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Bases em Papel Marché

Introdução:
Normalmente quando temos a idéia de fazer um diorama ou vinheta, ficamos em dúvida de que material utilizaremos para confeccionarmos os terrenos que irão para criar o cenário que dará vida aos nossos modelos. Essa é uma dúvida muito comum e não é pra' menos, pois os terrenos têm o objetivo “dar o tom” e passar a uma agradável sensação de realismo, pois admito que um blindado, figura ou até mesmo avião somente colocados em uma base de madeira é, digamos, um pouco sem graça.

Existem várias formas de se fazer terrenos. Não há uma forma mais ou menos adequada. Cada um faz da forma e com os materiais que mais lhe agradam. Alguns utilizam gesso, outros terra peneirada ou serragem misturada com cola, etc. Todavia, a pesquisa e a doçao de novas técnicas e materiais nunca são demais.

Um material me chamou a atenção, quando fazendo um dos vários e proveitsosíssimos workshops na casa do amigo e grande modelista Luiznit, aqui de Niterói, tomei contato com um material importado denominado “Celluclay”, com o qual o Luiz faz seus terrenos e que na minha opinião é sensacional.

Só que havia um problema. O material era importado e todos nós sabemos que se trazer qualquer coisa de fora sempre foi um problema para os sofridos e bravos modelistas tupiniquins. Porém pesquisando, descobri que na verdade o tal material não passava de papel machê e sendo assim, seria perfeitamente possível, em tese, encontra-lo em uma grande papelaria. Logicamente que para quem sabe fazer isso é problema está resolvido, mas como esse não é o meu caso, tive que ir à campo buscar soluções.

Dito e feito, quase que por acidente, percorrendo o Centro do Rio com o Luiz, consegui adquirir o material nacional e parti para a experiência, relatando todos as impressões e compartilhando-as com os colegas e amigos modelistas aqui da Webkits.

– Descrição do material
O papel machê é usado para esculturas e para a confecção de máscaras. É um material muito barato, pois é feito a partir de papel velho, que desmanchado e devidamente processado (não sei como) e que misturado com água e cola torna-se uma massa, que depois de seca adquire uma rigidez considerável, cuja superfície suporta sem dificuldades diversos tipos de tintas.

Ou seja, papel machê nada mais é do que papel reciclado, processado e usado como massa para modelar.

Produto Papel Marche

Na embalagem do produto, vem 250 gramas de massa pré-preparada que tem a textura de serragem muito, mas muito fina. Pela quantidade que vem na embalagem e pela quantidade que eu usei, dá para perceber que esse material dura muito tempo se bem utilizado.

O custo foi de R$12,00. Nada caro, se levado em conta que isso durará uma “eternidade”. Além disso, sugiro que os colegas que por ventura se interessem, já que eu não busquei por outros fabricantes nacionais, também façam uma busca por aí e relatem seus achados para a comunidade webkiteira.

– Preparação da massa
Utilizarei para a experiência uma base que tenho guardada aqui há muitos anos.

Base Produto seco no pires

Em um pires, acondicionei um pouco do material, utilizando para isso, uma pequena colher de café. Pode-se reparar que a textura não é totalmente de pó. Ele fica um pouco aglutinado.

Também com uma colher, colhi um pouco de água de um copo fui adicionando lentamente, (Reparem a mudança de cor quando a água é adicionada ao material), e vou misturando com um palito de sorvete até obter uma massa homogênea.

Molhando com colher Misturando Mistura Pronta

Dica importante: Não adicione muita água à mistura, pois a massa demora cerca de 24 horas para sua secagem completa, ou seja, quanto mais água, mais tempo demorará. Isso é importante também para podermos fazer as marcações no terreno como veremos adiante.

Após misturar bem, passei a massa para a base e espalhei-a pela superfície até cobrí-la. Achei melhor espalhar com o dedo, pos achei mais fácil alisar a superfície dessa maneira. Não há nenhum problema em fazer isso, pois a massa não gruda em nossos dedos. Muito pelo contrário, a textura até me pareceu meio escorregadia, pois o fabricante mistura aglutinantes na massa.

Aplicando com espatula Aplicando com dedo
Base aplicada

– Marcação do terreno
Para o teste, usei alguns dos itens mais comuns para marcações de terrenos, como calçados 1/16 e 1/35, pneus lagartas.

Modelos de Marcas

Dica importante: Não tente marcar o terreno logo após o ajuste da massa, pois não dará certo. O período de tempo que eu esperei para fazer isso foi em torno de 4 a 5 horas. Por isso é que é muito importante não adicionar muita água no preparo da massa.

Marcas

O momento propício para a marcação do terreno é a mesmo para se cravejar pedras, seixos, cascalho, etc, no terreno, pois depois de seco esses elementos ficarão colados à superfície.

Cerca de 15 horas depois já se pode perceber que as bordas estão bem secas e rígidas. Eu apliquei um secador de cabelos por vários minutos para acelerar um pouco a secagem, mas o melhor mesmo é esperar a cura completa, que deve ser de 24 horas mesmo, como recomenda o fabricante.

– Preparação para a Pintura
Após a massa estar bem seca, parti para a selagem do material usando cola branca diluída em água. O fabricante também recomenda isso antes da pintura, mas pela minha experiência com gesso, já sabia que iria ter que fazer isso, o que é de suma importância para o sucesso da empreitada.

Materiais para selar Aplicacao do selante

Espalhei a mistura de cola e água usando uma trincha e esperei secar bem para aplicar a primeira camada de tinta. Também usei o secador de cabelos para acelerar na secagem, o que foi muito mais rápido. Ademais, pode-se aplicar washes com tranqüilidade, pois o que demora para secar é a massa. Não há riscos de termos que esperar mais 24 horas para a próxima etapa. Reparem como a superfície muda de cor quando a água com cola vai permeando pela massa.

Dica que PODE SER importante: Digo “pode ser” por que não experimentei, mas acho que essa etapa de selagem com cola branca e água poderá ser suprimida se misturamos a massa usando uma porcentagem de 70% de cola e 30% de água.

– Pintura
Após a secagem, apliquei uma camada de tinta acrílica usando um aerógrafo, mas quem não possur um, não se sinta fora da festa, não precisa desanimar, pois esse material aceita tinta aplicada em pincel tranquilamente.

Pintura

A superfície aceitou muito bem a pintura. Não houve nenhum contratempo em relação a isso. Assim como usei tinta acrílica, pelo comportamento do material, presumo que as tintas esmalte também serão aceitas sem difivuldades.

Pintura Pronta

Abaixo, podemos vislumbrar o trabalho já acabado, com todas as sombras, luzes e demais efeitos aplicados. O terreno é bem simples, mas nada impede que o modelista o enriqueça com vegetações, pedras, etc. Aí vai da criatividade de cada um.

Trabalho Concluido

– Conclusão

A impressão geral foi muito boa. Eu gostei muito por que é uma forma limpa, fácil e prática de se fazer terrenos. Não é um material caro e aceita muito bem as marcações e a pintura que aplicamos.

Portanto, é isso aí pessoal. Mãos a obra, e Espero que esse material caia no gosto dos demais colegas modelistas e que possamos trocar outras impressões e aplicações a seu respeito.

Abraços a todos!!!!

REFERÊNCIAS:

  • http://www.acrilex.com.br
  • http://www.activaproducts.com

    Texto:

    Complemento (Como fazer Papel Marché)

    A receita básica e' qualquer tipo de papel (depende do resultado que se pretende) a'gua, cola branca, farinha de trigo, vinagre e gesso.

    Deixe o papel de molho por algumas horas na água, depois bata no liquidificador o papel e a água. Misture o papel triturado com a farinha, depois a cola e, por último, o gesso até ficar uma mistura homogênea.

    A proporção é:

  • 3 medidas de papel moido
  • 1 de gesso
  • 1 de farinha de trigo
  • 1 de cola
  • algumas gotas de vinagre

    a quantidade de papel pode variar de acordo com suas necessidades. Ultimamente, estou utilizando apenas papel e água em algumas esperiencias. Caixas de pizza são excelentes para a mistura.

    Texto:

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