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Revell/Scratchbuilt IAI LAVI 1/32

Saudações a todos!

Vamos a mais um "Work in Progress". Este tem como objetivo a modificação extrema de um kit Revell do F-16C para o caça israelense multifuncional IAI Lavi. Não existe kit do Lavi na escala 1:32 (acredito que nem em resina) e, pelo menos no Brasil, acredito que essa modificação ainda não foi tentada.

UM POUCO DE HISTÓRIA:

O LAVI (Leão Novo) nunca entrou em serviço operacional, mas, todavia foi um marco militar importante no desenvolvimento da Força Aérea de Israel, e mais ainda, da IAI (Israel Aircraft Industries).


O desenvolvimento independente de um avião avançado era a primeira meta nos anais da tecnologia israelense. A IAI tinha produzido primeiramente o Nesher, o Kfir e o Tzukit, mas todos eram essencialmente melhoramentos em modelos já existentes. Visto que o LAVI seria um avião de desenho e construção nacional, o objetivo agora era maior. O projeto LAVI pretendia transformar a IAI em uma das primeiras empresas (senão a primeira no mundo) a iniciar o desenvolvimento de caças avançados padrão ACX, já cogitados para o fim do milênio.

O programa de desenvolvimento LAVI começou em fevereiro de 1980, quando o governo israelense autorizou sua força aérea a apresentar uma lista de especificações técnicas para o desenvolvimento do "lutador do futuro" de Israel. 18 meses mais tarde, em outubro de 1982, o processo de desenvolver o avião começou na IAI, após definir o motor para o LAVI: o modelo Americano Pratt & Whitney PW1120 e eleger a célula estrutural do F-16 como ponto de partida do projeto (daí a semelhança com este avião). Inicialmente "monoplace", o LAVI foi planejado para substituir os Skyhawks (adquiridos dos EUA) e destinado a realizar uma variedade de ataques ao solo, em média escala, assim como a proteção do espaço aéreo de Israel.


O modelo LAVI de assento duplo serviria como avião avançado de treinamento e também para realizar, ocasionalmente, missões de combate.

O LAVI era um lutador pequeno, esperto, altamente robusto, que parecia ser a solução de Israel para um campo de batalha futuro. Sua habilidade combina um avião fisicamente pequeno com sistemas muito sofisticados e miniaturizados. Isto significaria baixos custos de compra de peças, uso e manutenção, se comparados a outros aviões, pelo fato da nacionalização das peças.

Tecnicamente, o LAVI era um avião muito avançado, com uma forma aerodinâmica moderna, esta lhe proporcionava excelente maneabilidade, baixo arrasto (mesmo completamente armado) e capacidade de transportar uma grande carga útil a altas velocidades e distâncias longas. O LAVI podia carregar e interferir nos sistemas de armas mais avançados que existiam.

As especificações funcionais do avião (especialmente a cabine do piloto) foram planejadas por pilotos de caça ativos na IAF (Israel Air Force), de forma a deixar a cargo do piloto os aspectos táticos da batalha, sem ter que se preocupar com a monitoração e o controle dos variados subsistemas presentes. A aviônica do LAVI foi projetada com equipamentos inovadores, incluído uma "auto-análise", para facilitar sua manutenção.

Em 30 de dezembro de 1986, o primeiro protótipo do avião (o B-01 "biplace") decolou em seu primeiro vôo. O primeiro de vários vôos de ensaio do LAVI. Neste, o piloto de teste, Menachem Shimol, que dirigiu a seção de operações aéreas da IAI, decolou às 13h21min permanecendo no ar por 26 minutos, verificando o motor e controles. Aproximadamente três meses mais tarde, um segundo protótipo decolou (B-02 também biplace). Em seu novo vôo, os sistemas de motor, o controle de vôo, o sistema elétrico, a hidráulica e pressurização do ar foram avaliados. Este segundo protótipo recebeu algumas melhorias sobre o primeiro, como por exemplo, um tanque de combustível extra localizado na barriga do avião, uma tubulação no lado direito da fuselagem para reabastecimento em vôo e diversos sistemas (aviônicos) que não foram empregados no primeiro protótipo.


A IAI havia produzido dois protótipos (originalmente foram encomendados cinco), quando o governo israelense decidiu cancelar o projeto em 30 de agosto de 1987, por causa dos problemas orçamentais e da influência de vários opositores nacionais e internacionais. Israel recebeu pressões políticas e econômicas principalmente por parte dos EUA que inicialmente financiou 40% do programa LAVI pensando este ser apenas uma variante israelense do F-16, mas notaram que a supremacia do LAVI iria acabar com o futuro do Fighting Falcon (já em processo de melhoria nos EUA). A decisão foi recebida com demonstrações violentas pelos trabalhadores da IAI, mas inutilmente. A IAI não teve escolha a não ser despedir cerca de 5.000 empregados.


O terceiro protótipo de LAVI, o "TD" (Demonstrador de Tecnologia - protótipo B-3), foi construído dois anos depois que o projeto tinha sido cancelado. Hoje serve a IAI para testes de avaliação de aviônica, objetivando vendas internacionais de componentes.

Curiosamente, parte da tecnologia de desenvolvimento foi vendida à China, que aproveitou os conceitos para desenvolver seu projeto "ACX", o caça "Chengdu" J-10 (ou "F-10": uma adaptação chinesa do F-16 e LAVI). Este caça entrou em operação na China com seu vôo inaugural em 28 de Março de 1998 e primeiro lote de entregas em 2002.


Outra curiosidade a mencionar é a semelhança do desenho do LAVI com o projeto sueco "ACX" SAAB GRIPPEN, hoje em operação (semelhança na configuração canards + delta baixo).

O KIT:

O kit é o F-16C da Revell Alemã. Um kit que desapontou em qualidade, mas, na verdade, o objetivo era esse mesmo: apenas ter uma "casca" para montagem do Lavi. O plastimodelista deve utilizar este tipo de kit (alguns chamam de "goiaba" kits de baixa qualidade), pois as mudanças estruturais são enormes. São tantos cortes que acho que não teria coragem de executar isso num kit Tamiya do F-16 (que por sinal é fantástico)...

A embalagem do kit impressiona:


Mas ao abrir a caixa, nos deparamos com uma fôrma realmente bem antiga daquele F-16A dos anos 70 com pequenas alterações no armamento...


As chapas plásticas são bem densas com encaixes fracos. A maioria dos detalhes é em alto relevo. No kit da versão "A" existiam pneus de borracha e neste são de plástico. No kit, o que salva são os decais (opinião minha é claro...)


Ganhei um assento em resina, mas nem vou usá-lo, pois o Lavi usa outro modelo Martin Baker (e vou precisar de dois!).


Vou construir a versão protótipo T.D. que é biplace (nunca existiu a versão monoplace deste avião) e as cores serão as do protótipo mesmo.

O primeiro passo é usar o computador para obter as modificações necessárias à transformação do kit. Muitos cortes serão necessários e é imprescindível estudar como fazer, sob pena de danificar tudo e não ter mais jeito de consertar. Usei o Corel Draw 11 para os desenhos e medidas... Fiz um scanner das asas e empenagens com o objetivo de igualar tudo ao tamanho exato do kit.


Notar as mudanças estruturais (enormes por sinal) e as peças sobrepostas por imagens do kit...

Com as medidas devidamente oficializadas, imprimi algumas partes como asas e canards para ter "gabaritos" comparativos no momento dos cortes...


As partes principais da estrutura do kit recebem demarcação de onde serão cortadas (uma ferramenta Dremel é ideal para estes cortes, mas na falta, podem ser feitas com o auxílio de um estilete).



Notar as demarcações para corte...




Vão começar os cortes...

Com um estilete bem amolado, efetuei os primeiros cortes nas partes da fuselagem e empenagem vertical. No início, da aquela impressão de que você está "lascado" e que acabou com o kit... Não se desespere! É normal ficar aqueles "rombos". Lembre-se de que o estudo prévio bem definido foi feito e que os resultados positivos virão no decorrer das modificações...

O conjunto "Fuselagem" após o corte ficou assim:


Outro ângulo:


Já se parece com o Lavi. A empenagem vertical recebe o gabarito de corte. A idéia é usar as partes do F-16 transformadas com muita lixa e putty...


Empenagem vertical atual do kit com sobreposição dos gabaritos para corte posterior...

Após o corte, as peças recebem um tratamento com lixa (muita lixa) e algumas correções em alumínio aplicado (chapas de lata de cerveja) e massa putty.


Peças da empenagem vertical e leme direcional prontos...


Base da empenagem vertical pronta...


Conjunto colado. O leme direcional é móvel...

O compartimento do pára-quedas de freio foi confeccionado em chapa de alumínio. A densa chapa plástica do kit impossibilitou o uso. A substituição fica com um aspecto mais realista...


No Lavi, a entrada de ar para a turbina era do tipo liso, similar a do F-16, desenvolvida para ser satisfatória em ângulos elevados.

Realmente lembra muito a do F-16, mas tem alterações principalmente na parte interna. É bem angulada internamente e desprovida do anteparo central (presente na do F-16 como reforço estrutural).

Primeiramente, montei a estrutura do duto de ar, aplicando putty em todas as junções. É interessante mencionar que as portas do trem de pouso principal são cortadas quase na sua metade longitudinal e são coladas como "paredes" neste conjunto, elevando e diminuindo a abertura das caixas de rodas.


Em seguida, a caixa de rodas do trem de pouso dianteiro é colada no lugar. Para um kit montado "da caixa", o resultado seria esse...


Claro que no F-16 não é assim e tão pouco no Lavi. O duto interno tem paredes lisas que se estendem até o compressor da turbina PW1120. Usei chapa de alumínio para fazer o duto interno. Recortei primeiro em papel e fui aparando até chegar à forma apropriada. Após recortar na chapa de alumínio, o formato ficou assim...


A metade inferior da fuselagem (que vai receber o conjunto da entrada de ar) recebe o tratamento de lixa apropriado. Notem que o centro dessa peça recebeu um corte para integração ao duto interno de ar.


Um teste de conexão mostra como o kit ficaria sem o duto interno...


Depois de vários testes de fixação, finalmente colei o conjunto da entrada de ar com a metade inferior da fuselagem. O duto interno em alumínio é colado em seguida, usando isocianoacrilato.


É bem trabalhoso e preciso para se colar. Porém, a chapa de alumínio é bem fina e se adequa bem ao interior da peça, necessitando de pouquíssima putty (que é aplicada apenas na parte da frente da entrada de ar).



O resultado que pretendo com esse conjunto é chegar o mais perto possível do desta foto:


Entrada de ar do Lavi. Nele existe um pequeno sensor de volume e temperatura do ar recebido pelo bocal alimentador...

Avaliando inicialmente o primeiro resultado, parece que vai atender ao que quero mostrar...


Duto interno de ar pronto. Reparem que a caixa de rodas do trem de pouso dianteiro fica oculta (como deve ser).

CONTINUA NA PRÓXIMA ETAPA...

Texto e Fotos:

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