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Jack Leynnwood

Nota do Editor: Michael Boss é ilustrador que teve grande amizade com Jack Leynnwood desde 1971 até a morte de Jack em 1999. Esse artigo foi escrito por Michael e Mary em 1995. Obrigado a ambos por nos contar um pouco sobre esse grande ilustrador (Alan Bussie).

Quando você era criança, você lembra de ter ido a uma loja de hobbies e gastado sua dura mesada em um kit plástico que ficou querendo por semanas? Ou talvez, ficar dando dicas aos seus pais do que queria ganhar de presente (aquele modelo em particular? Talvez voc"e tenha ficado poupando (ou subornando o irmão) para contribuir para o conseguir o último lançamento? Muitos de nós tivemos algum tipo de obsessão por kits em algum ponto de nossas vidas. Havia um artista especialmente talentoso cujo o trabalho era inflamar nossos desejos insaciáveis. Seu nome era Jack Leynnwood, e ele foi responsável por muitas das ilustrações cheias de "energia" que nos fazia querer kit após kit. Durante sua longa carreira, ele pintou centenas de caixas de kits que vão dos anos 50 aos 80.


Revell Nieuport 28 C-1. Essa ilustração de meados de 1960, do kit na escala 1/72 nas marcações de Lt. Douglas Campbell contra Eddie Rickenbacker ("Hat in the Ring") durante a WWI. Originalmente pintado em guache.

A arte de Jack está no inconsciente da cultura americana. A maioria das pessoas já deve ter tido contato com seu trabalho em algum momento de sua vida e nem soube disso. Leynnwood fiz inlustrações para kits de todo o tipo, desde aviões militares, veleiros, Rat Finks, Flash Gordon, naves espaciais e os custons de Ed "Big Daddy". O veterano ilistrador tem um histórico pessal tão cativante quanto seu trabalho.

Jack nasceu em Los Angeles, Califórnia. Sua mãe era uma chinesa, comerciante de antiguidades e seu pai era engenheiro das ferrovias Santa Fe e Southern Pacific. Jack teve a felicidade de crescer em um momento dublamente brilhante na cultura americana: A era de ouro da aviação e a era Silver Screen de Hollywood. Jack era interessado por música, atuaçào e todas as coisas mecânicas. Como adolescente nos anos 30, ele perseguiu seus interesses com maior vigor e persistência que os jovens do seu tempo.

A família de Leynnwood viveu em uma comunidade agrícola de Culver City. Isso era praticamente às portas dos estúdios MGM e Hall Roach. Por causa dessa proximidade, Jack frequentemente fazia bicos no seriados de comédia "Our Gang". Apesar de receber apenas US$ 18,00 por dia, ele lembra "Isso era muito dinheiro na época!". Entre os 8 a 10 anos ele mudou-se para o meio-oeste com grandes planos para se tornar solista de saxofone.

Embora gostaase de música e cênicas, a emergente indústria da aviação fascinou Leynnwood. Como a maioria das crianças, ele construir modelos em balsa, mas ele também desenhava aviões. Jack gastava um bom tempo olhando aviões decolarem e pousarem no aeroporto municipal próximo a cidade de Culver. Ele também se lembra das vezes que foi ao aeroporto para as filmagens de "Helldivers" (1931), onde conheceu atores lendários como Wallace Berry e Clark Gable.

O Jovem Jack tinha esperanças de se tornar um piloto comercial ou músico profissional. Os anos 30 provaram ser financeiramente difíceis para ambos, mas Jack tinha recursos que permitiam correr atrás de seus sonhos. Trabalhando com bicos e lanvando aviões, o joven de 14 anos tinha condições de juntar dinheiro pelas aulas de pilotagem (que custavam US$ 2,00 a hora). Ele rapidamente completou suas 8-10 horas de treinamento em um American Eaglet (um parasol de asa alta) e solou em um Aeronca C-2. "O dono do avião, Pete Leaman, não acreditava e quando dizia~ de acordo com Jack "Era o dia mais feliz da minha vida!"


American Eaglet

Próximo à WWII, ele era saxofonista em uma Big Band famosa nas costa oeste de Ben Sullivan. Jack logo se uniu aos United States Army Air Corps e teve treinamento básico em Buckley Field, em Denver, Colorado. Ele foi designado para , Dakota do Sul e servia em Luke Filed, próximo de Phoenix, Arizona. Em Luke Field, ele começou a voar os North American AT-6s, Curtiss P-40s e sua máquina favorita, o Lockheed P-38. Quando a guerra, Jack adquiriu licença para piloto comercial. Embora ele nunca tenha voado comercialmente, ele sempre voou para diversão.

Após a WWII, ele trabalhava meio-período, uma concessão feita por G.I. Bill. Ele começou a estudar ilustração no Art Center College of Design em Pasadena, Califórnia. Após graduar-se, Leynnwood foi aceito para seu primeiro trabalho de tempo integral fazendo arte de aviões de uma fábrica de aviões que viria a ser bem conhecida, a Northrop Corporation. Seu trabalho era prover desenhos de seus aviões e produtos como os F-89, T-38 e misseis Snark. As ilustrações eram usados para impressos, propagandas e brochuras.





Exemplos de ilustrações para a Northrop

Usando caseína, foto-retoques em tons pastéis e opacos, seus primeiros desenhos enfatizavam o avião retratado pelo equipamento de solo. O trabalho era simples e abstrato e tendia a usar tons de cinza e escalas sub-divididas. Nesse trabalho inicial, Leynnwood mostrava uma preferência por ângulos acentuados na composição entre os planos primário e secundário. Enquanto estava na Northrop, ele ganhou diversos prêmios da Technical Illustrator's Management Association. O grupo era estabelecido pelos técnicos de arte dos departamentos de várias companhias de aviação para mostrar seus produtos e talentos.


Incrível arte do Outlaw para a Revell (courtesia Craig Clements)

No final dos anos 50, a Revell Incorporated, uma emergente fabricante de kits contactou Leynwood sobre o possível uso de seus desenhos como artes de caixa. O primeiro trabalho de Jack foi um Lockheed C-130A Hercules na escala 1/140. Esse foi o início de uma associação muito lucrativa. À medida que o trabalho aumentava, Leynnwood estava pronto para deixar a Northrop e trabalhar como free-lancer em tempo integral. Revell queria mudar seu visual e as artes de Scott Eidson e Richard Kishady deram lugar a Leynnwood e John Steel. Esse período, entre 1959 e 1960 é considerado a Era de Ouro da Revell e das artes para caixas de em geral. O estilo art[istico de Leynwood continou a se desenvolver, assim como as técnicas mais sofisticadas para comercialização de kits.



Ilustraçõs da Revell por volta de 1960

Embora Jack pintasse importantes ilustrações que tinham a qualidade e aparência de arte fina, ser ilustrador é diferente de ser um artista fino. O cliente atua em uma parte importante no processo de criação e desenvolvimento de um desenho - mesmo que a visão do cliente seja diferente da do artista. Ilustradores possuem limites que são impostos a eles, e os kits de Leynnwood não eram diferentes. Ele tinha liberdade para fazer os fundos de seus temas como ele os via, tal como um F-89 no Ártico ou um T34 em Moscou. Mas a Revell instruiu Jack a não desenhar cenas de batalhas contemporâneas. A regra não valia para cenas da WWI ou WWII. Além disso, modelos de veículos alemães da WWII eram proibidos de ter a suástica nazista se o kit fosse comercializado na Europa. Em muitas ocasiões, a ilustração não ficava historicamente correta em marcações ou camuflagens do modelo idealizado, mas os desenhos de Leynwood precisavam atender as exigências.


Revell North American P-51B Mustang. Em uma típica e forte pintura de caixa, "Shangri-La" de Don Gentile. Da pintura original do kit 1/32.

As origens dos materiais usados frequentemente variava. Em uma ocasião era dado uma grande maquete do tema, outra ele podia receber um modelo montado com pintura e decais prontos. Conflitos de opiniões às vezes causam situações desconfortáveis com os ilustradores. O recado de Leynnwood era "com o cliente a questão é o quáo longe você quer ir como artista e o acordo depende do tato com o cliente".


Essa ilustração de Jack para o Boeing 747 dos anos 70 é um dos seus primeiros trabalhos com acrílico. Ele passou um período usando tons escurecidos e pensou que era hora de fazer algo diferente! Sobre os acrílicos, Jack disse, "Não gostei do material, mas fiz o meu melhor com o que tinha".

Nos anos 60, o mercado de plástico explodiu em temas e cresceu em quantidade. Plastimodelismo era agora o hobby número um dentre os garotos na América. Durante seu tempo com a Revell, Jack pintou mais de 650 modelos de caixa. Suas habilidades eram aplicadas em navios, tanques, figuras, carros e nas primeiras séries de espaçonaves e foguetes. Suas ilustrações apareciam em caixas, catálogos, paineis e propaganda. O trabalho mantinha a demanada e ele produzia desenhos de alta qualidade em uma média que variava de um a cinco ilustrações por semana.


Ação dramática no B70 para a Aurora


Fantasma de Doutor Bruxo

Durante esse período corrido, ele começou a lecionar em sua Alma Mater, o Art Center College. Dois dias por semana ele ensinava ilustração. Ele continuou com as aulas por 25 anos.

Nos anos 60 ele pintou o que é considerado um dos mais finos exemplos de arte de caixa. Revell queria um modelo B17 em 1/72 e ele escolheu a lendária 'Memphis Belle', a primeira B-17F a completar as 25 missões. A pintura tornou-se importante por uma razão puramente subjetiva. Ela representava uma verdadeira imagem de força bruta e o poder em proporções épicas. Leynnwood conseguiu isso cortanto parte das asas para enfatizar o nariz, motores, cauda e portas do porão de bombas, bolha giratória e, é claro, a Nose Art.


A inspirada pintura da Memphis Bell de Leynnwood

Durante o bombardeio, a B17 voa em atitude horizontal. Por mudar o atitude como um mergulho, Leynwood estava apto a aumentar uma tensão visual exponencialmente. Pinceladas abstratas do céu e dos disparos das flak tornavam o espaço faziam do espaó um lugar onde as pesadas máquinas se encontravam cara-a-cara com seu inimigo. O cinza leve e o manuseio das bordas colocavam a pintura toda em uma composição chocante. A imagem é propositalmente distorcida para criar o drama e mostrar importantes detalhes do kit.

Na descrição de como ele chegou a essa ilustração, Leynwood explicou que ele usou um kit dos testes de injeção (Uma amostra antes da produção em massa) na escala 1/72 e uma câmera para facilitar os desenhos preliminares. Ele podia então cortar certas áreas do avião, que de acordo com Jack, ñão eram importantes~ e pegar uma imagem tão grande quanto possível da fuselagem, motores e cauda para preencher os quatro lados. A arte original foi feita em caseína.


CURTISS P-40E WARHAWK. Um tiger das Aleutas, pilotado pelo Lt. Col. John S. Chennault foi o tema desse reembalagem do kit 1/32. A pintura, em acrílico, tinha uma palheta distinta. O fundo foi pintado com tons pálidos de rosa e cinza-verde.

Ao final dos anos 60, Jack começou a explorar novas idéias estilísticas que resultaram em alguns dos seus trabalhos mais fino. Revell introduziu séries em escala 1/32 de caças da WWII e Jack teve a oportunidade de fazer as caixas destes. Embora Jacks preferisse tons médios de caseína, guache e óleo, essa série foi pintada em acrílico. Leynwood comentou ~Eu realmente gostava dos médios, mas esses foram os melhores trabalhos que eu fiz" A habilidade de Jack para usar cortes, luzes, sobreplanos e composições criavam imagens de de grande força dramática que Jack já tinha desenvolvido, mas agora ele conseguiu um patamar ainda mais elevado. Pelas pinturas em composições e contínua experimentação, ele conseguiu um novo padrão na qualidade da ilustração aeronáutica.


Revell 1/32 F4U-1 Corsair - Corsair de Lt. Ira Kepford's é mostrado em uma típica missão de suporte de tomada de prai. A pintura foi feita em acrílico e é uma das ilustrações favoritas de Leynnwood.

Em meados dos anos 70, as leis "Verdade na Propaganda" chegaram a indústria do plastimodelismo. Embora as ilustrações capturassem melhor a força e o romantismo na aviação, fabricantes escolheram mostrar fotografias dos kits terminados em suas reembalagens. A ilustração era usada somente em kits novos onde a fotografia ainda não estava disponível. Jack fez mais ilustrações para kits lançados na Europa, nesse período.


Hasegawa UH-1D feito por Leynnwood nos anos 70/80.

Com o mercado de ilustrações para kits em dec'linio, Jack continuou sua vida como ilustrador. Ele passou a criar posters para filmes. Alguns dos trabalhos de Jack incluem 'Midway', 'Tubarão II', "Aeroporto '77", "Gray Lady Down" e muitos outros.

Jack tinha a oportunidade de incluir imagens da avião em seus posters. Um dois mais dramáticos desenhos foi o relançamento de 'Hell's Angels'. A montagem consistia em aviões SE-5s caçando um dirigível alemão, com sobreposições das holofotes e os atores Ben Lyon e Jean Harlow.


Ilustração de Leynnwood para o filme Hell's Angels

A poucos anos, a Society of Illustrators em Los Angeles, deu a ela sua despedida. Depois de anos vivendo em Los Angeles, Jack e sua esposa Joanne se retiraram para Sedona, Arizona. Após a mudança Jack esteve ocupado pintando, correndo e jogando golfe, sendo avô, e é claro - seu antigo amor - voando o AT6 Texan além de outros aviões.

A carreira de Leynnwood cobre 50 anos e sua lista de clientes é grande. Inclui nomes familiares como Revell, Aurora, Mini-Craft, Glencoe Models, Aero Publishers, Plane and Pilot Magazine, Northrop, United Technologies, Schaefer Aircraft, the Garrett Corporation, Hughes Aircraft, Rutan Aircraft, a indústria do cinema e muito mais. Sua arte captura o espírito e o romantismo da aviação. Ele conseguia manter sua integridade como artista e também mostrar aviões e outros em toda a sua glória. Modelismo era destinado às crianças e ele tentava fazer o que elas queriam ver - aviões de perto, canhões disparando, bombas explodindo e muita ação.

E não mudou. Quando você era criança, você se lembra de ir a uma loja de modelismo para finalmente comprar aquele avião com quem sonhou por semanas? Agora você pode se lembrar de uma espetacular ilustração de Jack Leynnwood.

Agradecimentos especiais a Ed Sexton e Bill Lastovich da Revell-Monogram.

Mais desenhos de Jack Leynnwood - Cortesia de Craig Clements e Mike Boss








Texto: Alan Bussie
Tradução:


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