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Monogram Bell UH-1B Huey 1/48
Entre 1950 e 1953, a Guerra da Coréia deu ao Exército dos Estados Unidos a principal oportunidade para avaliar o helicóptero sob condições operacionais. Isso aconteceu inicialmente com o Bell OH-13 Sioux, nas funções de observação e evacuação de feridos, e depois com o Sikorsky H-19, com sua grande cabine capaz de acomodar até dez soldados armados ou uma carga equivalente de suprimentos ou munição.
Esses dois modelos, bem como o Sikorsky HO4S, usado com sucesso em missões de salvamento pela Marinha, eram propulsados por motores a pistão.
Em Stratford, Conectcut, no quartel-general do fabricante dos motores Lycoming, uma equipe de engenheiros liderada por Anselm Franz, estava desenvolvendo, sob contrato com o governo norte americano, um motor de turbina a gás leve e muito compacto.
O turboeixo XT-53, que a princípio desenvolvia 700 HP, foi escolhido para propulsar o novo helicóptero utilitário do Exército, o Bell Model 204, cujo protótipo XH-40 havia vencido a competição do "Sistema de Apoio 443L" voltado para o exército americano que buscava um substituto para os seus H-34 Choctaw, em 1955.
Os trabalhos de detalhamento do projeto começaram em junho de 1955, e já em 22 de outubro de 1956 o piloto de provas da Bell, Floyd Carlson, voou com o primeiro dos três protótipos XH-40 de pré-série, com o acréscimo de 31 cm no comprimento da cabine para acomodar quatro macas. Um protótipo foi avaliado pela USAF na AFB Edwards, e outros foram entregues ao exército para um amplo programa de testes em Fort Rucker.
Em junho de 1959, a Bell começou a entregar os primeiros HU-1A, batizados de "Iroquois" (a velha mania americana de usar nomes de tribos indígenas em seus aparelhos), porém este nome foi praticamente esquecido quando os soldados apelidaram o aparelho de "Huey" ("HU" representava "Helicopter Utility", e a designação "HU-1" rapidamente levou ao famoso apelido: "Huey". Posteriormente, o EUA aprovou um novo regime de tri-serviço de designação de aeronaves e assim o "HU-1A" se tornou o ÜH-1A). Em comparação com os 2565 Kg do protótipo, o HU-1A foi liberado para operar com um peso bruto de 3254 kg, sendo propulsado pelo motor T53-L-1, que desenvolvia 770 HP. Catorze unidades foram destinadas para treinamento em apoio a um programa de expansão de tripulações. No início da década de 60, quando o presidente Kennedy resolveu intensificar o apoio americano ao Vietnam do Sul, os primeiros UH-1A começaram a chegar ao Sudeste Asiático. Os helicópteros ambulância ("Medevac") do 57º Destacamento Médico (mais conhecidos como "Dust Off") foram enviados em abril de 1962, seguidos em setembro pelos aparelhos da Companhia de Transporte Tático Utilitário.
Os helicópteros da Companhia de Transporte Tático Utilitário estavam normalmente armados com uma metralhadora de 7,62 mm fixada na parte dianteira dos esquis e, mais atrás, com lançadores de até oito foguetes de 70 mm.
A tarefa inicial da unidade foi proporcionar apoio aos Piasecky CH-21 Shawnee e outros helicópteros de transporte que operavam na função de assalto e que sofriam pesadas perdas. Logo se tornou clara a necessidade de armamento mais pesado para os Huey atuar.
O desenvolvimento do UH-1B com motor T53-L-5 de 960 HP e peso bruto de 3855 kg, permitiu quadruplicar as metralhadoras M60 de 7,62 mm e os lançadores de foguetes transportados externamente, além de possibilitar a instalação de armas na cabine para serem operadas por um artilheiro na porta.
Os governos dos presidentes Kennedy e Johnson ampliaram gradualmente o Comando de Assistência Militar em Saigon e por volta de 1963 a UTTCo recebeu seus primeiros onze Huey UH-1B com motor mais possante, quatro metralhadoras M60 e dezesseis foguetes de 70 mm de estabilizadores dobráveis. As tropas no campo de batalha começaram então a fazer suas próprias adaptações, sendo difícil encontrar um Huey sem ao menos uma metralhadora na porta.
Mas o UH-1B não tinha potência necessária para transportar armas, munições e ainda acompanhar os Hueys de transporte. Com isso, a Bell projetou a versão UH-1C (primeira variante construída primordialmente como plataforma armada), com maior capacidade de combustível e melhor desempenho, que permitiu uma utilização mais eficiente dos Huey nas operações contra as forças do Vietnam do Norte. O motor T53-L-11 acionava o novo sistema de rotor Bell 540, cujas pás tinham a corda aumentada de 45 para 68 cm (17 para 27 polegadas), assegurando assim maior manobrabilidade e sustentação.
Finalmente em 1965, o presidente Johnson deu início à escalada maciça das forças norte americanas no Vietnam, colocando o general Willian C. Westmoreland no comando dos MACV. A força de elite da Primeira Divisão de Cavalaria Aérea estabeleceu-se em Anh-Khe em 03 de outubro de 1965.
Desde o início do conflito, os pilotos do Exército perceberam que os helicópteros podiam funcionar efetivamente como plataformas armadas, atacando alvos inimigos em terra e, às vezes, "amaciando" uma "LZ" hostil antes de um ataque das forças inimigas. Desde os primeiros envolvimentos por meio da Primeira Cavalaria Aérea, os Huey foram divididos em "Lisos" ("Slicks" - Helicópteros PHhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh hhhhhhhhhdesarmados ou levemente armados que introduziam tropas) e as plataformas armadas "Gunship" para ataque direto ao inimigo. Curiosamente, o Bell AH-1G "Huey Cobra" começou a chegar à zona de combate em setembro de 1967 com o objetivo de substituir o atual Huey que atuava "adaptado" como plataforma armada. Entretanto acabou agindo em conjunto, pois os pilotos dos Huey "gunship" achavam o UH-1 mais versátil para atuar no "dia-a-dia", efetuando missões variadas (combate, carga, resgate, etc), coisa que o AH-1G não podia fazer. Outro ponto levado em conta foi que os artilheiros de porta dos Huey podiam atirar em direção à traseira do helicóptero (o "Cobra" tinha que virar em direção ao inimigo) e também compunham um par de olhos "extra" para vigiar o inimigo que surgia "do nada".
A aviação do Exército cumpriu, sem a menor dúvida, um papel significativo numa guerra que, para alguns, foi ganha militarmente, mas perdida na mesa de negociações. Análises à parte, a verdade é que, na época em que um acordo pôs fim ao envolvimento norte-americano no conflito, o Exército dos Estados Unidos nunca mais iria tentar qualquer ação séria sem empregar sua capacidade aérea heliportada.
Texto adaptado do livro "Aviões de Guerra", volume 07. O Kit: Em 2009, nas minhas navegações pela WEB, acabei achando uma sucata de um modelo Monogram na escala 1:48 que me chamou a atenção pelo ano de sua injeção: 1966 (o ano que eu nasci)!
Faltava a caixa, uma das pás do rotor principal, a caixa de munições interna, piloto, algumas transparências, decalques, uma das metralhadoras laterais e o assento do co-piloto...
Um kit ültra-simples", mas que me agradou num quesito que considero importante: a riqueza de detalhes em baixo e/ou alto relevo, aliado à texturização das chapas e seus rebites apresentados bem próximos ao modelo real...
Enxerguei neste kit um modelo "potencial" que, devidamente modificado, poderia ficar apresentável e proporcionar uma agradável montagem. Assim, fechei negócio com o Senhor Sidney da "Brinquedos Raros" e aguardei chegar minha "encomenda" (isso em 2009). Após chegarem as peças (demorou uma semana), pude avaliar melhor a dita "sucata" e observar a principal característica de um kit injetado nos anos 60: O "empenamento"!
Avaliem as peças nas fotos seguintes...
Para um kit fabricado em 1966 (quase 50 anos de idade!) até que estava conservado! Mas as metades da fuselagem não se encaixavam nem por "reza brava"...
Além de apresentar pontos irreais em tamanho/proporção como, por exemplo, a caixa de sensores de antena da foto acima, que deveria ser menor e em formato retangular conforme a referência abaixo...
Ainda em 2009 começou a busca por referências para a montagem. Na WEB se acha muita coisa (informação confiável e não confiável), daí a necessidade de se trabalhar com fotos reais e usufruir de relatórios e dados históricos sobre essa famosa aeronave de asas rotativas. Em 2011 já me considero "apto" para começar a montagem e errar o mínimo possível. "Errar"? Isso mesmo! Ao contrário do que muitos podem pensar, montar um "Huey" não é tarefa fácil! Existe um emaranhado de versões/combinações que confundem até os mais experientes plastimodelistas. Os kits disponíveis no mercado apresentam variações significativas e fazer um modelo "versionalmente correto" exige um nível de trabalho e pesquisa bem superiores ao tradicional. O relatório a seguir tenta mostrar o nível de dificuldade e os pontos pesquisados para essa montagem. A "FAMÍLIA" 204: Durante a longevidade do Huey, a Bell utilizou duas plataformas básicas para os modelos UH-1: a plataforma 204 e a plataforma 205. Como o objetivo dessa montagem é retratar um elemento da "família" 204, vou enfatizar essa plataforma e tentar mostrar suas diferenças no quesito "versões". O alvo dessa montagem é um modelo "B". Mas como identificá-lo?
Existem várias diferenças entre as versões da plataforma 204 e 205. O amigo Cleder da "Helikits" divulgou, por exemplo, esses dados...
Essas são as diferenças básicas, mas quando olhamos fotos como as que seguem, ficamos confusos...
Perceberam como é complicado identificar um modelo Huey? Vamos iniciar conhecendo as versões existentes da família 204: 1. Protótipo 204: O primeiro de todos os XH-40. Notem o estabilizador horizontal bem abaixo do rotor traseiro e não no meio da cauda. Era a Bell nos seus primeiros passos...
2. Protótipo 3 do XH-40: Versão de testes da Bell com algumas melhorias. Notem o estabilizador horizontal agora no meio da cauda, a cabine ainda curta, uma proteção "ovalada" para o eixo do rotor principal, antenas UHF presentes no nariz do aparelho e contrapesos voltados para baixo nas pás do rotor principal melhorado...
3. Protótipo YH-40: O ganhador da concorrência 443L. Notem o estabilizador horizontal aprovado para o meio da cauda (agora móvel), a cabine aumentada em 35 cm entre a janela do piloto e a janela do compartimento de carga, proteção "ovalada" removida do eixo do rotor principal e ausência de antenas HF no teto.
4. Bell UH-1A: O YH-40 com pequenos refinamentos. Notem a pequena antena vertical próxima a luz anti-colisão (acima da saída do exaustor do motor), maçaneta de abertura da porta dos pilotos no meio da porta (mas nos aparelhos de série foi transferida para a ponta da porta), eixo do rotor principal mais curto, contrapesos do rotor apontando para baixo e ponto único de abastecimento no lado direito.
5. Bell UH-1B: O UH-1A com refinamentos solicitados pelo Exército Americano. Mudanças na motorização e adaptação para levar até 03 macas ou peso de 1360 kg e um passageiro (enfermeiro) sentado bem atrás do piloto e co-piloto. Notem o aparecimento de uma antena VHF no teto, maçaneta de abertura da porta dos pilotos definitivamente transferida para a ponta da porta, eixo do rotor principal mais longo e com os contrapesos apontando para cima. O ponto único de abastecimento continua no lado direito. Foi aprovado um degrau de acesso na ponta do esqui de pouso e limpadores do pára-brisa incorporados.
6. Bell UH-1C: O UH-1B com muitos refinamentos solicitados pelo Exército Americano objetivando uma "plataforma armada" de série. Mudanças na motorização e maior potência motriz. Notem o deslocamento do tubo de pitot do nariz para o teto do aparelho, as antenas UHF removidas do nariz, a incorporação de um filtro de partículas na entrada de ventilação do motor (substituindo o sistema "boca de sino"), novo sistema de rotor principal agora mais largo (de 53 para 68 cm de corda) com nova cabeça modelo "540" que eliminou os contrapesos e lança de cauda redesenhada (mais larga). O ponto único de abastecimento passou para o lado esquerdo devido à adição de novo tanque que proporcionou maior autonomia de vôo nesta versão.
7. Bell UH-1E: Uma versão destinada aos fuzileiros adaptada da versão "B". Incorporou um guincho de resgate por elevação no teto do aparelho e posteriormente herdou algumas características da versão "C" como a cauda mais larga e filtro separador de partículas.
Para definir uma versão "E" baseie-se sempre na existência do guincho de elevação no teto, pois os demais detalhes são uma fusão das versões "B" e "C". 8. Bell UH-1F: Uma versão destinada à Força Aérea. Sua principal característica foi a mudança da turbina para o modelo General Electric T-58 GE-3 que tinha um deflector de gases de escape com inclinação de 90 graus, causando uma modificação aparente na saída dos gases do aparelho, caracterizando assim esta versão.
A título de curiosidade, a força aérea só usou o modelo F (nunca atuou com os outros modelos). Existe uma crença generalizada de que esse modelo poderia ser identificado pela existência de duas antenas VHF no teto. Entretanto existem versões com apenas uma (embora a maioria realmente apresente duas antenas no teto).
9. Bell UH-1M: Uma versão derivada do UH-1B (e posteriormente do "C"). Na verdade, a versão "M" foi uma tentativa de se criar uma versão "noturna" do Huey. Ele difere do "C" na motorização melhorada na taxa de compressão e por um pequeno detalhe relativo a uma antena FM inclinada, presente no teto do aparelho, que é ausente na versão "C".
Originalmente os modelos "M" levavam o sistema INFANT (Iroquois Night Fighter and Night Tracker) que era um sistema por IR que permitia visão noturna em vôo para ataques noturnos. Com o fracasso do programa, passou a operar como "diurno" sem tal aparato.
10. Bell UH-1 versões "K", "L" e "P": Versões específicas construídas para a U.S.NAVY (A "K" e a "L"). A versão "K" era idêntica a versão "E" (com guincho de resgate no teto), a versão "L" também se baseava na "E" porém sem armamento algum incorporado.
A versão "P" era mais uma definição, pois não tinha armamentos e era usada para "Guerra Psicológica", atuando com poderosos alto-falantes geralmente em aparelhos "F" da Força Aérea ou em outras versões desarmadas ou adaptadas.
Ok, já não erraremos tanto na hora de identificar um aparelho "Huey". Mas e aqueles nomes que escutamos freqüentemente sobre o UH-1: "Hog", "Heavy Hog", etc? NOMENCLATURA: Agora vou levantar uma polêmica que muitos vão me "crucificar" por discordar (em partes) da imagem abaixo:
Bacana a tabela acima. Entretanto se üm nome" (ou apelido) foi dado a um Huey por determinado tipo de armamento que levava, quais nomes podemos dar as situações abaixo:
Após observar os exemplos que citei acima, podemos apelidar o Huey com as combinações de armamentos não muito usuais (mas igualmente usados no Vietnam) de que forma? Tudo "Hog"? "Heavy Hog"? ou simplesmente "Gunship"? A tabela mostrada no início deste tópico não fala sobre tais combinações, logo, a tabela está certa ou não? Vamos esquecer as combinações de armamentos e pensar em "Tarefas". Os apelidos criados pelos üsuários" do Huey no Vietnam estão mais voltados para as "tarefas" que o Huey desempenhou e não somente pelo armamento que levavam. Podemos citar: 1. "Dust Off" ou "Medevac": Versão destinada a resgate de feridos e mortos;
2. "Hog": Versão armada do Huey operando com armamento externo (geralmente subsistemas M16 ou M21 em conjunto com subsistemas XM157 ou XM158, por exemplo). Estas versões tinham um desempenho razoável por não levar armamentos acima de sua capacidade.
O nome "Hog" provém dos "Javalis" (ou "porco do mato" " ou sei lá o que é (não sou biólogo)) que existia pelas matas do Vietnam aos montes e que eram agressivos e "selvagens". Os üsuários" do Huey gostaram do nome para suas aeronaves adaptadas como plataformas armadas "agressivas" e "selvagens"...
3. "Heavy Hog": Versão Fortemente armada operando com os subsistemas usados na versão Hog somados a outros sistemas incorporados no nariz (M5, por exemplo), cabine e adaptações "grotescas" com canhões pesados, obuseiros, etc. Os "Heavy Hog" tinham fraco desempenho por causa do peso excessivo em armamentos que levavam;
5. "Slick": Tipo destinado a transporte de tropas. A origem precisa do termo "slick" ("lisos") é incerta, mas acredita-se que foi para refletir o fato de que as aeronaves transportadoras de tropas não carregavam armas ofensivas montada externamente (embora carregassem metralhadoras flexíveis nas portas, operadas pelo "Crew Chief" ou "Door Gunner");
6. "GunShip": Designação para versões armadas de Hueys. Foi uma espécie de "resumo" para identificar o conjunto de todas as versões armadas (especificadas acima).
7. "Thumper": Dizem que foi um apelido dado a versão que levava somente o subsistema M5 reforçado pelos artilheiros com M60 nas portas. Nunca ouviu falar? Nem eu.
8. "SuperHog": Dizem que foi um apelido dado a uma versão Huey armada com dois subsistemas M200 de cada lado. Nunca ouviu falar" Nem eu também.
Como visto em algumas fotos acima, vale reforçar que estes nomes foram usados também nos aparelhos da família 205 (Huey com cabine estendida). ESPECIFICAÇõES TÉCNICAS (MODEL 204):
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