Esse texto surgiu como continuidade aos textos de sobre o Exército Brasileiro. Com a ajuda de alguns colegas, encontrei alguns veículos que não estavam na lista. No entanto, descobri que alguns eram exclusivos dos Fuzileiros Navais, e resolvi separá-los, para evitar que os textos anteriores ficassem muito grandes.

Ford GPA Jeep

O Ford GPA foi especificado em 1941, determinando um veículo de desembarque de soldados que poderia ser utilizado após sair da água. O projeto assumido pela Ford, propunha uma conversão do já conhecido e bem aceito Jeep Willys. Os primeiros modelos surgiram em 1942, mas devido a diversas dificuldades de projeto, sua produção encerrou em 1943. Com cerca de 1200 produzidos (outra referência diz apenas 5000, dos 12000 encomendados).

O modelo mostrou-se instável e tinha a poderia afundar com ondas maiores. Além disso, apesar de seu tamanho avantajado, tinha pouca capacidade de carga e seu desempenho nunca atingiu as especificações iniciais.

No Brasil, o modelo foi usado pelo Exército e Fuzileiros Navais, pelos acordos de Lend & Lease, após a WWII.

Guarnição	4 lugares
Motor	250 HP
Comprimento	4,62m
Altura	1,68m
Largura	1,57m
Peso	1,6 ton.

DUKW

Esse projeto surgiu no 1942, quando os problemas do Jeep GPA anfíbio criou a necessidade de um similar maior, equivalente ao caminhão anfíbio. Desenvolvido pela Yellow Truck and Coach Corp, recebeu o nome de DUKW designando (Veículo Utilitários; com Rodas; Dois eixos de hélices; 1942). O trocadilho com Duck (Pato) era inevitável.

O modelo tornou-se um sucesso e foram fabricadas 21247 unidades. O Brasil rescebeu 34 modelos oriundos das Forças Francesas, quando foram reformados e operaram até os anos 80. O modelo inspirou "copias" em diversos países. No Brasil foram construídos 5 CAMANF (Caminhão Anfíbio) usando-se o chassi do Ford F-7000. Não tenho como fazer um comparativo de diferenças mas acredito que ambos podem ser feitos a partir de modelos existentes no mercado.

	DUKW	CAMANF
Guarnição	1 Motorista 58 homens equipados (ou equivalente em peso)
Vel. max.	72 km/h (terra) 10 km/h (água)	72 km/h (terra) 14 km/h (água)
Raio de Ação	350 km	430 km
Motor	GMC 270; 6 cilindros; gasolina; 104HP	Detroit Diesel 4-53N-145HP
Chassi	Ford F-7000 6x6	GMC COE 2,5 ton. 6x6
Comprimento	9,44m	9,50m
Altura	2,66m	2,65m
Largura	2,54m	2,50m
Peso (equipado)	8,87 ton	13,5 ton

LVTP-7 A1 Landing Vehicle, Tracked Personnel

O LVTP-7 surgiu em 1972, construído pela FMC Corp, em substituição aos LVTP-5. Sua principal função é servir como base anfíbia para desembarque de tropas. O programa A1 de revitalização incorporou um novo motor, transmissão, sistema de armamento e maior capacidade operacional do mesmo.

Os LVTP-7 tiveram bastante sucesso em sua carreira, sendo adquiridos por diversas forças, entrando em combate na Guerra das Mavinas (Argentina), na Guerra do Golfo (1991) e na atual invasão do Iraque.

Devido ao seu caratér de assalto, é um veículo que é usado preferencialmente pelas forças Navais-Terrestres (em geral, Fuzileiros Navais). No Brasil, não é diferente, onde o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) adquiriu 61 desses modelos.

Armamento	1 metraladora .50 montada em uma torreta Lança-grandas Mk.19 40mm
Guarnição	1 Motorista 1 artilheiro 1 motorista auxiliar 1 comandante de tropas até 24 soldados
Vel. max.	72 km/h (terra) 13 km/h (água)
Raio de Ação	483 km
Motor	Cummins VT400; 8cil; 4 tempos; diesel; - 400 HP
Comprimento	8,16m
Altura	3,31m
Largura	3,27m
Rampa max. frontal	60%
Rampa max. lateral	60%
Peso (equipado)	25,6 ton.

M113 A1

Ver: Exército Brasileiro - Parte II

Hägglund BV-206D

Embora tenha a aparência de um tanque de lagartas, esse exótico modelo deveria ser considerado mais um trator do que propriamente um blindado. Projeto em 1979, pela sueca Hägglund & Söner, tinha como objetivo um veículo leve, para terrenos acidentados, principalmente com neve.

O BV-206 é composto de uma unidade tratora com motor, transporte e direção e uma unidade móvel que pode ser usada para transporte de carga, soldados ou de equipamentos especializados. Ambas possuem lagartas largas para neve e são feitas de fibra de vidro. Uma curiosidade é que todo esse conjunto é anfíbio.

Apesar do projeto ser modesto, teve um sucesso relativamente grande, com mais de 4000 unidades produzidas até o momento. Vários países utilizam o modelo, incluindo os EUA. No Brasil, existe apenas um exemplar do modelo (1989), o BV-206D, que é a versão radar do BV-206. O radar Ericsson Giraffe 50AT pode ser extendido a uma altura de de 7 metros e tem um alcance de 50 km. Sua missão é fornecer segurança às tropas recém-desembarcadas em terrotório, até a chegada das unidades definitivas.

Guarnição	1 motorista; 5 soldados (frente); 10 soldados (reboque)
Vel. max.	55 km/h (terra); 3Km/h (água)
Raio de Ação	330 km
Motor	Mercedez-Benz OM 603.959.2; turbo; diesel; 125HP
Comprimento	6,86m
Altura	2,4m
Largura	1,85m
Peso	6,3 ton.

Steyr Sk-105 A2 Kürassier

Baseado nas lições aprendidas durante a WWII, surgiu o conceito de veículo leve caça-tanques. Ele não é considerado tanque, pois não possui blindagem capaz de resistir a calibre maiores de 30 mm. Sua função é, sendo leve e ágil, atacar tanques inimigos e fugir em seguida, rapidamente.

Durante a WWII, esse conceito foi amplamente usado pelos soviéticos e aprimorado durante a Guerra Fria. A empresa austríaca Saurer, posteriormente Steyr, produziu um veículo nessas bases, sabendo que o ocidente tinha deficiências nesse aspecto.

O SK-105 foi produzido de 1967 a 1995, totalizando 600 modelos, nas versões A1, A2 e A3. O Brasil adquiriu 17 unidades, do modelo A2 em 2001, além de uma variante de socorro. Todos os modelos eram novos.

Armamento	1 canhão 105 mm e 1 metraladora 7,62mm
Guarnição	3
Vel. max.	70 km/h
Raio de Ação	520 km
Motor	Steyr 7FA; diesel; 4 tempos
Comprimento	7,76m
Altura	2,51m
Largura	2,50m
Rampa max. frontal	75%
Rampa max. lateral	40%
Peso (equipado)	17,5 ton.

Mercedez-Benz U1300L Unimog

A expressão UNIMOG representa um conjunto de veículos e não somente um nome qualquer. É a abreviação de Universal Motor Ger"at (Veículo de Motorização Universal, em alemão). Esse conceito surgiu na Alemanha pós-guerra de um veículo que fosse essencialmente para uso agrícola e que se adaptasse a qualquer função. O projeto previa um veículo médio, tração 4x4. A carroceria alta ajuda em terrenos acidentados e as saias das rodas permitem o uso de diferentes modelos e tamanhos de pneus.

O projeto do Mercedez-Benz Unimog foi um sucesso desde seu início. Apresentando inicialmente em 1951, sob a desginação de U25, logo tornou-se o U401/402, em 1953. O projeto 1300L é derivado desses projeto inicial, mas sem nunca perder sua eficiência. Suas características permitiam que fosse usado como trator, escavadeira de neve, transporte, ambulância, bombeiro, guincho, etc. Toda essa versatilidade foi logo percebida pelas forças militares, que adotou o Unimog em diversas regiões do mundo.

A versatilidade do modelo 1300L (4000) era tanta que todas as forças brasileiras (Aeronáutica, Exército e Marinha) adquiriram o modelo. O Corpo de Fuzileiros Navais utiliza o veículo nas mais diversas funções. O modelo transporte básico, cisterna (água e combustível) e Guincho. Além disso, existe um modelo alongado do Unimog 4000, O 2450L, com três ixos (6x6) na versão Guincho, para Socorro.

Vel. max.	80 km/h
Raio de Ação	760 km
Motor	OM352; diesel; 6 cil.; 130HP
Comprimento	5,53m
Altura da Cabine	2,74m
Largura	2,29m
Distância do Solo	1,19m
Rampa max. frontal	46&grad;
Peso (vazio)	5,2 ton.

Texto:

Fontes e Fotos: