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A Rotina nos Veleiros:
Introdução: Esse texto não visa explicar com detalhes todos os aspectos da vida em um veleiro. Esse texto é um visão geral de como era a vida e trabalho a bordo dos veleiros, de modo a facilitar e ilustrar o trabalho dos modelistas. As funcões da tripulação: O Número de tripulantes de um veleiro dependia em primeiro lugar do tamanho do barco e, em geral, variava de 50 a 200 marinheiros. Dependendo das funcões do barco, poderia ter o número aumentado ou diminuído, como exemplos os barcos de exploradores e cientistas. Abaixo a lista dos principais postos e o número de pessoas nesse cargo:
Disciplina: A disciplina nos navios de armada era bastante rígida e por muitas vezes cruel. Um dos castigos mais severos era "passar o casco", onde o insubordinado era amarrado e passava-se de um lado a outro do barco. Devido a presença de cracas e ferrugem no casco, muitas vezes, os ferimentos eram fatais. Nos navios piratas, ao contrário do que se vê nos filmes, a democracia era muito grande e as decisões tomadas em grupo. Acontece que a maioria dos marinheiros de navios piratas era fugitiva da marinha real, e cansados dos rigidez desta, criaram um ambiente melhor nos barcos piratas. Além dos piratas haviam os corsários. A diferença entre eles é sutil. O corso era a atividade de pilhagem de barcos inimigos, com a autorização (ou conscentimento) de um país. Esses piratas tinham a patente de corso, que é uma autorização para tal prática. O problema é que findo os conflitos entre os dois países, os corsários continuavam a executar tais atividades, ou então tornavam-se piratas. Saúde e Enfermidades: As condições de vida em um barco eram extremamente duras. O fato é que devido as condições insalubres, cerca de 1/3 dos passageiros morria de algum tipo de doença. A mais comum delas era o escorbuto, causado pela falta de vitamina C. O fato é que não se sabia a causa da doença, e a única cura era a ingestão de alimentos frescos (vegetais e frutas) difíceis de manter em um barco por muito tempo. O Capitão James Cook foi um dos pioneiros na higiene de navios e foi um dos primeiros a adotar doses diárias e xarope de laranja ou limão. Com o tempo, o escorbuto foi desaparecendo. Mas havia outras moléstias. O enjôo provocado pelos barcos está longe de ser apenas uma indisposição. Em uma viagem longa, esses enjôos podiam deixar a pessoa desnutrida e desidratada. Além disso, em áreas fechadas do barco, deixava um cheiro fétido e com o tempo deixava a ambiente insuportável. Outra causa de fatalidades eram os combates. Quando os feridos não podiam combater, eles eram deixados no fundo do barco, onde estariam protegidos. Apesar da boa intenção, esse era o lugar mais sujo do navio, com infiltrações, água parada, ratos. Isso, aliado ao despreparo dos médicos, era por muitas vezes fatal. Acomodações: Os barcos tinham em geral um ou dois castelos. O castelo de proa, enquanto existiu, abrigava a cozinha. O castelo de popa era reservado aos oficiais e superiores do navio. Por vezes, era a parte mais ornamentada do barco, de modo a mostrar o poder do país que possuia tal barco. Os marinheiros costumavam dormir em redes na coberta inferior, junto com os canhões. À noite não havia combates e as portinholas podiam ser fechadas. Durante o dia as redes eram recolhidas e forravam os espaços entre as portinholas. Isso ajudava a proteger o barco e a tripulação contra metralha (um tipo de tiro que lançava diversos pequenos pedaços de ferro, com o intuito de ferir a tripulação e causar dados ao casco). Trabalho: O trabalho dos marinheiros consistia, basicamente, no constante ajuste das velas, segundo as ordens do Mestre. A maioria das velas podia ser levantadas e baixadas a partir de cordas no convés. Somente quando parado no porto, as velas eram presas a partir da verga, de modo a reduzir a quantidade de pano exposto. O trabalho nos mastros não era muito desejado, visto que eles agem como um pêndulo e as condições de mar revolto tornavam-o especialmente perigoso. Assim, a cevadeira acabou sendo retirada, substituída pelo pica-peixe e vejas triangulares na proa. Em barcos de pesca, como os baleeiros, eram comum que não haver velas mais baixas (grande e traquete), para facilitar a movimentação da tripulação. Mesmo assim, a tarefa de pesca era executada também nos pequenos botes, para facilitar as manobras. O contraste desses pequenos barcos com as grandes baleias, às vezes era uma combinação fatal. Além disso, era tarefa dos marinheiros manter o casco livre de vazamentos e manter a limpeza do convés. Durante as batalhas, era comum espalhar areia pelas cobertas, a fim de evitar que o sangue dos feridos se espalhasse pelo barco. Tripulação e passageiros: As viagens em veleiros era feita, em geral, por pessoas da camada mais baixa da sociedade. Muitas vezes o processo de recrutamento era "feito na marra", pegando-se pessoas nas vizinhas promíscuas dos portos. Enquanto existiram as galeras e as galeaças, os remadores eram conseguidos através de leis que condenavam marginais e piratas. A primeira mudança na "sociedade" naval surgiu quando nobres decidiram a se dedicar a atividades náuticas como recreação, originando as primeiras regatas. Mesmo assim, o perigo dos piratas, obrigava os primeiros iates a serem armados com canhões. Os passageiros, devido aos riscos de doenças, só viajavam em condições extremas. Eram pessoas sem chance de sucesso na sociedade européia, que arriscavam a vida nas novas colônias em busca de sucesso. Outros passageiros comuns eram marginais condenados a viver em colônias. Somente quando a ameaça pirata foi banida dos mares e com o grande progresso dos barcos de transporte (os clipperes) é que as viagens comerciais se tornaram viáveis para passageiros, surgindo as primeiras rotas de viagem.
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