História:
O Lockheed Constellation foi idealizado por Horward Hughes, para sua companhia aérea, a TWA. Construído sob suas estritas ordens, o modelo voou pela primeira vez em 1943, mas só entrou em serviço após 1945. Suas linhas graciosas, simulando um corpo de tubarão, fazem deste avião um dos mais elegantes de todos os tempos (a opinião não é só minha).
Mais tarde, o modelo foi alongado em 5m e ganhou um radar no nariz, que ficou mais longo. Pessoalmente não acho esse modelo (L1049) tão elegante quanto o original. Seja como for, ambos os modelos fizeram grande sucesso no meio comercial e até no meio militar. Embora suas linhas fossem incovenientes para o transporte - Sua cabine era muito alta e a porta de carga, localizada no final da cauda, não permitia que cargas do diâmetro do avião fossem colocadas no mesmo - ele serviu durante muito tempo no MATS. Além disso, variantes do Constellation, C121 na USAF, serviu como a primeira plataforma AWACS dos EUA, sendo usado na guerra do Vietnã.
Modelo:
O modelo da Heller é o único em 1/72 e volta-e-meia aparece com outras roupagens (Air France, TWA), etc. A quantidade de peças é relativamente pequena (70), mas isso não faz dele um modelo simples. A maior parte das peças tem um bom encaixe. A parte que pega é a pintura...
Um fato estranho é que a cabine, mesmo com janelas mínimas, é detalhada. Já o interior, com suas janelas amplas é totalmente vazio.
Montagem:
Um dos pontos mais complicados da montagem é que o avião precisa muiiito peso no nariz para não tombar. Por mais que se pusesse massa, ele ainda insistia em cair para trás. Fiz uma mistura com durepoxi e bolinhas de chumbo que resolveu o problema. A quantidade de massa foi tanta que as janelas frontais foram providenciamente fechadas com cortinas, para esconde-la.
Outro ponto complicado foi a cauda, com encaixes ruins e necessitando de muita correção. Esses defeitos ficavam evidenciados somente na hora da pintura.
Os acrílicos não aguentaram tantos ataques de Fluído de Freio (ver Pintura) e tive que refazer as janelas. Felizmente, a abertura da janela era quase igual àquelas feitas por um furador de papel. Eu usei o furador em uma folha de acetado e consegui fazer as janelas. Um toque especial foi feito com tinta para simular as cortinas.
Pintura:
A pintura foi feita com tintas Duco de tons metálicos acrílicos da Pterocolors. Infelizmente a pintura nunca funcionava ao contento, sendo necessário refazê-la umas quatro vezes. Digo que esse modelo recebeu ao todo umas 32 camadas de tinta.
Tive muitos problemas com o primer que insistia em descascar ao tirar a fita. Além disso, a tinta metálica dava muitos problemas de brilho com o uso da fita. As tintas metálicas da Pterocolors tem um pigmento muito fino que fica no ar, quando borrifado pelo aerógrafo. Sem os devidos cuidados, as partes pretas e brancas ficavam com diversos pontos metálicos indesejados.
Ao final do trabalho, pra não ficar muito feliz, os decais do nariz não se moldavam ao formato conforme o planejado. Ou seja, após todo o trabalho de pintura, tive que refazer os desenhos e faixas do avião com máscara e pintura.
Conclusão:
Como já defendo, avião comercial é para poucos. O modelo, depois de muita insistência ficou bom e muita gente comentou o bom trabalho. Confesso que se o mesmo não fosse presente para um colega meu, Pedro Hagel, acho que ele nunca teria ficado pronto.
Fotos: Jairo Osvaldo Auras |