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Mastros e Amarração

MASTREAÇÃO

A designação que os mastros assumem varia com sua presença numérica no conjunto de mastros (Mastreação) de uma embarcação. Quando há um só mastro, este é chamado de GRANDE; dois mastros à partir da proa, TRAQUETE e GRANDE; três: TRAQUETE, GRANDE e GATA ou MEZENA; quatro: TRAQUETE, CONTRATRAQUETE, GRANDE, GATA ou MEZENA; cinco: TRAQUETE, CONTRATRAQUETE, GRANDE, CONTRAMEZENA ou CONTRAGATA e MEZENA ou GATA. Em geral nas embarcações os mastros tem seção transversal circular ou elíptica. Podem ser ocos ou compactos, e feitos de madeira, aço ou liga leve de alumínio escovado. Os mastros, vergas e coifas, serão pintados como as outras peças do barco. Se os mastros forem na cor branca, amarela ou marrom claro, aplica-se um fundo, tipo Primer, nas cintas antes de pinta-las, pois normalmente cintas e cabos são de cor preta! , que na realidade são cobertos com Breu. As coifas também cos tumam ser pretas ou marrons, salvo em barcos mais recentes, no qual se pinta de branco. As coifas até no final do século XVII, eram redondas e reforçadas na sua parte superior por tábuas colocadas radialmente, à partir do século XVIII tomam a forma de um "D", conservando esses reforços. Na pintura das coifas, aconselho usar a técnica do Pincel Seco com tom mais claro p/ que sejam realçados.


As vergas por costume são pintadas de preto, podendo ser pintadas de marrom também, passando o Betume da Judéia por ultimo.

Deve-se montar todas as peças pertencentes aos mastros e das coifas antes de coloca-los ao convés. Os Mitões, Bigotas (peça arredondada com 3 furos) e Cadernais (peça redonda,tipo roldana por onde corre os cabos). Também devem ser montados nos mastros. Todo o cordame que fixa os mastros, Estais, Óvens, Enfrechates e Brandais serão pintados de preto, pois essas peças estavam sempre cobertas de Breu para ficararem protegidas das intempéries. Uma mastreação completa pode levar, pelo menos, o mesmo tempo de trabalho que o casco, o que da uma idéia de sua complexidade.


Muito cuidado ao executarem a Mastreação, qualquer erro na colocação dos mastros pode tirar de 100 a 80% da beleza do modelo.

AMARRAÇõES E VELAS

Aparelho fixo são chamados todos os cabos que servem p/ sustentação dos mastros, são compostos pelos Óvens, Brandais e Estais.

Os Óvens são aqueles quatro grandes cabos (linhas no modelo) de cada lado do mastro, atados dois a dois. Os Estais são cabos que cumprem a missão de fixar os mastros no sentido longitudinal. Brandais são cabos como os Óvens, mas mais finos e compridos, que fixam os Mastaréus às mesas de guarnição no sentido da lateral.


Todo o trabalho de amarração exige muito cuidado e concentração, pois o espaço para trabalhar é pequeno, já que os dedos, em muitos casos não conseguem espaço para fazer os Nós, com um pouco de prática consegue-se fazer os Nós com pinças, é muito mais complicado, mas depois que se aprende fica fácil. Depois de fazer o Nó, pingue um pouco de cola branca e deixe secar um pouco, após verificar que esta bem seca a cola sobre o Nó, corte o excesso da linha utilizando uma tesourinha bem afiada para não mascar a linha, porque o Nó não pode ter movimento depois de seco. O correto é fazer toda amarração não se preocupando com as linhas que sobram após feitos os Nós, a cada Nó feito pingue cola, depois de feita toda a amarração e seca a cola sobre os Nós, corte todo! s os excessos com a tesourinha. Pinte de preto os Nós para não aparecerem emendas, se a linha for de outra cor, terá que pintar toda a linha justamente para se fazer os retoques posteriormente.

ENFRECHATES são aqueles cabos finos que atados horizontalmente aos Óvens formam uma escada que permitem o acesso às coifas e aos cestos de Gáveas. Esses cabos (linhas no modelo), ou Enfrechates atam-se ao 1º e ao último Óvem mediante um nó bem reforçado e dobrado, e aos intermediários (cruzamentos das linhas) chamados de Volta de Fiel. No cruzamento das linhas é obrigatório aplicação de cola branca no ponto de entrelaçamento. Outra maneira de se prender os Enfrechates aos Óvens é, em vez de amarra-los com Nós, cola-se nos Óvens diretamente (técnica usada nos modelos menores), depois basta pinta-los de preto (Óvens e Enfrechates). Observe com certeza de que não esta aparecendo linhas soltas quando cortar as sobras dos Enfrechates. Após um bom tempo de pratica usando pinças para fazer-se os Nós, voc&ec! irc; verá que é um sistema muito eficiente, porém não usar pinças pequenas (usadas p/ tirar sobrancelhas) e sim pinças longas com pontas variadas em ângulos diferentes (pinças de protético e cirúrgicas), justamente as pontas da pinça servem exclusivamente para penetrarem nos orifícios menores por onde a linha tem que passar. Em alguns barcos os Enfrechates não são de cabos (linhas) e sim de madeira, formando também uma escada. A pintura dessa escada segue a mesma técnica da pintura do convés, usando o mesmo tom de madeira dos mastros e aplicando a técnica do Pincel Seco p/ desgastes. Atualmente os barcos mais modernos não usam mais esses Enfrechates de madeira, foram substituídos por degraus metálicos soldados no próprio mastro ou por escadas quebra-peito avulsas.

Todo esse trabalho de confecção do conjunto de Enfrechates nos modelos é chamado de ENFRECHADURA.

VELAS

A maioria dos plastimodelistas usa as Velas que acompanham os kits (de plástico), mas se você quiser pode proporcionar um realismo maior ao seu modelo, usando Velas de tecido.

No caso das Velas de plástico, você irá pinta-las de bege claro ou ocre amarelado bem diluídos, ainda mais se a Vela de plástico traz impressa a textura do tecido e as marcas da costura. Após estarem bem secas, aplica-se o Betume da Judéia bem diluído e faz-se o sistema de varredura com pano bem macio e sem fiapos, não precisa friccionar com muita força, como o Betume esta bem diluído, o objetivo é apenas amarelar a vela (aparência de envelhecimento), principalmente nas marcas de costura. Após o Betume estar seco, aplica-se uma camada de verniz fosco, apenas uma névoa para maquiar o Betume. Pode-se usar o Giz Pastel Seco nas pontas da Vela onde se localizam os Punhos, neste local costuma-se concentrar muita sujeira, mas muito cuidado para não cometer exageros na aplicação do desgaste, tem que ser bem discreto e quase imperceptível. Outra op! ção é tingir as Velas em Chá ou Café (técnica muito conhecida), mergulhe as velas por aproximadamente 10 minutos, retire e verifique se cor se esta de seu agrado, se achar que não esta bom, continuar a mergulhar em intervalos de 10 minutos, até chegar no tom desejado. O Chá costuma tingir mais rapidamente, portanto mais atenção no tempo de espera. Após ficarem tingidas e bem secas, aplica-se o mesmo sistema mencionado acima da aplicação do verniz fosco e Giz Pastel Seco.


Atenção: Jamais mergulhar as Velas com Chá ou Café na temperatura quente ou morna, tem que estar totalmente fria.

As Velas de plástico possuem dois inconvenientes: se foram muito finas, em virtude da aplicação de colas e pinturas em alguns locais específicos, com o tempo acabam partindo-se e desmanchando-se por total, pois ficam muito frágeis, por outro lado se forem grossas, perdem o realismo por mais bem pintadas que estejam. Portanto cabe ao plastimodelista ao usar as Velas de plástico que acompanham o kit, à realizar um acabamento muito bem feito para não estragar o visual do modelo.

Outra opção para substituir as Velas de plástico, é usar Velas de tecido (Brim ou Lona). Também serão tingidas por Chá ou Café (a cada 10 minutos verifique o tom do seu agrado).Após tingi-las se quiser dar alguma forma especifica as Velas, aplica-se uma camada de verniz fosco ou semifosco.Enquanto estiverem molhadas pelo verniz, você modela o formato que quiser, após, deixe secar muito bem permanecendo na posição que você deixou. Use verniz acrílico que não ataca o tecido. Para confeccionar as Velas pode aproveitar o próprio formato das Velas de plástico, ou desenhar os moldes em papel de cada uma delas e transferi-las para o tecido, assinalando todos os detalhes necessários que aparecerão sobre as Velas, como as grossas tiras de linho costuradas entre si. Todo barco à vela levava um profissional, o Mestre, que se ocupava de s! ua c onfecção e preparação durante a viagem.


A costura das tiras de tecido pode-se imitar facilmente costurando diretamente a maquina em linhas paralelas.Há Velas em que essas costuras são verticais e em outras são paralelas do lado contrario do envergamento.Ao redor das Velas há um reforço formado por uma bainha costurada, e nos Vértices ou Punhos de cada Vela uma costura reforçada em ângulo.

Nos barcos que apresentam as Bandeiras e os Estandartes faz-se o mesmo processo das Velas quando possível, como são difíceis de substitui-las por tecido (devido aos problemas surgidos na pintura), o mais indicado é utilizar papel vegetal e aplicar o verniz acrílico, modelando ao seu gosto e deixando seca-los muito bem.Quanto as Bandeirinhas que identificam Paises e Códigos, convém usar as que acompanham o kit (papel), passando um verniz acrílico bem suave.

Em escalas em que os barcos são pequenos, pode-se utilizar esta opção de Velas confeccionadas em papel vegetal, coladas e pintadas. Se preferir fazer com Velas recolhidas também pode usar o papel vegetal modelado (em barcos pequenos) ou em tecidos (enroladas nas Vergas) em barcos de escala maiores.

Todo esse conjunto de Velas do barco chama-se VELAME.


O maior veleiro construído até hoje foi o PREUSSEN (Alemão), construído em 1902 e navegou durante oito anos. Com cinco mastros, 5600 m² de área vélica e 8000 toneladas, várias vezes cruzou o temido Cabo Horn. Afundou em 1910 após ter sido abalroado por um navio a vapor, no litoral Inglês do canal da Mancha.

O naufrágio do PAMIR em 1957 em conseqüência de um ciclone a sudoeste dos Açores, representou um golpe fatal para a milenar história do veleiro.

Texto:

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