O MODELO:
O Fokker F.27 foi uma (das diversas, aliás) tentativa de substituir o bem-sucedido DC3, no final
dos anos 50. Apesar do relativo sucesso, a quantidade produzida não chegou a ser expressiva em
relação à proposta original.
O F.27 foi muito utilizado no mercado civil em linhas curtas e de baixa densidade e também no
meio militar, atuando principalmente como transporte de tropas. Atualmente, ainda é possível
encontrar alguns exemplares operacionais atuando em ambos os meios. No Brasil ficou famoso por
ser usado pela TAM na ponte aérea Rio-São Paulo, no primeiro boom de crescimento da companhia.
O KIT:
O Kit é da antiga Revell-KIKO produzido no Brasil, com decais da TAM e na estranha escala 1/96
(Box-Scale). O kit exibe sinais do seu tempo, com detalhes em alto-relevo (os quais são até que
bem trabalhados), partes móveis (que mais atrapalham do que ajudam) e alguns detalhes bem mal
acabados como os exaustores e porta lateral. No geral, no entanto, o kit se encaixa bem e é fácil
de montar. A empenagem é evidentemente torta, mas acabei não me fixando nesse detalhe.
Para os interessados, há opções melhores do modelo em escalas mais usuais como 1/144 e 1/72, mais
recomendáveis.
Esse modelo eu acabei recebendo de presente, mas não tinha a intenção de montá-lo, inicialmente.
Curiosamente, acabei descobrindo que o mesmo participou na Guerra das Malvinas e resolvi montá-lo
para a exposição temática organizada pelo Clube Superkits, em 2012.
MONTAGEM:
O kit foi montado praticamente Out-of-the-box com algumas pequenas melhorias, além dos decais,
que tive que confeccionar em separado.
O primeiro detalhe foi colocar bastante peso na frente, para evitar que o modelo sentasse após
terminado. Além disso, antes de fechar a fuselagem, optei por não colocar as janelas laterais, as
quais seriam feitas com acrílico transparente, após todo o trabalho. Também optei por fazer o
porta lateral fechada.
Os conjuntos aerodinâmicos se encaixam bem, mas há diversos pinos de injeção em lugares
impróprios, o que dificulta a remoção dos mesmos. Além disso, em vários pontos ocorre o
encolhimento do plástico, criando sulcos, típico do processo de injeção daquela época.
Na parte de montagem geral, o que mais deu trabalho foram os motores, com peças que não se
encaixavam direito, exigindo bastante lixa, em pontos de difícil acesso.
Sobre os detalhes à parte, cito os mais importantes. Primeiramente as hélices que eu acabei
perdendo durante a montagem e tive que achar substitutas. O problema é que precisava de um
spinner diferenciado e além disso, seriam duas. No fim, consegui com um colega duas hélices de
P47, as quais acabaram servindo. Eu diminui o comprimento, mas não me dei ao trabalho de acertar
a largura, ficando um pouco maior que o correto, mas tudo bem.
Outro detalhe foi o escapamento dos motores. A peça do kit era tão rude que não dava para saber
do que se tratava, nem de como corrigir. A solução foi furar com uma Dremel o local e colocar uma
peça feita de antena de TV cortada em ângulo. O resultado ficou fantástico.
Por fim, não gostei do resultado das rodas do trem-de-pouso principal. Além de parecerem
superdimensionadas, o formato não condizia com o real. Além disso, ela era vazada, para que o
conjunto fosse giratório, o que piorava o resultado. Resolvi copiar as rodas dianteiras originais
do Tu22 que eu tinha, pois não foram usadas e o resultado ficou bem melhor (Curiosidade: essas
rodas erradas do Blinder já foram úteis em quatro outros kits).
Cabe aqui cita que o F.27 usado pela Argentina era o Troopship, que possui portas e janelas
diferenciadas, mas acabei não seguindo à risca esses detalhes para evitar que o kit caísse na
caixa de conversões demoradas. O único porém, foram os tanques subalares, os quais aproveitei de
kits não utilizados da Luftwaffe. Não ficou nas dimensões corretas, mas para mim o resultado ficou
bom.
PINTURA:
Apesar de o tema ser das Malvinas, já aviso de antemão que acabei fazendo uma pintura de um
período posterior, a qual é muito parecida, mas é bem mais bonita. Basicamente é a pintura branca
na parte superior e cinza FS36440 na parte inferior. Ambos foram feitos com tinta duco e polidas
em seguida. Como de costume não uso verniz para esse tipo de pintura, pois o polimento dá o
brilho suficiente, sem exageros.
As partes pretas foram pintadas com Duco Preto Fosco e mascaramento com fita. A linha lateral que
divide as duas cores foi feito com decal, para facilitar o processo.
As laterais das naceles foram feitas com tinta Cromo Extreme Dimension, a qual deve ser aplicada
de leve sobre fundo preto brilhante. O resultado é muito bom.
As hélices dão um pouco de trabalho, pois são feitas em três cores (amarelo, alumínio e preto). A
minha opção foi pintar primeiro o amarelo (em geral, costumo fazer assim, pois o amarelo tem
pequena cobertura de cores e melhor que ele seja aplicado primeiro), mascarando a linha
divisória. Depois pintei o alumínio e por fim as faixas pretas.
DECAIS:
Os decais foram feitos manualmente, com base em fotos dos aviões em sites da internet. Foram
relativamente fáceis, por se tratarem apenas de codinomes, insígnias e bandeiras. O logotipo da
II Brigada Aérea foi tirado de um site sobre militaria argentina.
CONCLUSÃO:
Embora não seja minha temática favorita, o resultado final ficou bom e o modelo é algo diferente,
seja pela escala como pela pintura. Seja como for, se alguém se interessar, recomendo outras
opções em escala mais usual.
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