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Savoia-Marchetti SM.79T (Italeri 1/72)
O protótipo desse avião italiano voou em 1934 como avião comercial e depois foi modificado para as funções de bombardeiro e torpedeiro para uso da Regia Aeronautica durante a Segunda Guerra Mundial. Três dos seis aviões do modelo S.79C (C de Corsa, ou corrida em português), que haviam sido adquiridos pela Aeronautica Militar Italiana e modificados para participar na corrida Istres / Damasco / Paris em 20.08.37, quando chegaram em primeiro, segundo, terceiro e sexto lugares, foram mais uma vez modificados como S.79T (Transatlantico). Receberam tanques internos extras de combustível na fuselagem traseira e um piloto-automático, para um "raid" sobre o Atlântico Sul até o Rio de Janeiro. Para o "raid" foram selecionadas as aeronaves registradas I-BRUN, I-BISE e I-MONI, equipadas com três motores radiais de 9 cilindros Alfa Romeo 126 RC-34 (Bristol Pegasus fabricados sob licença), de 750 hp cada, que decolaram do aeroporto militar de Guidonia em 24.01.38 e escalando em Dakar e Natal, cobriram os 9.842 km em 24:20 horas de vôo. O I-MONI sofreu uma pane de hélice na decolagem em Dakar, mas continuou o vôo bimotor até Natal e alcançou os demais no Rio de Janeiro com um dia de atraso. Na Regia Aeronautica os aparelhos tinham as matrículas MM.356, MM.358 e MM.359 e foram pilotados no "raid" pelos militares Attilio Biseo e Amedeo Paradise no I-BISE, Bruno Mussolini e Renato Mancinelli no I-BRUN e Antonio Moscatelli e Gori Castellani no I-MONI. Os prefixos civis foram montados com partes dos nomes dos pilotos. Após sua chegada os 3 aparelhos foram adquiridos pelo governo brasileiro e distribuídos à Escola de Aviação Militar com as matrículas K 420 a K 422, para vôos de longo alcance e treinamento em instrumentos. Os três passaram para a FAB em 1941 e foram utilizados até 1942, parando por falta de peças de reposição devido à guerra. Primeiro por se tratar de um avião bonito e segundo por terem feito um vôo histórico, decidi modificar um kit para representar na escala 1/72, uma aeronave em uso no Brasil. Inicialmente juntei toda a documentação que alcancei, como fotos, diagramas, plantas, artigos publicados em revistas especializadas e comentários de outros modelistas que já haviam feito a mesma conversão e os postaram na Internet. Depois de estudar muitas fotos das três aeronaves usadas pela AvMil., decidi fazer os decais para as versões de pintura que conhecemos, deixando para mais adiante a escolha da pintura a ser utilizada no kit.
Examinando o kit da Airfix, não o achei bom o suficiente para o projeto. É um kit antigo e tem muitos aspectos que não reproduzem satisfatoriamente os detalhes da aeronave real. Assim, escolhi o kit da Italeri para a conversão. Esse último representa também a versão bombardeiro-torpedeiro da Regia Aeronautica Italiana utilizado largamente na Segunda Guerra Mundial. Como as nossas aeronaves eram aparelhos comerciais modificados, inicialmente para corrida e depois novamente modificados para a travessia do Atlântico, resta a necessidade de fazer algumas modificações externas importantes e procurei ajuda nos fabricantes de acessórios.
Achei um conjunto de conversão da Paula Models, próprio para os Savoias 79C (Corrida) e que servem igualmente para os Savoias 79T (Transatlantico). Contém uma peça em vacuform para substituir as transparências e o teto da cabine de pilotagem, diversas peças em resina para o interior da cabine e outras para substituir as hélices normais pelas hélices francesas Ratier usadas nas aeronaves de corrida, com spinners alongados e escapamentos melhores, além de decais para a aeronave I-BISE de corrida. Se posteriormente for decidido decorar o kit como o I-BISE, apenas utilizarei as matrículas do decal da Paula Models, já que os demais itens do decal servem somente para representar a aeronave na época da famosa corrida Istres-Paris-Damasco e não para o raid transatlântico.
Também encontrei o conjunto 72-406 da Eduard, com peças em metal photo etched para o exterior da versão militar do kit, do qual utilizarei apenas algumas peças para os motores e para o trem de pouso principal.
Na Engines & Things, encontrei o conjunto 72031 que representa em resina o motor correto de 9 cilindros Alfa Romeo 126 RC.34. Juntei a isso o conjunto de decais RAF Decais 72055 com matrículas para a aeronave I-MONI e acabei ficando com um monte de conjuntos com opções para fazer uma conversão de boa qualidade, se não me perder no processo.
Separei as fotos e desenhos dos Savoias S.79 e montei uma espécie de walk-around para ter certeza dos detalhes e parti para a ação. Achei muito úteis o diagrama na edição de julho de 1984 da revista Air International e o livro In Action 071 da Squadron Signal.
O KIT DA ITALERI Iniciando o exame do kit da Italeri e comparando com fotos do avião real, notei um excesso na representação das áreas enteladas e corrigi o defeito com farta aplicação de massa putty branca e depois verde da Squadron. As laterais da fuselagem traseira e todo o conjunto da deriva foi assim tratado em diversas mãos de putty intercaladas com tratamento com lixas cada vez mais finas até obter uma superfície apenas levemente abaulada. Nessa etapa foram coladas as transparências das janelas da fuselagem traseira e a porta. Na versão usada no Brasil, todas essas aberturas foram tampadas já por ocasião da corrida Istres-Damasco-Paris.
A construção propriamente começou pelo interior da cabine de comando, utilizando as peças de resina da Paula para representar os assentos, painel de instrumentos e pedais do leme. As demais peças foram aproveitadas do kit original, inclusive o assoalho, já que a peça de resina do conjunto da Paula estava empenado. Apesar de bem moldadas, todas as peças necessitam uma limpeza geral para retirada de rebarbas. Nessa etapa foram recortadas as partes que formavam parte da corcunda da versão militar, deixando para mais tarde o rebaixamento que se fará necessário no topo da parede interna atrás dos assentos dos pilotos. A abertura para a parte inferior da porta de entrada lateral foi feita na fuselagem esquerda, seguindo as instruções do kit da Paula e utilizando a porta em resina como molde. Todo o interior da cabine foi pintado de um verde suave, o painel de instrumentos em preto, os assentos e manches em marrom para imitar couro e diversos detalhes receberam cores variadas. Algumas peças extras de plástico e de metal photo etched foram acrescentadas conforme referências. Os instrumentos do painel, o marrom dos assentos e dos manches receberam uma camada de cera Future para realçar o brilho. A parte interna traseira da fuselagem - cone da cauda - foi pintada em alumínio e recebeu o conjunto da roda da bequilha anteriormente preparado com a estrutura pintada em alumínio com um banho muito leve em preto e o pneu pintado de preto.
A cabine em vacuform foi recortada e ajustada para ser colada adiante na grande abertura que ficou no teto da cabine de comando. Notei que a peça é cerca de 1 mm mais estreita que a abertura na fuselagem. Vai dar um bom trabalho para alinhar corretamente e vai precisar de bastante putty. Nesta fase a transparência recebeu uma camada de tinta verde pelo lado de dentro, evitando apenas as partes que vão ficar transparentes. A parte superior da porta de entrada lateral vai ser depois recortada nessa peça. A moldura para uma transparência quadrada no lado direito superior dessa peça foi ignorada e pintada, já que as fotos de nossas aeronaves não mostram tal transparência.
A parte da inferior da asa do kit é feita em apenas uma peça de uma ponta até a outra, tornando o conjunto muito flexível e possivelmente comprometendo o diedro quando da montagem final. Para evitar essa possibilidade, acrescentei duas travessas de sprue aproveitadas da árvore do kit. Três pequenos segmentos do mesmo sprue foram recortados para representar os filtros de óleo e colados atrás das pequenas aberturas nos bordos de ataque das asas e tudo pintado de preto.Telas redondas de photoetched deram o acabamento final. Na parte superior das asas foram feitas as aberturas no bordo de ataque para combinar com a parte de baixo e abertos os dutos de saída de ar sobre a asa, duas saídas no lado esquerdo e apenas uma saída no lado direito como nas fotos abaixo de um S.79 no Museu Italiano.
Os motores foram pintados em Dark Iron com o Metalizer da Gunze, foram polidos com pincel seco e receberam os cabos de vela do conjunto da Eduard.
As asas e estabilizadores foram colados e depois de bem secas receberam uma camada de putty nas junções e muita lixa para harmonizar as imperfeições.
A peça de resina do kit da Paula foi colado no fundo da fuselagem para tampar as aberturas da metralhadora ventral não usada nessa versão e recebeu bastante putty e lixas dágua até ficar bem lisa. A baia de bombas também foi fechada, emassada e lixada. Neste ponto todo o conjunto já montado foi examinado sob luz forte e algumas irregularidades receberam tratamento com lixa, mais putty e limpeza das linhas rebaixadas de painéis. Optei por colar os ailerons na posição neutra já que se os deixasse soltos, ficariam ambos para baixo numa posição não natural.
A parte superior da cabine foi colada na fuselagem. Como era mais estreita, imergi a peça em água quente e fui moldando aos poucos com as mãos até coincidir com a largura da fuselagem. Foi necessário putty em boa parte para acertar as linhas. Após o término desse trabalho de colagem, alinhamento e muita lixa d'água, passei para o detalhamento, eliminando os relevos de uma janela no lado direito e abrindo a abertura da parte superior da porta. A peça recortada da porta vai precisar de uma armação em dobradiças porque abria para cima e para trás, ficando sobre o teto da cabine.
A ponta do estilete mostra o local em que foi removido o relevo de uma janela quadrada que não existia em nossas aeronaves. Em seu lugar existia uma pequena vigia redonda mais abaixo, para iluminar o compartimento do radio operador.
Toda a peça foi pintada em primer cinza claro para revelar as imperfeições. Estas foram preenchidas com putty e lixadas. Quando necessário o processo foi repetido mais de uma vez. O repiradouro de resina foi colado no teto da cabine e comecei as demãos de vermelho. Aqui ficou claro que escolhi a pintura italiana para o modelito. Apenas o leme vai receber as cores brasileiras. Observem que a tinta vermelha (Tamiya Red X-7) foi muito diluída, ficando com a aparência de água colorida e seca muito rapidamente. A cada 5 minutos posso dar uma nova demão. Notem que essa aguada não cobre facilmente as diferentes cores do primer, dos dois tipos de putty e do plástico. Serão necessárias muitas demãos para obter um vermelho uniforme.
Depois de uma grande quantidade de demão de vermelho, pintei o nariz com tinta Tamiya Green X-5 e mascarei com fita Tamiya bem fina as áreas das faixas nas laterais da fuselagem, que foram pintadas na mesma cor. Recortei os decais brancos para estabelecer o lugar das faixas verdes laterais que foram marcados de leve na fuselagem e as fitas esticadas para que não fizessem curvas no momento da fixação. Não esqueci de pintar a parte verde da porta. Sabendo que esse trabalho seria delicado e o alinhamento crítico, deixei de instalar os montantes do estabilizador para que não atrapalhassem este passo.
Tudo muito bem planejado, cada passo estudado para que nada dê errado. MAS DEU TUDO ERRADO. As faixas verdes ficaram estreitas demais e não ficaram em linha reta. A mudança de seção na fuselagem traseira provoca um desalinhamento marcante. Novamente mascarei com fita e corrigi a largura das faixas.
Após pintar novamente as faixas verdes, apliquei o decal (RAF Decais) branco no lado esquerdo. Esse decal é confeccionado em duas partes: a ponta traseira que forma um "V" bem fechado e a parte dianteira mais aberta até a cabine e o bordo de ataque da asa. As duas necessitam encaixar corretamente e para isso tem que ter as pontas de contado recortadas APÓS a aplicação no kit. Apliquei primeiro o conjunto traseiro e sequei. Na parte dianteira do decal, separei as linhas superior e inferior, aplicando antes a primeira a partir da janela para trás. Onde encontrou o decal traseiro cortei um pequeno pedaço de cerca de 8 mm. A seguir apliquei a linha inferior, começando da parte traseira, firmando e fazendo o decal curvar sobre o bordo de ataque da asa. A cada etapa sequei com papel absorvente para imobilizar a peça e depois de tudo pronto passei várias demãos do amolecedor de decais Micro Sol. Ficaram umas áreas que precisam ser retocadas com tinta verde atrás da janela e vermelha no cone de cauda.
Repeti o processo no lado esquerdo, tendo um pouco de trabalho com a parte inferior da porta. Cortei o trinco externo da porta porque interfere com o decal. Colei levemente a porta fechada na fuselagem e apliquei o decal completo, Depois cortei o decal nas bordas da porta e a saquei fora novamente. Pretendo colar mais tarde na posição aberta. Nesta fase descobri que deveria ter reforçado a fuselagem internamente em todo o comprimento do teto vacuform da PAULA. As cavernas do kit não fornecem a rigidez necessária, pois mal tocam as laterais da fuselagem e nem chegam perto do novo teto. Assim, um pouco de pressão nas laterais da fuselagem fez estourar a colagem do teto, dando um tremendo trabalho para refazer. A próxima etapa seria pintar o bordo de ataque das asas. Conversando com o Bonfim lá no Clube Superkits e checando as fotos dos aviões no Brasil, chegamos à conclusão que essas faixas não eram brancas, como visto em todas as publicações e nos kits montados por especialistas nos EUA e Itália. Optei por recorrer ao ORÁCULO - Mestre Alvarenga - para obter uma confirmação. A questão abalou até o Grande Mestre, que também achava que a cor era branca. Depois de entrar em "Alfa" e se concentrar bastante, o Grande Guru confirmou que o bordo de ataque era ALUMÍNIO. Passou-me inclusive o site: http://www.stormomagazine.com/phpbb2/viewtopic.php?t=260 onde diversos especialistas italianos discutem as cores desses aviões e confirmam como alumínio a cor do bordo de ataque. Outra dúvida é a largura dessa faixa. Pelas fotos podemos ver que diferem muito dos kits e desenhos feitos pelos especialistas. Nas aeronaves reais, não cobrem a largura total dos slats e envolvem a nacele do motor por cima e por baixo. Vide as duas fotos a seguir do I-MONI (na segunda foto o slat está estendido). Calculei que a faixa cobre os slats até sua parte de baixo, então comecei por esse lado, dando uma dimensão simétrica para o lado de cima, que concorda com os limites da parte metálica na nacele do motor.
CONTINUA NA PRÓXIMA ETAPA... Texto e Fotos:
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