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Revell Fishing Trawler (Shipwreck) 1/142
Por:  (Outros modelos do autor)
Curitiba - PR

Shipwreck Shipwreck Shipwreck Shipwreck Shipwreck
Shipwreck Shipwreck Shipwreck

Introdução:
Esse modelo foi feito à pedido do meu irmão. Ele queria fazer um modelo envelhecido, com base em fotos de navios naufragados (shipwreck) na internet. Eu gostei do desafio, mesmo não montando navios com frequência, pois poderia testar diversas técnicas de envelhecimento, despudoradamente. Além disso, não precisaria me preocupar com cores, photo-etcheds, etc.

O Modelo:
O navio é um Fishing Trawler genérico, da Revell. Vem em uma escala um tanto quanto esquisita (1/142), mas tudo bem. O modelo é relativamente simples, com pouco detalhamento. As estruturas do casco e das ilhas são bem feitos, com bons encaixes, já as peças que servem de detalhes são muito rudes, principalmente com rebarbas.

Técnicas de Envelhecimento:
Ao montar o navio, pesquisei bastante em fotos, para ver como funcionava o processo de ferrugem e das (des)colorações envolvidas. Talvez um defeito do navio, seja o fato de eu fazer esse processo durante a montagem, fazendo que alguns detalhes pareçam com idades diferentes...

A ilha foi a primeira parte. Nela apliquei uma cor Hull Brown e esperei secar. Depois, fiz um wash bem pesado de preto, com intuíto de deixar as "lágrimas" da tinta. O resultado ficou muito bom. Se quisesse fazer todo o navio enferrujado, bastaria isso. Apliquei ainda um pouco de pastel ocre e ferrugem, para dar diferenças de tons.

No deck, apliquei uma cor marrom caramelo e depois uma camada de betume, para dar o tom de madeira. Como deveria parecer madeira podre, apliquei uma camada de verniz fosco, para tirar o brilho. Ainda passei a Dremel em algumas madeiras do deck, para fazê-las caidas, mas não foi um resultado muito interessante.

No deck, ainda haviam as caixas de materiais. Pintei de verde, aplicando um dry-brush de tinta metálica, para simular o desgaste normal. Depois um pouco de pastel ocre. Por fim, o mesmo wash pesado e verniz fosco.

No deck, deixei esquecida uma rede de pesca. Foi feita com uma providencial uma ex meia-calça de minha esposa. Cortei um pedaço mais um menos irregular, dobrei num estado que parecia uma rede de pesca e mergulhei na solução do wash preto. O resultado foi muito bom. O peso da água, inclusive, eliminou a necessidade de colocar um peso para amassar a rede.

Na proa, fiz um envelhecimento de ferrujem, no sentido do tombamento do navio, conforme as fotos. A ferrugem se acumulava nas junções com as grades e escorre para o lado do navio. Primeiramente, fiz um amarelado em pastel ocre. Depois o mesmo, com ferrujem. Por fim, misturei pastel marrom e ferrujem com betume e apliquei somente nas junções com as grades. O resultado, de perto não parece legal, mas de longe fica bem interessante.

Todas as grades foram feitas com arame; o único item scratch do trabalho. As grades de plástico eram muito grossas. Além disso, o arame ficou um pouco torto, ajudando no efeito de envelhecimento. A tinta também não aplicava bem, descascando, e não foi necessário um dry-brush. Somente apliquei o pastel marrom com betume nas junções.

A pintura do casco foi um dos aspectos mais interessantes. Eu consegui o efeito quase que por acaso. Depois de tentar outras pinturas, resolvi tirar a tinta, pois o resultado não ficou bom. Ao tirá-la com fluído de freio, ficaram algumas cascas que deveriam ser tiradas com lixa. No entanto, verifiquei que se as deixasse, e aplicasse a tinta por cima, daria um bom efeito de camadas de tinta enferrujadas. O resultado ficou muito bom.

Para fazer as manchas alaranjadas, tentei muitas técnicas, todas sem sucesso. Resolvi fazer um wash usando tinta laranja. O resultado ficou muito legal. Depois apliquei uns pastéis ocres para dar uma qubrada na homogeneidade. Usei também a mistura de pastel com tinta óleo para as partes mais enferrujadas. O resultado ficou bom, exceto pelos dois lados terem sido feitos em separado, com resultados diferentes.

A parte preta do casco, fiz inicialmente aplicando uma tinta qualquer. Ainda molhada, apliquei uma serragem e esperei secar. Tirei o excesso de pó e depois selei com um verniz para grudar melhor o que sobrou. Ao passar as camadas de tinta (ferrujem e cinza), ficou um resultado interessante de casco enferujado ou com cracas. Na parte mais inferior, apliquei um verde brilhante, o que simulou bem os mexilhões presos no casco.

Ainda fiz um wash, no sentido vertical, apenas para dar o efeito de água escorrida, mas não ficou muito visível. No entanto, é necessário, para que o casco inferior não fique muito homogêneo.

Na parte superior, abrir todas as janelas e em algumas delas apliquei o Acrílico Transparente para Aertesanato (Corfix), dando o aspecto de vidros quebrados. A parte mais complicada foi conseguir a cor para os tetos do navio. Tentei diversas cores, mas nenhuma agradou. Por fim, apliquei vermelho Insignia Red, que ficou fosco, com um resultado mais real. Depois apliquei uns tons de pastéis para simular a ferrugem e o queimado de sol.

Nos detalhes do barco, fiz uma técnica genérica em todos os mastros e demais peças. Pintei inicialmente de branco, amarelei um pouco com pastel. Nas dobras e nas partes onde a água escorreria, apliquei tinta óleo com pastel. Ainda úmida, passei pó de giz pastel, o que dá um relevo na ferrujem. O efeito é interessante, mas eu acho que ficou muito diferente das referências fotográficas.

A Praia: Para finalizar, foi preciso fazer um praia, onde o navio estivesse encalhado. Inicialmente tentei fazer com gesso, em um plano inclinado, mas o resultado foi uma droga. Além disso, o gesso se desgrudava facilmente da placa de MDF. Resolvi trabalhar em um plano horizontal mesmo.

Primeiramente, fiz o corte o navio deveria se encaixar. Acertada a posição, comecei a fazer a praia. Apliquei uma camada de tinta PVA e ainda fresca, povilhei-a com farinha de trigo. Após secar, bati a base, tirando o excesso de farinha. O resultado é uma superfície áspera. O trigo mostrou todas as marcas de pincel, mas após pintar com uma camada de tinta aerografada, isso não foi um problema.

Para a parte molhada da praia, primeiro pintei com um marrom mais escuro. Depois várias camadas de laca brilhante da Color Gin. O resultado ficou um pouco irregular, mas não achei muito diferente das praias que vi. O resultado é bastante bom, desde que se olhe no mesmo nível de um espectador na praia.

Ainda fiz o bote salva-vidas, cortando a parte superior, para fazê-lo parecer enterrado. Ia ainda incluir algumas rochas em volta, mas o resultado ficou muito irreal e resolvi deixar apenas esses elementos mesmo.

Conclusão:
O trabalho foi um pouco cansativo, mas o resultado geral ficou bom. Gostei de trabalhar essas técnicas de envelhecimento e recomendo a todos que tentem fazer alguma coisa no estilo (não precisa ser necessariamente um barco). Aprendi que muitas técnicas não se resumem a imitar o real, pois ao tentar fazê-lo, consegue um resultado diferente, mas devemos tentar "escrever torto, para conseguir as linhas retas". Muitas dessas técnicas poderão ser aplicadas em futuros modelos, ainda que não necessariamente no mesmo nível de envelhecimento.


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