Sadia/TransBrasil
História:
A TransBrasil surgiu inicialmente como iniciativa da Sadia (a mesma empresa de alimentos conhecida dos dias de hoje), como uma maneira de transportar carne fresca rapidamente. A idéia que inicialmente parece maluca, fazia sentido na época. Em 1955 a infraestrutura rodoviária e ferroviária não permitia um deslocamento rápido desse alimento perecível. Um primeiro DC3 foi usado nessa empreitada.
A idéia funcionou e a idéia foi expandida para o transporte de passageiros. Logo foram adquiridos outros DC3 e C46. Esses aviões, no entanto, já eram obsoletos nessa época e a empresa procurou um modelo para substituí-los. O escolhido foi o Dart Herald, onde a cia. adquiriu 10 exemplares. Foi a única cia a usar esse modelo e este foi também o único modelo a ostentar as duas cores da cia, quando em 1972 a companhia mudou para um nome de maior apelo comercial - TransBrasil.
A Sadia passou a integrar o consórcio Real-Aerovias e embora seu nome tenha quase que sumido nessa união, ela foi a única a ser excluída da absorção da mesma pela Varig. O nome voltou e em 1972, com a abertura do capital da empresa, passou a se chamar TransBrasil.
A Partir de então a cia. entra na era do jato, com a aquisição dos BAC 1-11 e depois dos 727-100. Alguns aviões a hélice foram ainda utilizados como o EMB110 Bandeirante e o EMB120 Brasília, para vôos regionais. A cia acabou fundando uma
cia irmão a Inter Brasil Star dedicada a esse tipo de vôo. Outra empresa irmã foi a Aerosul Cargo, que operoua aviões de carga, principalmente o 707 e 727, até o início dos anos 90.
Nos anos 80 houve um crescimento da empresa, mas a economia e a política foram fatais para a empresa. A inflação, custos em dólar e o protecionismo do governo em relação à Varig causaram enormes prejuizos. Omar Fontana entrou na justiça pela reparação dos danos, mas isso implicou em diversas sansões e até mesmo a intervenção federal, que dilapidou o patrimônio da empresa. A receber a empresa de volta, a solução para recuperação seria os vôos internacionais.
Foram criadas diversas rotas internacionais e a incorporação dos 767-300ER, mas a solução tornou-se um peso a mais na cia. A partir de então, a cia foi perdendo sua frota e rotas aos poucos. Com o falecimento do fundador Omar Fontana, em 2000, a crise alastrou-se em ritmo rápido. Com dívidas de US$ 1 bilhão, houve problemas de todas as partes, com todos exigindo seus atrasados. Além disso,
diversas operações suspeitas e trocas de presidente foram em vão. A cia. ficou no chão depois desse tempo, com aviões dependendo de decisões judiciais em vários pontos do país. É provável que a empresa nunca mais volte a voar.
Cores:
Talvez um dos maiores legados da TransBrasil não seja sua história, mas suas cores. Sua combinação de desgin arrojado (para a época) lhe rendeu o apelido de linha aérea Arco-Íris.
Inicialmente, seus aviões eram pintados em dois tons distintos, sendo que aviões diferentes usavam um combinação diferente. Esse esquema homenageava as riquezas naturais do Brasil. Essas idéias, apesar de chamativas, começaram da dar trabalho: controvérsias, piadas e mudanças frequentes. Além disso, a idéia já começava a se tornar obsoleta. Em 1978 é adotado um novo padrão visual.
Nos anos oitenta, esse esquema psicodélico deu lugar a um outro mais sóbrio, mas que mantinha a idéia central da empresa, de louvar as cores do Brasil. Os aviões eram pintados de branco "quente" (puxando para o beje) com uma cauda Arco-Íris, de linhas retas e bem definidas. Curiosamente, os aviões mantinham sua individualidade, com as asas pintadas em uma das sete tons do arco-íris (exceto o amarelo, que não apresentava contraste para aplicação dos prefixos).
Esse padrão foi utilizado até 1998, mas houve variações. Primeiramente, as asas deixaram de ser pintadas, reduzindo o custo de manutenção e permitindo o intercâmbio de peças. No entanto, algumas partes como portas, prefixos e logos mantinham cada um a sua cor. Isso foi abolido em 1990, quando o azul foi adotado como cor oficial da empresa. Em 1995, uma última variação: O branco mudou para um tom mais frio e os aviões pareceram mais limpos, além disso, o logotipo que ficava abaixo das janelas, ficou maior e foi reposicionado.
No final dos anos 90, o padrão foi atualizado, com o padrão mais moderno. A cauda e turbinas foram pintados de azul e o arco-íris foi estilizado, parecendo mais feito "à mão". Estilo muito comum nessa época. Infelizmente, em 2001 a cia deixaria de voar e esse design ficaria no ostrascismo.
Aviões:
Douglas DC3 Dakota
O primeiro avião da Sadia foi o DC3. Inicialmente, um único aparelho foi adquirido para transporte de carnes. Com o sucesso da empreitada, outros foram adquiridos. Além disso, outros foram adquiridos com a fusão com a TAS. O modelo é bastante fácil de se encontrar, principalmente na escala 1/72.
Curtiss C-46 Commando
A Sadia utilizou seis Curtiss C-46 Commando, no período de 1956 a 1967. Utilizaram a pintura clássica da Sadia, com linha azul e topo branco, além do logo atual da empresa. A outra pintura era bem mais modesta, relativamente parecida com a Aerovias-Brasil. Existe somente um kit do modelo, da William Bross, escala 1/72.
H.P. HRP.7 Herald
O Herald foi uma das diversas tentativas de se achar um bom substitudo para o DC3, muitas delas fracassadas. O projeto inicial previa um avião de asa alta e quatro motores a pistão. Embora tivesse mais de 20 encomendas, o avião quadrimotor nunca foi entregue. O sucesso do Vickers Viscount mostrou que o projeto deveria ser alterado, para conquistar mercado. Assim, o Herald recebeu dois turbo-hélice Rolls-Royce Dart, passando a ser chamado de Dart Herald. Apesar dos esforços esse modelo também não vendeu bem. No Brasil apenas a Sadia operou o modelo, sendo que o mesmo foi pintado com as cores da TransBrasil posteriormente.
Há apenas dois kits do Herald, na escala 1/72. Na verdade existe apenas um. O antigo Frog. O modelo possui linhas altas e partes móveis, mas ainda assim é um molde bom. O segundo modelo é fabricado a partir desse mesmo molde, na Rússia, mas sua qualidade é muito baixa, inclusive com injeção de plástico insuficiente (faltando ponta de asas e outras peças). Se puder encontrar a primeira opção, o trabalho é menor.
Shorts SC.7 Skyvan
Esse curioso aparelho foi operado pela Sadia para função exclusiva de cargas. O modelo não fez sucesso e teve vida curta na companhia. Com um curioso design de asas altas, cabine baixa e larga e trem fixo, deram-no o apelido de Patinho Feio. O modelo, no entanto, é muito popular para empresas de para-quedismo, por sua grande cabine e porta traseira desempedida. Um desses ainda opera nesse ramo, no interior de São Paulo. Existe apenas uma opção para o modelo em escala 1/72.
BAC 1-11
Somente a Transbrasil e VASP usaram o BAC 1-11 no Brasil. A TransBrasil no entanto, foi a única a utilizar o modelo da série Super 500, que é maior que o modelo da VASP. Isso é um problema para os modelistas, pois só existem modelos para as séries menores, e necessita de uma conversão (com alongamento, o que é mais complicado) dos kits existentes.
Boeing 727-100
Nos anos 70 e 80, esse foi o modelo básico para transporte de passageiros, substituindo os BAC 1-11, Herald e Bandeirante e se tornando a espinha-dorsal da cia. Bem maior que o 737, permitia transportar mais passageiros, mas limitava o uso em aeroportos menores, como na ponte aérea Rio-São Paulo. A cia. chegou a operar 22 727-100, sendo a maior operadora sul americana do modelo. A maioria dos kits em escala são do modelo 727-200, mas existem duas conversões, na escala 1/144 (a mais comum), onde a fuselagem é trocada para a versão -100.
Imagem: Marcelo Ribeiro
Boeing 707-320
A TransBrasil e Varig as únicas empresas a utilizar o modelo como transporte regular de passageiros. Ao contrário da VARIG que os adquiriu logo no seu surgimento (e teve diversos exemplares em seu acervo), a Trans-Brasil só os adquiriu nos anos 80, para rotas mais densas e também em número bem menor. Há modelos para esse avião nas escalas 1/144 e 1/72, sendo que este segundo é bem raro.
Boeing 737-300/400
O boeing 737-300 chegou para substituir os 727, quando os mesmos foram vendidos para saneamento da empresa. Como chegaram após algum tempo, a TransBrasil é uma das poucas pioneiras de 737 a nunca ter usado a versão -200. O 737-300 foi o modelo mais famoso da primeira geração e ainda hoje é operado pela Varig e Gol. O modelo -400, conhecido como Batatinha, tinha algumas melhorias, mais isso implicou em problemas aerodinâmicos, incluindo alguns acidentes. Por conta disso, todos os aviões tiveram que mudar seus motores para um desenho que corrigisse tal problema. A partir de então, foi tornado obrigatório testes em vôo de motores adaptados. Existem kits para ambos os modelos.
Boeing 767-200/300ER
O boeing 767 foi usado para substituir os 707 nas rotas de passageiros mais intensas. Inicialmente, foram usados os modelos da série inicial do 767-200. Quando a companhia decidiu expandir suas rotas para o exterior foram adquiridos os modelos extendidos (-300ER). Ambos os modelos podem ser encontrados nas mais diversas escalas.
Embraer EMB110 Bandeirante
Com o surgimento do Bandeirante da Embraer, o governo brasileiro incentivou o uso do modelo para fins civis (além do militar, original). A política de regionalização das linhas aéreas levou diversas cias a usar o modelo. A Transbrasil usou o modelo tanto nas cores da Transbrasil como nas da Inter Brasil Star. Existem opções nas escalas 1/144 e 1/72. Ambos em resina, de confecção nacional. No entanto, os modelos foram desenhados originalmente para serem o P1K (FAB) e precisam ser reduzidos para representar o modelo da VASP.
Embraer EMB120 Brasília
O Brasília foi um pequeno avião para linhas regionais, mas com maior capacidade que o Bandeirante. Esse turbo-hélice foi primeiro grande sucesso internacional da Embraer, o que abriu o mercado para jatos regionaisçomo o ERJ145 que se seguiu ao Brasília. Embora a produção do modelo já tenha sido encerrada, a Embraer está revendo as posições atuais do mercado e pensa em novo turbo-hélice regional. Os kits disponíveis são em resina (1/72 e 1/144), da GIIC e Duarte, respectivamente. Para o segundo, existe a opção Vacumform da Welsh.
Avi?es da TransBrasil
|
Modelo |
Escala |
Fabricante (Código) |
Observação |
BAC-111 One Eleven |
1/144
|
Airfix (3178)
| |
1/144
|
Authentic Airliners (Nr: K144-14/a)
| |
1/72
|
Airways (06)
| |
1/72
|
Transport Wings (TW01-007)
| Série -500 |
Boeing 707-320 |
1/100
|
Doyusha
| |
1/144
|
Minicraft (MMI14450)
| |
1/144
|
Airfix (AF04170)
| |
1/400
|
Dragon Wings (DRW55718)
| |
1/72
|
Heller (38005)
| |
1/72
|
Heller (80306)
| |
Boeing 727-100(1) (2) (3) |
1/144
|
OzMods (OZCONV14413)
| Somente fuselagem |
1/144
|
BraZ Models (BZB4C04)
| Somente fuselagem |
1/144
|
Authentic Airliners (K144-02)
| |
1/144
|
Revell (03946)
| |
1/72
|
Transport Wings (TW01-005)
| |
Boeing 737-300 |
1/144
|
Skyline (SKY4403A)
| |
1/144
|
Minicraft (MMI14462)
| |
1/144
|
Skyline (144-03a)
| |
1/180
|
Flight Miniatures (FLI54)
| |
1/72
|
Transport Wings (TW01-001)
| |
1/72
|
Welsh Models (WHCLS727)
| |
Boeing 737-400 |
1/144
|
Skyline (SKY4404A)
| |
1/144
|
Minicraft (MMI14448)
| |
1/144
|
Skyline (144-04a)
| |
1/200
|
Hasegawa (HSG10127)
| |
Boeing 767-200 |
1/100
|
Doyusha
| |
1/144
|
Minicraft (MMI14507)
| |
1/200
|
Hasegawa (HSG10653)
| |
1/200
|
Flight Miniatures (FLI80)
| |
1/72
|
Transport Wings (TW02-005)
| |
Boeing 767-300 |
1/144
|
Revell (REV04231)
| |
1/144
|
Zvezda (7005)
| |
1/200
|
Hasegawa (TMH47328)
| |
1/200
|
Hasegawa (HSG10705)
| |
Curtiss C-46 Commando |
1/72
|
William Bross (72-346)
| |
Douglas C-47 Skytrain (Douglas DC3 Dakota) |
??? |
ATMA
| |
1/100
|
Doyusha (DY100C42)
| |
1/144
|
Welsh Models (SL136R)
| |
1/144
|
Roden (RN300)
| |
1/144
|
Minicraft (MMI14434)
| |
1/200
|
Hasegawa (HSG11024)
| |
1/32
|
HpH Models (32043L)
| |
1/48
|
Monogram
| |
1/48
|
Trumpeter (2828/2829)
| |
1/72
|
Airfix (ARX5031)
| |
1/72
|
Revell (REV04248)
| |
1/72
|
Italeri (ITA0127)
| |
1/90
|
Revell (RMX5245)
| |
Embraer EMB-110 C Bandeirante C-95
(mais curto (15,28->14,23) (À frente)) | | | |
Embraer EMB-110 P1K Bandeirante S/C95A/B ((somente para conversão do EMB110C) |
1/144
|
Duarte Models (14405)
| |
1/72
|
Liberty Quality
| |
1/72
|
GIIC
| |
Embraer EMB-120 Brasilia |
1/144
|
Welsh Models (SL42A)
| |
1/144
|
Duarte Models
| |
1/72
|
GIIC
| |
1/72
|
Liberty Quality
| |
Handley-Page HRP.7 Herald |
1/72
|
Maquette (7221)
| |
1/72
|
Frog (363)
| |
Shorts SC.7 Skyvan |
1/72
|
Airfix (4018)
| |
Legendas |
| Impressao 3D | | Desconhecido | | Madeira | | Metal | | MultimÃdia | | Photo-etched | | Plástico | | Resina | | Vacumform |
Texto:
Ilustrações e Fotos:
Marcelo Ribeiro
Referências:
Jet SiteBoeing 727 Data-Center
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