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Executando a Amarração...
Quando alguém olha um veleiro, a impressão que fica é que é algo muito complicado de montar. Essa impressão, curiosamente, afasta muitos modelistas dessa categoria, sendo que na verdade essa é uma etapa bem simples. Além disso, no modelismo de veleiros, a execução da amarração é a etapa que diferencia essa categoria das demais, pois o uso de linhas e cordas é quase exclusivo a essa categoria.
Quando vemos o trabalho pronto temos a sensação de que o aparelho é um emaranhado de fios. Na verdade, essa impressão é enganadora. Todo barco possui instruções dos passos de fiação que pode ser mais simples ou complexas. Basta vocé executar os passos, um a um, que ao final, o resultado aparece como mágica. Não execute todos os passos de uma vez. Os Mastros: O primeiro passo é montar os mastros do barco. Em geral, os veleiros têm três mastros (ou quatro, quando se conta o gurupés). Eles devem ser montados e alinhados. No entanto, não é recomendado colocar as vergas (os suportes das velas) ainda. Elas dificultarão a manipulação do veleiro, podendo até causar algum dano no modelo. Além disso, recomenda-se que o mastro seja montado completamente (exceto as vergas), antes de encaixá-lo no barco, pois é mais fácil de tabalhá-lo assim. Ordenação: Ao trabalhar o aparelho, deve-se trabalhar da proa para popa e de baixo para cima. Isso porque as velas, quando baixadas, não deixam se trabalhar pela parte da frente. Além disso, é normal que haja mais cordas na parte de trás da vela, do que na parte da frente. Por fim, o trabalho em determinado mastro acaba por afrouxar algumas cordas. Se você trabalhar de frente para trás, é mais fácil esticar essas cordas, quando trabalhar com o novo mastro. Em geral, as cordas tendem a puxar os mastros para trás, para resistir a força dos ventos.
Ao puxar as cordas, trabalhe sempre simetricamente. A maioria das cordas são simétricas a bombordo e estibordo. Trabalhando simetricamente, você equilibra as tensões de ambos os lados, caso contrário, você terá um mastro pendendo para um dos lados. Além disso, procure trabalhar no lado onde a verga está mais alta, pois é mais fácil puxá-la que esticá-la. Isso ajuda a alinhar todas as vergas horizontalmente. Cordas: Para explicar que tipos de cordas temos, copiei esse trecho do manual de instruções do Revell Cutty-Sark: Veleiros têm dois tipos de cordas: As cordas de sustentação e de navegação. As cordas de sustentação são permanentemente instaladas; usadas para localizar e sustentar os mastros. Uma vez instaladas, essas cordas tornam-se partes estruturais do navio. Como elas não são manipuladas, elas são impermeabilizadas com betume para protegê-las. Aqui você pode identificar as cordas de sustentação e de nevagação mais comuns:
Assim, você deve usar dois tipos de linha para fazer a amarração. Uma mais escura e uma mais clara. Você pode deixar a corda mais clara dentro de uma xícara de chá preto concentrado, para pegar uma coloração mais natural. Fios de algodão e poliéster costumam desfiar com o tempo. Por isso, antes de utilizar, passe o fio em volta de uma vela de cera ou parafina. Isso ajuda a a manter os fios unidos. Se você estiver montando um iate ou barco de regata, use fios de nailon, pois o efeito é mais estético e moderno. Nós e Costuras: Ao fazer os nós, evite fazer vários tentando prender melhor a corda. Isso dá um efeito visual ruim. Faça sempre um nó simples, seguido de outro no mesmo ponto. Você deve usar, quando possível um nó chamado de oito-duplo; Ele dá a firmesa com apenas um nó e não fica feio. Em qualquer um dos casos, aplique um pouco de cola branca no final para prender. Espere secar e corte o pedaço restante com uma tesoura. Algumas fibras, como o poliéster, derretem ao toque de super-bonder; isso as tornam ideais para dar os nós, pois uma vez fixados, esses não soltarão. Você provavelmente precisará fazer alguns nós usando uma pinça em lugares dificeis. Com algum tempo e prática, isso se tornará uma tarefa simples. Outro nó importante é o que liga uma corda à mesa cavilhada (com pinos onde são amarradas as pontas de várias cordas). Com o auxílio de uma pinça, entorte um pouco o laço e enlace a parte de baixo do pino. Puxe e passe o restante do laço pela parte superior. Feito isso, puxe o restante da corda até fixar.
Independente de as velas serem de plástico ou pano, elas devem ser costuradas (e não coladas) nas vergas. Caso a vela seja de plástico, use uma agulha menor e uma distância maior da borda, evitando que ela rasgue o plástico. Para saber a quantidade de linha necessária para cada vela, basta medir o tamanho da verga. A quantidade de corda (com folga para a agulha) será de aprox. 3.5 vezes o tamanho da verga. Erros Comuns: O erro mais comum na parte da amarração é passar a corda pelo local que não deveria. Isso aparece bastante quando passamos a corda por um moitão (pequena peça de madeira ou metal, que serve para "curvar" uma corda. Pode ter um rolamento ou não). As vezes, não é nem o caso de passar a corda pelo lado contrário, mas sim do moitão se enrolar na própria amarra e quando o esticamos, verificamos que passamos a corda pelo lado que não deveria. Outro tipo de erro é se confundir com o que já foi colocado, e ao esticar uma nova corda, passá-la por cima quando deveria ser passada por baixo (ou vice-versa), cruzando as cordas. Como regra geral, assuma que duas cordas distintas não devem se tocar. No começo é comum fazer essa confusão, mas depois pega-se o jeito. Uma dica é amarrar a corda em uma ponta e esticá-la até a outra, verificando se ela toca alguma outra linha. Vá passando então essa corda sob ou sobre as cordas necessárias até que ela não toque nenhuma outra. Somente então faça o nó.
Esse texto tratou dos pontos mais importantes da amarração; com o tempo e prática esses aspectos se tornam naturais e o trabalho ficará fácil e gratificante. Você também deve ter notado que não falamos muito de velas nesse texto. Não se preocupe iremos tratar delas em uma matéria em separado, em breve. Texto:
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