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Aviação Italiana da WWII
Camuflagem, Marcas e Insígnias

1. INTRODUÇÃO

Logo no início do livro Italian Aces [1], os autores nos contam sobre os melindres de falar sobre a aviação italiana da segunda guerra mundial, devido aos rumos tomados após o armistício de 1943, onde italiano combateu italiano. Inclusive, atribuem a este fato a escasses de material sobre o assunto. É interessante notar que quando falamos da aviação italiana na WWII temos que falar de 3 forças aéreas diferentes:

  • A Regia Aeronáutica
  • A Aeronáutica Nazionale Repubblicana
  • A Força Aérea Italiana Co-Beligerante

Depois dos acontecimentos iniciados em agosto de 1943, que culminaram com a assinatura do armistício em 8 de setembro do mesmo ano, a Regia Aeronáutica teve seus aviões transferidos para o controle dos aliados. Porém, a parte norte da Itália continuou sob controle da Alemanha. Assim, alguns pilotos continuaram a lutar ao lado dos alemães; alguns por simpatia, outros porque suas famílias residiam em área de controle alemã. As duas forças aéreas começaram então a se adaptar sendo a Aeronáutica Nazionale Repubblicana junto à Luftwaffe e a Força Aérea Italiana Co-Beligerante, junto à Royal Air Force (RAF) e à USAAF (United States Army Air Force).

Apesar da introdução com o contexto histórico, esta pesquisa não tem por objetivo dissertar sobre a política ou motivos que levaram à divisão da Regia Aeronáutica, e sim apresentar um pouco das cores e marcas utilizadas durante a WWII, especificamente pensando no plastimodelismo.

Como se sabe, os plastimodelistas são de uma acuracidade invejável e cruel, ressalto que as cores dos desenhos não podem ser levadas como referência, devido às disparidades de cores das diversas publicações utilizadas como referência. Note-se que, como ocorreu com todas as forças aéreas em tempo de guerra, a padronização era quebrada na prática devido a fatores de logística de suprimentos. Na mesma esquadrilha era possível observar diferenças nas cores das aeronaves. Cite-se ainda que a durabilidade das tintas italianas estava entre as piores utilizadas na WWII.

Dessa forma, não citamos nomes de cores relacionadas com tintas de fabricantes, apenas os nomes originais e, no máximo, o RLM correspondente. Lembramos ainda que esta compilação não pretende (e nem conseguiria) cobrir todos os esquemas de pintura utilizados pela Regia Aeronáutica. Para ter uma idéia da grandiosidade de uma tarefa deste tipo, sugerimos uma consulta à referência [6], onde são mostrados alguns padrões de pintura de apenas uma aeronave (MC.202).

2. REGIA AERONAUTICA

2.1. CAMUFLAGEM PRÉ-GUERRA

Na campanha da França, em 1940, os esquemas ostentados pelas aeronaves da Regia Aeronáutica eram da chamada fase pré-guerra: faixas largas nas cores yellow ocre, red brown e dark green (ocra, terracota, verde scuro) (figura 1) ou manchas de dark green sobre a base yellow ocre (figura 2). As superfícies inferiores eram pintadas de alumínio, light blue gray, azure ou light gray.


Figura 1 – Esquema pré-guerra com faixas largas nas cores yellow ocre, red Brown e dark green (ocra, terracota, verde scuro). Referência [2].


Figura 2 – Esquema pré-guerra com manchas de dark green sobre a base yellow ocre. Referência [4].

2.2. MARCAÇÕES PRÉ-GUERRA

Na época de pré-guerra, as marcações consistiam de:

  • A insígnia nacional em preto e branco, com as três fasces (símbolo fascista) em fundo circular (figura 3), pintada em cima e embaixo de cada ponta de asa (figura 4).
  • Uma insíginia pequena, contendo uma fasce em marrom, sobre fundo azul claro em cada lado e à frente do cockpit (conforme visto nas figuras 1 e 2, com detalhe na figura 5).
  • Faixas na cauda, nas cores italianas, verde, branco e vermelho acompanhadas do “Coat of Arms of the House of Savoie” na lista branca (conforme visto nas figuras 1 e 2, com detalhe na figura 5.b).
  • Número da esquadrilha em preto na fuselagem, seguido de hífen e o número individual da aeronave (conforme visto nas figuras 1 e 2).


Figura 3– Insígnia Nacional. Referência [13].


Figura 4.a– Posicionamento das insígnias nacionais nas superfícies superiores. Referência [5].


Figura 4.b– Posicionamento das insígnias nacionais nas superfícies inferiores. Referência [5].


Figura 5.a– Insígnia com uma única fasce. Referência [5].


Figura 5.b– Brasão de Armas da Casa de Savoie. Referência [5]

2.3. CAMUFLAGEM NA GUERRA

Com a chegada da WWII, três novos esquemas foram adotados, dependendo do local de operação da aeronave: Continental, Deserto e Mediterrâneo.

O Esquema Continental usava uma cor base, light green (verde chiaro), onde eram aplicadas pequenas manchas ou linhas de dark green (figura 6) ou dark green + red brown (figura 7). Uma outra variação era uma base de dark green com manchas e linhas yellow ocre (figura 8).


Figura 6 – Esquema continental: dark green sobre light green. Note-se a cruz branca na cauda no lugar das listas colorida do esquema pré-guerras. Referência [2].


Figura 7 – Esquema continental: drak green + red Brown sobre light green. Referência [2].


Figura 8 – Esquema continental: drak green com manchas e linhas yellow ocre. Referência [2].

O Esquema do Deserto consistia em drak green (figuras 9.a e 9.b) ou drak green + red brown pintados sobre yellow ocre. Em algum tempo, o yellow ocre foi substituído por uma cor mais clara: sand (sabbia) (figura 10)


Figura 9.a – Esquema deserto: drak green sobre a base yellow ocre. Referência [6].


Figura 9.b – Esquema deserto: variação de manchas drak green sobre a base yellow ocre. Referência [6].


Figura 10 – Esquema do deserto, drak green + red brown sobre sand. Referência [2].

O Esquema Mediterrâneo, adequado para as aeronaves que voavam freqüentemente sobre a água, consistia de drak green sobre as superfícies superiores (figura 11). Da metade de 1942 em diante, as aeronaves eram entregues de fábrica com um esquema mediterrâneo modificado, bottle green (verde bottiglia, um verde mais escuro e mais azulado que o drak green) nas superfícies superiores (figura 12). Outras aeronaves, de defesa da Itália no fim de 1942 e 1943 usaram esta camuflagem sem alteração.


Figura 11– Esquema mediterrâneo, drak green sobre as superfícies superiores Referência [6].


Figura 12– Esquema mediterrâneo modificado, bottle green sobre as superfícies superiores Referência [7].

Na superfície inferior, em toda a época de guerra foi usado o light gray (grigio claro).

2.3. MARCAÇÕES NA GUERRA

Na época da guerra, as alterações (em relação aos padrões pré-guerra) envolvidas:

Substituição das faixas na cauda, nas cores italianas por uma cruz branca, freqüentemente acompanhada do “Coat of Arms of the House of Savoie”, como pode ser notado nas figuras 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12.

Do outono de 1940 em diante, as aeronaves passaram a utilizar uma faixa branca larga no meio da fuselagem, com exceção de aeronaves utilizadas em certos fronts e de defesa aérea (figuras 9.a, 9.b, 11 e 12).

As aeronaves enviadas para Bélgica e Rússia e as das operações nas Bálcãs, utilizaram o cowling do motor em amarelo (figura 13).

As aeronaves enviadas para Bélgica e Rússia utilizavam faixas também amarelas no meio da fuselagem, e as aeronaves na Rússia utilizaram amarelo nas pontas inferiores das asas (figura 14).

Um “X” preto foi superposto na faixa branca nas aeronaves no leste da África (figura 15).

A banda branca era freqüentemente camuflada, principalmente nas operações noturnas. Isso acontecia também na cruz branca da cauda (figura 16).

No fim da guerra houve redução do tamanho do numeral na fuselagem, com o número individual da aeronave em vermelho ou preto com borda vermelha (figura 11).


Figura 13– Exemplo de esquema de pintura com o cowling amarelo [2].


Figura 14– Exemplo de esquema de pintura com as pontas de asas inferiores em amarelo [2].


Figura 15– Exemplo de esquema de pintura “X” preto sobreposto à faixa branca [2].


Figura 16– Exemplo de esquema de pintura com as faixasbrancas e cruz branca camufladas [2].

3. AERONAUTICA NAZIONALE REPUBBLICANA

Após o armistício a ANR e a Co-Beligerante tiverem seus esquemas de pintura fortemente influenciados pela aviação alemã, americana e inglesa, respectivamente.

3.1. CAMUFLAGEM

Inicialmente a ANR manteve os esquemas de pintura pré-armistício (até utilizando as insígnias alemãs sobre estes esquemas), para posteriormente usarem o esquema alemão dark gray (RLM 74), medium gray (75) sobre light blue (76) [14].


Figura 17– Exemplo de esquema de pintura mediterrâneo com as insígnias da ANR. [4]


Figura 18– Exemplo de esquema de pintura mediterrâneo com insígnias da Luftwaffe. [6]


Figura 19– Exemplo de esquema de pintura com padrões da Luftwaffe e marcas da ANR. [6]

Após a entrada dos Me-109G no II Gruppo Caccia no verão de 1944 houve alteração para o padrão brown violet (81), drak green (83) sobre light blue (76), padrão que passou a ser adotado pela Luftwaffe e pela ANR (figura 19) [14].

3.2. MARCAÇÕES

A insígnia nacional alterada, em preto sobre fundo branco, com as duas fasces em oposição (símbolo fascista) em fundo quadrado (figura 20), pintada em cima e embaixo de cada ponta de asa (figura 21). O branco da insígnia foi abolido em março de 1944. Há variações em branco desta insígnia.


Figura 20– Insígnia da ANR. [13]


Figura 21– Colocação das Insígnias da ANR. [3] A fuselagem e a cauda portavam uma bandeira italiana com bordas amarelas (figura 22).


Figura 22– Insígnia da ANR – bandeira Italiana com bordas amarelas. [13] A faixa branca na fuselagem deixou de ser usada em fevereiro de 1944. Após a entrada do Me 109, as insígnias (figura 20) sob as asas começaram a ser omitidas.


Figura 23– Insígnia da Luftwaffe usada pela ANR. [13]

As unidades de transporte e mesmo caça (figura 24) utilizavam insígnias alemãs, com uma pequena bandeira italiana próxima ao cockpit e muitas vezes outra bandeira no leme. Torpedeiros e outros transportes usavam drak green e light gray.


Figura 24– Esquema de pintura e insígnias da Luftwaffe, apenas a bandeira italiana. [6]

4. ITALIAN CO-BELIGGERANT AIR FORCE

A Força Aérea Italiana Co-Beligerante enfrentou os mesmos problemas de padronização que a ANR, inclusive de forma agravada, pois as fábricas de aviões italianas eram, em sua maioria, na região norte do país, ainda ocupada pela Alemanha. Desnecessário dizer que peças de reposição tiveram o mesmo problema.

4.1. CAMUFLAGEM

Inicialmente a Força Aérea Italiana Co-Beligerante manteve os esquemas de pintura pré-armistício, com exceção da insíginia nacional com as fasces nas asas. Em função dos problemas de logística a faixa branca da fuselagem e o Brasão de Armas da Casa de Savoie, eram pintados de drak green ou de outra cor da camuflagem que a aeronave ostentava.


Figura 25– Esquema de pintura deserto com insígnias da Força Aérea Italiana Co-Beligerante. [5]

Durante o verão de 1944, receberam os Bell P-39 Airacobra, Martin Baltimore e Spitfire V. Os Airacobras receberam o padrão continental (visto anteriormente), principalmente para cobrir as insígnias e marcas norte-americanas. Os Baltimore e Spitfire continuaram com sua camuflagem original: drak green + dark earth ou dark earth + middlestone nas superfícies superiores e superfícies inferiores em azure blue, pale blue ou sky type S. Estes esquemas coexistiram com os padrões da Regia Aeronáutica até o fim do conflito.


Figura 26– Esquema de pintura mediterrâneo com insígnias da Força Aérea Italiana Co-Beligerante alteradas (insígnia original sobre a insígnia Norte-Americana). [3]

4.1.1. O ESQUEMA DE CAMUFLAGEM BRITÂNICO

Até 1942, as cores usadas pela RAF para caças e aviões de ataque eram o dark earth/drak green + sky type "s" (duck egg green). Depois disso, foi adotado o esquema drak green/ocean grey + medium sea grey. Na RAF, o sky "S" continuou em uso apenas para letras de código, spinners e faixas. Mas continuou sendo utilizado como cor de camuflagem das superfícies inferiores em aeronaves do Comando Costeiro - Beaufighters e Mosquitos - e da Royal Navy (até bem depois da Guerra da Coréia). Mas o esquema principal da RN na WWII - em Seafires, Swordfishes, Avengers, Catalinas etc. - era o esquema "Temperado", que usava extra dark sea grey/dark slate grey + sky "S".


Figura 27– Esquema de pintura de deserto britânico com insígnias da Força Aérea Italiana Co-Beligerante. [3]

Quanto ao azure blue, a partir de 1943 começou a ser substituído no esquema Deserto/Mediterrâneo pelo mediterranean blue, mais escuro que o azure. Mas as cores principais ainda eram middlestone/dark earth.

A camuflagem dos aviões da RAF do deserto , as cores são:

  • Dark Earth
  • Middlestone
Eram pintados em suas superfícies inferiores de azure blue, ou cinza claro ou ainda o duck egg blue em alguns casos.

4.2. MARCAÇÕES

As insíginias nacionais com as fasces, utilizadas nas asas foram substituídas pela insígnia utilizada até hoje pela AMI – Aeronáutica Militare Italiana, círculos concêntricos nas cores vermelha (exterior), branca (meio) e verde (interior). A nova insígnia era usada nas 4 posições nas asas e na lateral da fuselagem.


Figura 28– Insígnia da Força Aérea Italiana Co-Beligerante. [13]


Figura 29– Insígnia da Força Aérea Italiana Co-Beligerante alterada (insígnia original sobre a insígnia Norte-Americana). [13]

5. INTERIOR DAS AERONAVES

O interior das aeronaves era, em geral, verde anticorrosione dos lados direito e esquerdo, piso em alumínio, assento e parte de trás do cockpit.

6. REFERÊNCIAS

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