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O Fokker D.XVII

A década de 1930 viu o monoplano invadindo o território dos caças que, desde a grande guerra era considerado quase que universalmente como domínio dos ágeis biplanos. O biplano com montantes e estais de arame, com sua baixa velocidade de pouso e extrema manobrabilidade, ganhou a afeição da maioria dos pilotos de caça, mas os engenheiros visionários estavam olhando adiante, para o monoplano aerodinâmico, cantilever, que podia recolher o trem de pouso para melhorar a aerodinâmica.

Os partidários do caça biplano estavam lutando uma batalha perdida, suas tentativas de afastar o inevitável, arrancando a última grama de potência do biplano, resultou em alguns dos mais elegantes aviões de guerra jamais produzidos, máquinas ainda lembradas por alguns com nostalgia. A década de 30 viu diversos países produzindo caças biplanos com motor refrigerados a líquido totalmente carenados que eram singularmente semelhantes em desempenho e aparência. Eram aviões que levaram o desenho do biplano ao máximo da perfeição, mas, apesar de não possuírem falhas próprias, ficavam obsoletos em poucos anos de serviço.

Na Inglaterra, a Hawker estava produzindo o soberbo Fury, nos EUA o último dos excelentes biplanos Curtiss Hawk para a USAAC, o P-6E estava em testes; a companhia checoslovaca Avia estava testando o superlativo B.534, e na Holanda a Fokker estava oferecendo o D.XVII - todos eles biplanos "single bay", envergadura desigual, motor refrigerado a líquido - muito parecidos em concepção. O último biplano de caça a ser produzido pela N. V. Nederlandsche Vliegtnigenfabriek Fokker, o D.XVII derivou do D.XVI, tendo o protótipo voado pela primeira vez em 1931, sendo de fato um D.XVI experimentalmente adaptado com um motor Curtiss Conqueror V-1570 de 12 cilindros em "V" e refrigerado a líquido, para atingir uma especificação do Real Corpo Aéreo do Exército das Índias Holandesas.

Após algumas modificações efetuadas em 1932, o caça foi redesignado D.XVII, quando então o Exército das Índias Holandesas encontrou-se sem fundos para arcar com a compra de novos aviões. Afortunadamente para a Fokker, o Corpo Aéreo do Exercito Holandês, que havia testado o aparelho ficou suficientemente impressionado e encomendou um lote de 11 aparelhos, que foi entregue em 1933/34.



O D.XVII era de construção típica da Fokker. As asas tinham a estrutura de madeira, a asa superior com longarinas tipo caixa de abeto e "plywood" e a inferior com longarinas sólidas de abeto. Foi empregada uma cobertura de "plywood" desde o bordo de ataque até a longarina traseira e lona daí até o bordo de fuga. Ailerons foram colocados somente na asa superior e tinham armação de tubos de metal. As asas eram suportadas entre si por estruturas em "N", e a asa superior era presa sobre a fuselagem por estruturas tipo "N" inclinadas".

A fuselagem tinha estrutura de tubos de metal soldados, a porção dianteira e o dorso cobertos por painéis destacáveis de metal, o resto entelado. A deriva era de tubos de metal soldados e entelada e o trem de pouso do tipo semi-cantilever com dois braços desde os amortecedores até a fuselagem.

Vários tipos de motores refrigerados a líquido de 500 até 1.000 hp podiam ser usados e diversos foram instalados para testes pelo Exército durante a carreira operacional do D.XVII, incluindo o Lorraine Petrel de 790 hp e o Hispano-Suiza 12Xbrs de 690 hp, mas finalmente uniformizando-se no Rolls Royce Kestrel II de 595 hp.

Armado com duas metralhadoras fixas de 7,5 mm sobre o capô do motor, o D.XVII com motor Kestrel II atingia a velocidade máxima de 208 milhas/hora; cruzeiro de 174 milhas/hora; teto de serviço de 28.710 pés e tinha um raio de ação de 528 milhas. As dimensões eram: envergadura de 31 pés e 6 polegadas, comprimento de 23' 7 1/2", altura de 9' 10 1/8" e área de asa de 215,278pés2. Pesava vazio 2.425 libras e normalmente carregado 3.262 libras.

Em princípios de 1936 uma versão melhorada, o D.XVIIB com cabine fechada, motor Hispano-Suiza 12Ycrs e armamento composto de um canhão de 20 mm e duas metralhadoras de 7,5 mm estava na prancheta de desenho mas, nessa época a Fokker estava trabalhando no desenvolvimento do monoplano D.XXI, e o D.XVIIB (algumas vezes chamado de D.XIX), foi abandonado. O D.XVII foi excepcionalmente popular entre os pilotos holandeses e muitos ainda estavam em serviço na reserva de segunda linha quando os alemães invadiram a Holanda em 1940, mas não há notícia de qualquer missão de guerra desses soberbos aviões de caça.







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