Macchi Mc202 Folgore
Foto: Martin Novák - Memorial Air Show Roudnice 2001 - República Tcheca.
Uma presença rara foi o Spitfire G-Mk.XI (registro novo, c/n PL695), um exemplar da versão de reconhecimento PR.XI, pintado em camuflagem rosa. Alguns curiosos clamavam ser uma pintura "falsa", mas ela era realmente autêntica do tempo da guerra. A RAF pintou seus PR nestas cores depois que várias experiências mostraram que a camuflagem rosa era eficiente em missões a baixas e médias altitudes, voando sob as nuvens. E de fato o exemplar visto atuou no 16th. Squadron, 2nd. Tactical Air Force, apoiando as forças de terra em combate na França, Holanda e Bélgica no outono de 1944.
Assim que eu vi a foto de Novák na Revista ASAS logo uma idéia surgiu: montar este Spitfire rosa na escala 1:48. De fato seria um kit bastante incomum nas rodas modelísticas. Obviamente parti para a pesquisa do tal Spit rosa, e encontrei uma série de dados obscuros, o que dificulta o modelista para futuros planos. Caçando na Internet encontrei mais 3 fotos do avião que Novák fotografou na República Tcheca, como você pode ver abaixo:
Em um site encontrei dados sobre este avião específico, que reproduzo a seguir:
Avião nº PL695, Matrícula G-MKXI, Modelo PR.XI, pertencente a Tony Smith e Robert Fleming, da Real Aeroplane Company, em Leeward Air Ranch - Flórida/USA. Este avião foi construído em 1944 (Aldermaston) e em 9 de Outubro do mesmo ano deslocado para o 9 MU; para o 16º esquadrão (Bélgica) no verão de 1944 até Março de 1945, sendo realocado então na Holanda, depois Alemanha e retornou para a Inglaterra. Em seguida para a Royal Netherlands Air Force School of Technical Training, em Deelen em 27 de julho de 1947. Exposto na base e depois removido para a Dutch National War Museun, em Overloon em Novembro de 1960. Comprado por Nick Grace e Chris Horsely em 1987. Foi para o Tangmere Flight Engineering em Rochester para restauração em 1991. O primeiro vôo foi em 23 de Dezembro de 1992, sendo transferido para Duxford em 1º de Fevereiro de 1993 para ser operado pela Old Flying Machine Company (OFMC) onde ficou retido por vários meses para o acabamento da restauração. Vendido para a Real Aeroplane Co. em Março de 1997.
Como as fotos não são tudo, resolvi tentar encontrar o que seria o tal "versão de reconhecimento PR.XI":
- No site Spitfire Information Page encontrei o seguinte dado sobre o PR.XI:
Type 365-Mk PRXI: The photoreconnaissance variant of the successful Mk IX was similar in many ways, but with cleaned up wings carrying no armament and integral fuel tanks. In total 471 were produced.
- Neil Happs, assistente do Museu Imperial da Guerra de Duxford, em Cambridge, baseado em duas publicações (The Spitfire Story, Alfred Price, Arms and Armour, London, 1995, ISBN: 1 85409 305 3 e Spitfire The History, Eric B Morgan & Edward Shacklady, Key Publishing, UK, 1987, ISBN: 0 946219 10 9) me deu as seguintes informações: Spitfires que operaram em missões de reconhecimento de baixa altitude foram pintados com um rosa muito claro depois de 1940, descrito como "quase branco". Antes de 1940 eles eram pintados com um verde muito claro (camotint). As cores claras parecem ser a melhor camuflagem para operações abaixo das nuvens, embora sejam extremamente visíveis sobre os campos. As cores claras também ajudam em vôos de reconhecimento nos horários do poente e nascente. Spitfires PR de alta altitude eram pintados em azul pálido, chamado PR Blue. As listras preto e branco na fuselagem sugerem que ele era um avião da Operação Overlord (Dia D). Após o Dia D eles continuaram utilizando as listras apenas nas superfícies inferiores. Como é um Spitfire de foto reconhecimento (PR - photo reconnaissance) eles não deveriam possuir armamento, apenas um tanques de combustível de longo alcance. Usualmente Spitfires PR eram conversões do Spitfire Mk. I, mas outros Marks (Mk.) foram convertidos, inclusive o Mk. XI. O PL965 foi um Spitfire fabricado em 1944 conforme os registros do Overloon National War and Resistance Museum da Holanda. Os registros de contrato de Spitfires PR de Junho de 1944 incluem 4 aviões: PL758-779, PL823-866, PL881-925, PL949-998.
- João Augusto, do IPMS-Florianópolis, especializado em RAF, informou que "...este é um dos assuntos mais "brabos" em se tratando de RAF. A coisa é muito nebulosa. O grande problema é que o PRU Pink parece igual ao PRU Blue em fotos preto e branco. Quando foi desenvolvida a camuflagem para aviões de reconhecimento da RAF várias cores foram estudadas. Para a maioria das situações se verificou que o PRU Blue era o mais eficiente. Entretanto aviões voando a baixa altitude ficariam muito visiveis do solo contra um céu nublado (comum no norte da europa). Nestas situações o PRU Pink era bem mais adequado. Até aí, tudo bem, mas... Nas missões a baixa altitude, como era mais fácil o ataque por aviões inimigos, eram usados aviões de caça e reconhecimento (FR) e não os desarmados de foto-reconhecimento (PR). Portanto não faria muito sentido pintar um avião PR (que deveria fazer missões a grande altitude) de PRU Pink. O unico caso concreto que eu conheço é de Spitfires FR VII operados por esquadrões de reconhecimento (juntamente com aviões PR, pintados de azul) na época do dia D e após. Certamente devem ter ocorrido outros casos, desde os PR IV na época em que foram feitos os experimentos com as cores de camuflagem até os modelos posteriores, mas vai saber... Portanto este PR XI pink é altamente questionável. Inclusive, quando sairam fotos deste avião na revista Fly Past houveram muitas críticas tanto ao modelo de Spit pintado quanto com respeito à tonalidade de rosa aplicado (parece que a cor real era quase um branco, muito levemente rosado)."
- No volume 2 da Banda Azul (armas - Spitfire caçador implacável) da Coleção História Ilustrada da 2ª Guerra Mundial, Ed. Renes, há as seguintes informações sobre os Spitfires de reconhecimento: primeiro elimonou-se a blindagem do Spitfire I enviando-o em 1940 para as estações de foto reconhecimento da França. As conversões de Spitfires para PR foram conhecidas como série A até G, que atingiu elevado grau de desenvolvimento na série D. Ele tinha 133 galões extras de combustível na parte interna dos bordos de ataque das asas. Deste modelo surgiu o Spitfire PR IV (tipo 353) baseado na estrutura do Mk.V, dos quais foram construidos 229 para servir 5 esquadrões a partir de 1942. O PR.VII era um Mk.V modificado, sendo originalmente conhecido como PR. G. Ele não tinha rádio mas era armado com metralhadoras e blindado. Suas funções PR destinavam-se a baixas altitudes e suas câmaras eram uma F24 vertical com lente de 5 polegadas ou esta mais uma oblíqua com lente de 14 polegadas.
- No site Jackal Squadron, o sr. Steve "Modeldad" Eisenman (conhecido no site por 'J8') montou um Spitfire PR e me repassou as seguintes informações: o kit representa um Supermarine Spitfire Mk.IX PR, é da Hasegawa na escala 1:48. Uma das alterações feita foi a troca do spinner da Hasegawa por um da Ocidental que é um pouco menor, parecendo mais proporcional ao conjunto. Ele também cortou a tampa do rádio para abrigar a câmera, cuja lente foi feita com uma luz de pouso de um kit desconhecido. As listras do Dia D tem 16". O rosa utilizado foi uma mistura de branco da Model Master, uma ou duas gotas de vermelho e o ingrediente secreto: Model Master Light Gray (4765). Este cinza atenua o tom rosa. Sempre faça a mistura um pouco mais clara do que você considera bom, caso contrário ficará igual à Pantera Cor de Rosa. Os cocares são do kit. Veja abaixo as fotos do kit montado:
Em vista do que foi apresentado podemos inferir que o tal "Spitfire rosa" se aproxima mais do modelo representado nas fotos de Steve (exceto a letra código, que como ele mesmo afirmou "quem vai saber de ela existiu ou não?!", embora como afirmou o João, é um assunto "obscuro". De qualquer forma os dois tipos podem ser montados em kits, dependendo da escolha do modelista: ou um kit representando o avião da época da guerra ou um kit representando o avião reformado e em vôo atualmente.
Estamos com esta pequena matéria apenas mostrando alguns pequenos fatos no que diz respeito a este tipo de Spitfire, e não é nossa intensão afirmar se algum está errado ou está correto. Os dois são válidos se entendermos que modelismo é a representação do mundo real em miniatura, e temos de concordar que o avião que vôou na guerra foi real e o que está em vôo hoje é real. Esperamos que novos debates possam surgir para que o conhecimento a respeito do assunto seja mais aprofundado e divulgado no meio modelístico - às vezes tão egoísta.
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