitos com conjuntos da FlighPath e alguns do Rafael. É importante entender o funcionamento dos mesmos para saber como eles ficam no final da montagem, pois as instruções não ajudam muito e não há muitas fotos que esclareçam os detalhes.

Quanto aos suportes dos Shrike, mais uma luta. Até então eu não sabia, mas achava que o Vulcan usassem apenas dois Shrike, um em cada suporte (Esses suportes eram dos mísseis Skybolt, e esse é um dos motivos pelos quais os Vulcan foram Vulcan selecionados). Os dois suportes vem do kit da Airfix, e como realmente o são, são assimétricos, até ai tudo bem. O problema é que descobri que na missão Black Buck V, por conta dos resultados da missão anterior, decidiu-se que era mais prudente levarem quatro mísseis, dois em cada suporte. Somente então descobri que havia esse suporte duplo. A peça foi confeccionada em Scratch a partir de um conjunto de lançadores duplos existentes no F8U da Academy. O problema é que eu precisaria de dois kits desses, para fazer dois lançadores desses. Eu vi um kit desses montado por um colega, no Open do GPFOR deste ano. Entrei em contato com o autor que gentilmente me cedeu as peças. O Shrike foi cedido pelo colega Kiko e eu optei por fazer apenas um exemplar, tal como o avião chegou ao RJ.

Por fim, ainda fiz os flaps baixados, a partir das peças de PE do Rafael, mas confesso que é bastante trabalhoso. Por isso, decidi não fazer outros melhoramentos como Ailerons e leme.

PINTURA E DECAIS: Outra questão polêmica foi a pintura. Até então, eu pensava que os Vulcan (camuflados) usassem dois tons de camuflagem Cinza e Verde, e Branco-Gelo e Marrom, para o inverno. Pensava que os Vulcan das Malvinas usassem esse segundo esquema, pois só havia encontrado fotos assim. O que descobri, com ajuda de colegas do GPPRH era que todos os Vulcan só utilizavam o esquema Verde-Cinza que era um padrão da RAF desde a WWII. O tal branco-marrom seria somente efeito de luz ou desgaste dessa pintura.

Porém não fiquei conformado com essas explicações e resolvi usar de liberdade poética. Primeiramente, pensei que se os Vulcan seriam desativados em 1982, sua pintura deveria estar no limite do desgaste/descoloração, por isso, resolvi puxar o verde para um tom marrom (Para isso, me baseeino tom Brown-Violett da RLM) o que ficou bem interessante (A tinta foi feita com mistura manual e utilizava tons de laranja, roxo e marrom; nada de verde, embora os as cores primárias do verde estivessem presente nos outros componentes). Já o Cinza, optei por fazer um tom mais claro, de modo a mostrar a descoloração. O resultado, para mim, agradou bastante. Não ficou nem 8 nem 80 e permite compatibilizar os dois tons, como eu pensava originalmente. Alguns pontos de wash para dar um envelhecimento. Detalhe é que a camuflagem era feita com máscara e não há esfumaçamento entre os tons.

Os decais são praticamente os originais do kit da Airfix, exceto pelo fato que ela não disponibiliza a versão XM597. A FCM lançou um set comemorativo para os 30 anos, os quais eu utilizei os números os Mission Marks que foram aplicados no nariz, posteriormente. Crítica às instruções da Airfix que parecem ser cópias de fotocópia e não é possível identicar qual decal deve ser colocado e em qual posição. Fato agravado pelos decais não possuirem nenhuma numeração.

Outro ponto a comentar é Shrike, que fiz com uma camuflagem que vi na revista Aviões de Guerra. Não sei se os mísseis da missão BBV estavam camuflados, mas é que achei esse esquema tão interessante que resolvi aplicar. A ideia era fazer com aerógrafo, tal como foi feito no míssil original, mas as linhas seriam muito finas e daria bastante trabalho.

CONCLUSÃO: O kit é trabalhoso, mas o resultado é gratificante. Mesmo com diversos problemas iniciais, o kit pode ficar bem apresentável, o que é importante, pois é um modelo grande e certamente chama a atenção. Fico feliz em terminar esse kit histórico e também por deixar minha bancada um pouco mais vazia, dando espaço a outros modelos.

AGRADECIMENTOS: Esse kit levou tanto tempo e envolveu tanto trabalho que não posso deixar de incluir alguns nomes que ajudaram na conclusão desse trabalho. Mesmo sob o risco de me esquecer de alguns:

    Ian Kerr: Pela fotografia 3D e pela ajuda a encontrar a foto, após sumir do site aonde a mesma foi postada originalmente.
  • Alexandre Rezende: Que fez o desenho no Corel Draw no painel de instrumentos da mesa de operadores.
  • Rafael Pinheiro Machado: Pelo set de Photo-Etcheds do Bombay, além de diversas opiniões sobre detalhes e ajustes necessários ao kit.
  • GPPRH: Em especial, ao Sérgio Menezes, pelas discussões sobre pintura do Vulcan e ideias sobre o esquema de cores paras a camuflagem. Ao demais colegas, com suas opiniões sobre fazer ou não o cockpit aberto.
  • Mike Reeves: da Two Mikes que gentilmente, sem custos, me mandou um peça sobressalente do set de trens-de-pouso (na verdade uma peça veio repetida em detrimento de sua simétrica).
  • Kiko: Pelo Shrike usado no kit.
  • Alexandre Ferreira: Pelas peças do F8U Crusader extras, necessárias para fazer os suportes dos Shrikes.
Finalmente, mas principalmente, a Deus por me conceder paciência e disposição, e tempo para terminar esse trabalho e continuar nessa arte.


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